VELÓRIO DO UNICÓRNIO

29/12/2018 by in category Práticas with 0 and 0

Você vive mal porque vive em estado de ignorância de si. Você continua em estado de ignorância porque você pensa que sabe. A 1ficina chama essa sua ignorância da ignorância de “ignorância PHD”. Sua ignorância PHD é feita de várias crenças equivocadas. A 1ficina, de forma divertida, chama essas crenças equivocadas de unicórnios e as estuda detalhadamente, visando ajudar você a sair desses equívocos, ou seja, visando ajudar você a “matar seus unicórnios”. Se esse objetivo se realizou e você matou algum unicórnio durante sua prática de autociência, aproveite esse exercício e faça o velório do seu unicórnio. Siga os passos abaixo. Pode fazer o velório de quantos unicórnios tiver matado, sem restrição, quanto mais velórios melhor. Não carregue defunto. Só não vá enterrar equívoco vivo, daí não funciona, o bicho sai do caixão e volta para te assombrar.

01 | NOMEIE SEU UNICÓRNIO

Dê um nome para o seu unicórnio e depois transforme esse nome no título do velório.

EXEMPLO: VELÓRIO DO DEUSOUTRO

02 | DESCREVA SEU UNICÓRNIO

Imagine que todos os seres humanos estão assistindo o velório do seu unicórnio. Conte para todos os seres humanos qual era o seu unicórnio, ou seja, conte qual era o equívoco no qual você acreditou.

EXEMPLO: Caros seres humanos, é duro admitir, mas passei minha vida inteira acreditando que deus era outro. No começo, eu acreditava que deus era um velho gordo e barbudo que morava no céu, num castelo de nuvens. O que ele ficava fazendo lá? Não sei. Mas acreditei nesse unicórnio até o começo da adolescência. Até que meus amigos começaram a zombar de mim por acreditar numa crença tão infantil. Meus amigos eram cientistas e filósofos e não acreditavam em deus. Teve até um deles, um bigodudo, que proclamou ter matado deus. Só que meus amigos usavam o materialismo para matar deus. Cadê deus? Onde está deus? Porque deus não desce da nuvem e vem resolver as guerras, as doenças, a porra toda? O argumento era convincente. Peguei o materialismo e esfaqueei deus. Mas não matei o deusoutro, apenas o substitui por outro, pela matéria…

03 | DESCREVA O ASSASSINATO

Conte para todos os seres humanos no velório como você matou seu unicórnio, ou seja, conte como foi que você despertou do seu equívoco.

EXEMPLO: Depois que troquei a roupa do deusoutro, ficou mais difícil ainda matar meu unicórnio. A existência da matéria era inegável. E era inegável também que eu não era o criador da matéria. Eu não era o criador da árvore, nem da pedra, nem da água, nem do planeta, nem das estrelas, nem do universo, nem de mim mesmo. Então, de fato, deus era outro e deus se chamava matéria. Eu era criatura. Isso era inegável. Até que, certo dia… (não vou contar como se deu o assassinato, porque não quero influenciar o velório de quem matou o deusoutro também)… E foi assim que matei esse unicórnio chamado deusoutro.

04 | AGRADEÇA E DESPEÇA

Converse com seu unicórnio, reconheça a aprendizagem que ele lhe ajudou a adquirir e se despeça dele.

EXEMPLO: Caro deusoutro, você foi um grande adversário nessa minha caminhada da autorrealização. E não sei se foi pior quando estava vestido de gordo barbudo do que quando estava vestido de matéria. No primeiro caso, você estava atrelado à religião, e era o tipo de cara que mandava seus fiéis matar o próprio filho para provar que te amavam. Onde já se viu um deus tão carente assim? Credo! Mas enfim, você foi muito danoso pra mim com essa roupa. Vestido de matéria, você teve influência oposta, mas também danosa. Você conseguiu esconder minha existência de mim e me fazer acreditar que eu era uma coisa. Sendo assim, vivi como uma coisa, fazendo qualquer coisa, afinal, eu não fazia coisa alguma, era você me fazia todas as coisas. Mas olha só que coisa!!!! Olha eu aqui no seu velório te enterrando. Ganhei. Você foi um grande adversário, mas perdeu. Você sabia que perderia. Não há equívoco que dure para sempre. Dura o tempo da aprendizagem. Agradeço por você ter me ajudado a descobrir que deus sou eu. Lição aprendida. Fim desse equívoco. Eu me despeço de você aqui. Descanse em paz.

