Fui professor de inglês em uma escola que oferecia um curso vitalício. Era uma estratégia de vendas. O aluno pagava o curso uma vez e podia refazer o curso infinitamente.
Esse curso vendeu muito e o dono da escola ficou muito rico na época. Só que a longo prazo, a solução virou problema. As salas da turma inicial ficaram cheias de alunos repetentes e não tinha como matricular novos alunos. O dono da escola precisava que os alunos repetentes passassem de ano.
Foi então que o dono da escola me fez uma proposta indecente: “Vou montar uma turma especial como os piores alunos da escola, só com os casos perdidos, os repetentes convictos. Quero que você seja o professor”.
Minha inclinação inicial foi recusar, pois seria muito trabalhoso. Mas daí ele completou: “Você pode usar seu próprio método. Pode fazer o que bem entender”. Puta que pariu! Aceitei na hora. Nem perguntei quanto seria o salário. Liberdade pedagógica total era tudo que eu queria.
Foi nesse dia que descobri que tinha vocação para ser professor.
Com meus novos métodos, consegui fazer metade da turma de repetentes passar de ano. Eles tiveram que atravessar o inferno, mas se comprometeram com isso e conseguiram.
Qualquer semelhança com a 1ficina não é coincidência.