Viver é escrever uma história ponto por ponto, entender é ligar os pontos. Por isso sua experiência humana não faz sentido para você ainda. Falta uma linha lógica para ligar os pontos. E cadê essa linha? Onde está? Não está em lugar nenhum. A linha que liga todos os pontos da sua história é você mesmo. Tudo que aconteceu, acontece e acontecerá com você está ligado a você, em você e por você. Só que você está esquecido de si. Esse é seu ponto atual. Por isso nada faz sentido. Fez sentido?
O que é isto que você está fazendo agora? O que é isto que você continuará fazendo a cada instante consecutivo? Você está experimentando sua história. Assim, a primeira obviedade a ser observada, é que você está sempre experimentando sua história. Cada um está sempre experimentando sua própria história.
Por que este estudo começa pela constatação desta obviedade? Para constatarmos outra obviedade fundamental. Qual? De que não tem como você deixar de experimentar sua história. Você está sempre experimentando sua história. Destaque total para a obviedade do “sempre”. Sempre significa que é impossível fugir deste funcionamento. É assim que funciona.
Se você tentar deixar de experimentar sua história, você irá experimentar a história de tentar deixar de experimentar sua história. Se você negar sua história, você irá experimentar a história de negar sua história. Se você fingir que sua história não lhe pertence, você irá experimentar a história de fingir que sua história não lhe pertence.
Tic, tac, tic, tac, tic, tac, tic, tac… Não tem como fugir da própria história. Você está sempre experimentando sua história, ininterrupta e inevitavelmente, seja qual história for. Perceber e entender isto, é simples, óbvio e fundamental para o bem viver.
Sua história pode ser de dois tipos. Apenas dois. Isso pode parecer estranho, uma vez que parece haver uma infinidade de histórias possíveis, histórias de casamento, namoro, maternidade, paternidade, riqueza, pobreza, saúde, doença, cozinheira, lixeiro, cientista, artista, religioso, etc. Sim, realmente existem infinitas possibilidades de histórias, porém, todas se resumem a apenas dois tipos.
Seja qual for a FORMA que sua história tenha, a QUALIDADE só pode ser:
1) História feliz
2) História INfeliz
Por exemplo:
Se a forma da sua história é casamento, a qualidade só pode ser:
casamento feliz ou infeliz.
Se a forma da sua história é namoro, a qualidade só pode ser:
namoro feliz ou infeliz.
Se a forma da sua história é maternidade, a qualidade só pode ser:
maternidade feliz ou infeliz.
Se a forma da sua história é riqueza, a qualidade só pode ser:
riqueza feliz ou infeliz.
Se a forma da sua história é pobreza, a qualidade só pode ser:
pobreza feliz ou infeliz.
Se a forma da sua história é saúde, a qualidade só pode ser:
saúde feliz ou infeliz.
Se a forma da sua história é doença, a qualidade só pode ser:
doença feliz ou infeliz.
Se a forma da sua história é cozinheira, a qualidade só pode ser:
cozinheira feliz ou infeliz.
Se a forma da sua história é cientista, a qualidade só pode ser:
cientista feliz ou infeliz.
Se a forma da sua história é religiosidade, a qualidade só pode ser:
religiosidade feliz ou infeliz.
E assim por diante.
Então, já temos duas obviedades constatadas:
1) Você está sempre experimentando sua história.
2) Sua história pode ser feliz ou INfeliz.
Você quer experimentar história feliz. Eu quero experimentar história feliz. Ele quer experimentar história feliz. Ela quer experimentar história feliz. Todos queremos experimentar histórias felizes. Ninguém quer experimentar história INfeliz. É por isto que problema é problema. Problema é história INfeliz. Todos queremos experimentar histórias felizes e quando isso não acontece, tem algum problema. É por isto que buscamos solução. Busca por solução é busca por história feliz. Quando não há história infeliz, não há problema, se não há problema, não há o que resolver. Buscamos solução porque há problema, ou seja, porque estamos experimentando uma história INfeliz e queremos experimentar história feliz. Sendo assim, já temos três obviedades constatadas:
1) Você está sempre experimentando sua história.
2) Sua história pode ser feliz ou INfeliz.
3) Você quer experimentar história feliz.
O que faz com que sua história seja feliz ou INfeliz? Qual é a causa? A causa é você. História é efeito. Este efeito pode ser de dois tipos, feliz ou INfeliz. A causa é a mesma: você. Se você está experimentando história INfeliz, a causa é você. Se você está experimentando história feliz, a causa é você também. Cada um é criador e criatura, ou seja, causador e experimentador da própria história. Isto explica também por que você está sempre experimentando sua história, porque você é a causa do que você está sempre experimentando. Nada mais justo, não é? Sendo assim, já temos quatro obviedades constatadas:
1) Você está sempre experimentando sua história.