05 | REDAÇÃO DO VELÓRIO

Junte os passos 1,2,3 e 4 e os transforme em uma redação.

(1) VELÓRIO DO DEUSOSTRO

(2) Caros seres humanos, é duro admitir, mas passei minha vida inteira acreditando que deus era outro. No começo, eu acreditava que deus era um velho gordo e barbudo que morava no céu, num castelo de nuvens. O que ele ficava fazendo lá? Não sei. Mas acreditei nesse unicórnio até o começo da adolescência. Até que meus amigos começaram a zombar de mim por acreditar numa crença tão infantil. Meus amigos eram cientistas e filósofos e não acreditavam em deus. Teve até um deles, um bigodudo, que proclamou ter matado deus. Só que meus amigos usavam o materialismo para matar deus. Cadê deus? Onde está deus? Porque deus não desce da nuvem e vem resolver as guerras, as doenças, a porra toda? O argumento era convincente. Peguei o materialismo e esfaqueei deus. Mas não matei o deusoutro, apenas o substitui por outro, pela matéria…

(3) Depois que troquei a roupa do deusoutro, ficou mais difícil ainda matar meu unicórnio. A existência da matéria era inegável. E era inegável também que eu não era o criador da matéria. Eu não era o criador da árvore, nem da pedra, nem da água, nem do planeta, nem das estrelas, nem do universo, nem de mim mesmo. Então, de fato, deus era outro e deus se chamava matéria. Eu era criatura. Isso era inegável. Até que, certo dia… (não vou contar como se deu o assassinato, porque não quero influenciar o velório de quem matou o deusoutro também)… E foi assim que matei esse unicórnio chamado deusoutro.

(4) Caro deusoutro, você foi um grande adversário nessa minha caminhada da autorrealização. E não sei se foi pior quando estava vestido de gordo barbudo do que quando estava vestido de matéria. No primeiro caso, você estava atrelado à religião, e era o tipo de cara que mandava seus fiéis matar o próprio filho para provar que te amavam. Onde já se viu um deus tão carente assim? Credo! Mas enfim, você foi muito danoso pra mim com essa roupa. Vestido de matéria, você teve influência oposta, mas também danosa. Você conseguiu esconder minha existência de mim e me fazer acreditar que eu era uma coisa. Sendo assim, vivi como uma coisa, fazendo qualquer coisa, afinal, eu não fazia coisa alguma, era você me fazia todas as coisas. Mas olha só que coisa!!!! Olha eu aqui no seu velório te enterrando. Ganhei. Você foi um grande adversário, mas perdeu. Você sabia que perderia. Não há equívoco que dure para sempre. Dura o tempo da aprendizagem. Agradeço por você ter me ajudado a descobrir que deus sou eu. Lição aprendida. Fim desse equívoco. Eu me despeço de você aqui. Descanse em paz.

EXEMPLOS (FEITOS)

VELÓRIO DO NARCISO

Acreditei desde o meu nascimento que eu era a coisa mais importante do universo. É esse delírio mesmo, bilhões de galáxias, espaço em constante expansão, novos seres ganhando vida para manifestação a cada milésimo de segundo e eu acreditando piamente ser o centro aonde tudo gira em volta. Se eu não botasse fé nessa crença, ele me diria que eu sou trouxa por não por em pratica minhas vontades, me falava que eu precisava ter voz ativa. Ela é sedutora pois nao esta de todo equivocada. Pois ja me foi útil acreditar que eu sou o ser mais urgente do universo. Se nao, eu nao comeria, nao aprenderia que “quem nao chora nao mama”. Alem disso, se eu não tivesse a noção do tamanho real das minhas vontades, ninguém mais no universo as realizaria por mim. Afinal o egoísmo é o amor que move todas as coisas

Apesar dessa mentalidade estar certa e ter um estilo de vida atraente, ela possui um equivoco que a torna falha, e se eu o desconsidero, vivo em sofrimento e causo dor também aos seres a minha volta. É o equivoco da SUPREMACIA. Se trata de acreditar que “o outro” deve satisfazer minhas vontades porque minha perspectiva é suprema em relação aos demais.

