Imagine que você está trancado em uma cadeia. Na porta da cela tem uma fechadura. Na sua mão tem uma chave. Foi o próprio carcereiro que lhe deu a chave. Você coloca a chave na fechadura e vira a chave no sentido horário. Nada acontece. A fechadura continua fechada e você continua preso.
Como a chave não funcionou, você conclui que o carcereiro lhe deu a chave errada. Você fica com raiva, joga a chave pela janela e pede que o carcereiro lhe dê a chave certa. O carcereiro lhe entrega a mesma chave que você jogou pela janela. Mais uma vez você coloca a mesma chave na fechadura e vira no mesmo sentido horário. Mais uma vez nada acontece. A fechadura continua fechada e você continua preso.
Mais uma vez você conclui que o carcereiro lhe deu a chave errada. Mais uma vez você fica com raiva, joga a chave pela janela e pede que o carcereiro lhe dê a chave certa. Mais uma vez o carcereiro lhe entrega a mesma chave que você jogou pela janela. E assim por diante. Até que você desperta para o óbvio: virar a chave no sentido horário fecha a fechadura. Você vira a chave no sentido anti-horário e a fechadura se abre. Fim do aprisionamento.
Eureka? Assim como não era a fechadura que estava prendendo você, mas sua liberdade de usá-la de forma equivocada, também não é sua experiência humana que está fazendo você viver mal, também é sua liberdade de usá-la de forma equivocada.