O mundo parou para ver o mundo correr. Nenhuma novidade. Correr atrás do ouro não é privilégio de atleta olímpico. Corremos atrás do ouro desde que o mundo é mundo. Mas dessa vez a rotina estava pintada de Usain Bolt. O homem mais rápido do mundo. Expoente maior da produtividade. Capaz de produzir 500 gramas de ouro em menos de 10 segundos. Antítese absoluta do ócio.
Ligo a TV e me lembro de recente exame cardíaco que fiz. No começo estava correndo tranquilo na esteira clínica. Aos poucos o médico foi aumentando a velocidade de rotação da esteira.
“Esse é o máximo?”, perguntei ao médico, já trançando as pernas.
“Você aguenta mais?”, ele perguntou.
“Pode aumentar!”, eu disse.
O médico aumentou a velocidade da esteira até ficar insuportável.
“Esse é o máximo?”, perguntei com esperanças que fosse.
Vendo meu cansaço e inexperiência no exame, o médico me aconselhou:
“Não tente ganhar da esteira, a esteira sempre vence”.