Se engana quem pensa que o Deus humano é o dinheiro. Dinheiro não é objetivo. Ninguém come dinheiro. Dinheiro é apenas meio para se chegar ao fim: ter.
A verdadeira religião humana é a propriedade. Tanto é assim que os seres humanos acreditam que são só humanos (só corpos) e não seres humanos.
Toda a cultura humana é tenhocêntrica. Nem a cultura espiritual escapa disso. O tão prometido reino dos céus, por exemplo, nada mais é do que a troca do ter-físico pelo ter-metafísico.
A lógica do tenhocentrismo é: valor = ter. Quem tem é valoroso. Quem não tem é sem valor. Logo, se você não tem, não vale nada.
Quer você esteja consciente ou não, você foi programado para ser tenhocêntrico. Então, toda sua busca por ter, na verdade, é uma busca por valor. Você quer ter dinheiro para ter valor, quer ter esposa, marido, casa e filhos para ter valor, quer ter razão para ter valor, quer ter poder para ter valor, quer ter fama para ter valor, quer ter aplauso e likes para ter valor, etc.
“Sempre em frente! Não temos tempo a perder!” diz o tenhocentrismo. Mas em frente para onde? E para quê? Para ver quem chega mais rápido e rico ao cemitério?
Eu sei! Não é fácil sair do tenhocentrismo. É uma mentalidade básica e muito arraigada que vive sob a proteção de outra quase incontestável: o materialismo. Mas você pode sair praticando autociência. É como arrancar a pele, mas é possível.