Quando eu chorava pra pedir leite da minha mãe, eu era supremo. Conseguia o que queria do universo. Porem eu dependia 100% do universo para existir e ele colaborava comigo. Sou filho da colaboração universal. Fiquei maior e continuei crendo ser supremo. Esperava a mesma colaboração acreditando ser obrigação, mas desconsiderava que eu nao dependia mais de ninguém. Ja não era mais um bebe, mesmo que minha crença diga o contrario.

Portanto, a arma que atira contra a SUPREMACIA dos desejos humanos se chama AUTONOMIA. Sou autonomo para realizar meus desejos contudo preciso da colaboração espontânea do universo – FIM DA SUPREMACIA. Se eu sou um ser autônomo, deduzo que todos demais também são. Logo, fazendo os cálculos chegamos a solução da equação: Não sou a coisa mais importante do universo pois sou fruto da colaboração espontânea do cosmo, ou seja: Todas as vontades universais me criaram (da bactéria do leite ao oxigênio no ar) sendo assim sao igualmente importantes pra coletividade. Nem maior nem menor, IGUAL. (+1) e (1) ao mesmo tempo. IGUAL e UNICO.

Ufa! Achei a solução! Por isso me despeço de voce. Te agradeço profundamente por me tornar um filosofo e um cientista, um pensador. Se não fosse por você eu teria uma mentalidade de bebe num corpo de adulto. E se eu tentasse ser colaborativo com os outros seres seria forçado e não espontâneo. Obrigado por isso, você contribuiu com minha espontaneidade e autorelização. Sou mais eu graças a você.


VELÓRIO DO UNICARMA

Galera aqui jaz Unicarma popularmente chamado de karma nas rodas de samba; e vamos dar a última pá de terra nesse maluco q se encontra agora a 7 chakras do chão; ele é conhecido da galera das antigas; se mistura bem em todas as religiões e éticas; monto nele desde a tenra infância quando ele era um pônei (pônei maldito) ele é onipresente e pronto a revidar mesmo q mentalmente a qualquer deslize meu se não seguir a cartilha; me derruba da bicicleta dias depois de desobedecer meus pais, me demite pois traí minha namorada, fez me atrasar segunda porque dei na canela de um no domingo; me fez ser assaltado porque não devolvi o troco a+ do pão. Ele era bonitinho, todo mundo falava bem; uns o chamavam de chave de ouro, o equilíbrio do universo; eu o chamava de uni.

Fui percebendo q uni fez me afastar da minha casa de mim mesmo e me prendeu na caverna do Dragão Platão que não era eu. Tentei me afastar várias vezes e voltar pra casa mas ela como vulto soltava um béeeee toda meiga e inocente e eu voltava(essa criatura tão doce não pode ser o vilão) mas cheguei ao meu limite! E eu porraaaaaa?! Kd a lei do darma comigo! Só eu tenho q me fuder nesse caralho pra salvar os outros! Eu quero ser eu! Eu quero falar não quando eu quero falar não! Sem culpa! Não sou caixa de isopor que nego enche de elogio e me leva para onde quer! Não teve anjo no holocausto para segurar a faca! Vá te pro inferno!

Aprendi muito com você Unicarma, me mostrou coisas boas q há em mim que sou eu; que gosto de ajudar, me faz bem, mas isso tem que ser uma escolha minha não uma obrigação eterna, obrigação por medo. Que se laske a lei da atração e o segredo (as vezes vc barganha com estas máscaras) e me desculpe porque a culpa sempre foi minha e te acusei, colhi oque plantei, até porque você não existe.

© 2023 • 1FICINA • Marcelo Ferrari