2) Sua história pode ser feliz ou INfeliz.
3) Você quer experimentar história feliz.
4) Você é criador da sua história.
O maior obstáculo para compreensão de que você é criador e experimentador da sua história, é seu entendimento sobre si mesmo, sobre “você”. Quando este estudo diz que “você” é criador e experimentador da sua história, está expressando um entendimento sobre “você” que provavelmente é bem diferente do seu entendimento atual sobre si mesmo. Mas não tem problema nenhum nisso, está perfeito. Se o que está sendo explicado aqui já fosse evidente para você, não haveria necessidade de explicação. Assim, a partir de agora, para que o processo de criação da sua história (Tic Tac) fique evidente para você, vamos entender “você”. O que é você?
Você é uma unitrindade (um e três). Todo ser é uma unitrindade porque todo ser é um sistema. Unitrindade é a natureza de todo sistema. Todo sistema é um porquê é um sistema, e três, porque tem três aspectos. Para ilustrar, podemos pensar em um relógio, por exemplo, já que o título deste estudo é TIC TAC. O relógio é um porquê é um relógio, mas também é três, porque tem três aspectos em si:
1) CAUSA – Mola ou bateria que estimula o funcionamento.
2) MEIO – Engrenagem que transforma o estímulo.
3) EFEITO – Movimento do ponteiro, estímulo transformado.
Analogamente, você é um porquê você é um ser, e você é três, porque tem três aspectos em si.
Primeiro aspecto da sua unitrindade é que você é Nada. Mas o que é Nada? Nada é nada? Não! Nada é o potencial para Tudo. Então, você enquanto Nada, é Tudo-potencial, é onde Tudo inicia. Tudo sai do Nada. Sem Você-Nada, seria impossível você experimentar Tudo que você experimenta. Imagine uma tela de televisão. A tela da televisão é Nada. Não tem filme nenhum na tela da televisão. Não tem nada. Porém, todos os filmes passam neste nada que é a tela da televisão. Assim, o primeiro aspecto da sua unitrindade, é que Você é Nada, ou seja, você é Eterno Início, você é o potencial para todas as suas histórias. Todas as histórias que você já experimentou, vieram de Você-Nada. Todas as histórias que você pode vir a experimentar, também virão de Você-nada.
Você é nada.
Você-nada é você Eterno Início.
Você-nada é você potencial para Tudo.
Você-nada é você causa da sua história.
Você nada é você-tic.
Você é Nada e você é Tudo também. E o que é tudo? Você-nada é você-potencial para tudo, para todas as suas histórias, para tudo que você pode experimentar, tudo é você realizado. Você-nada é você eterno início, Você-tudo é você eterno fim. Então, um ponto fundamental a ser observado, é que você é eterno. E isto deve mudar bastante seu entendimento sobre início e fim e também sobre o que você é.
Você é tudo.
Você-tudo é você eterno fim.
Você-tudo é você realizado.
Você-tudo é você efeito.
Você-tudo é sua história.
Você tudo é Você-tac.
Você é Tic e Tac.
Você é Nada e você é Tudo. Mas sendo que você é três, o que falta para completar sua UNItrindade? Falta Você-meio. Entre Você-tic e Você-tac, tem Você-meio. Entre você Eterno Início e você Eterno Fim, tem você Eterno Meio. Para que Você-nada se transforme em você-Tudo, é preciso um transformador. Este transformador é Você-meio. Vamos ilustrar fazendo uma analogia com seu computador e este texto. Você está recebendo os impulsos da internet para ler este texto, mas para os impulsos da internet se transformarem em texto, tem o computador. Não são apenas os impulsos que você está vendo na tela, você está vendo os impulsos transformados em texto. O computador é o meio que está transformando os impulsos em texto. O mesmo ocorre com você e com sua história. Para que Você-nada possa se transformar em Você-tudo, ou seja, em sua história, também é necessário um transformador. Este transformador é Você-meio. Você-meio é o que faz você ser igual você. Você-meio é o sinal de igual (=). Agora está completa sua UNItrindade: Você = Você.
1) Você
2) (=)
3) Você
1) Você-nada
2) (=)
3) Você-tudo
1) Você-eterno-início
2) (=)
3) Você-eterno-fim
1) Você-tic
2) (=)
3) Você-tac
Você é eterno meio.
Você-meio é o que transforma Você-nada em Você-tudo.
Você-meio é você escritor da sua história.
Você-meio é você (=)
Tic Tac é você = você. Só que Tic Tac não é uma equivalência estática, é uma equivalência dinâmica. Tic tac é Você = você, você = você, você = você, você = você… Então, Tic Tac é você SENDO você.
Você é o relógio da sua história.
Tic Tac é seu viver.
Tic Tac é você brincando de «eu sendo eu».
Você criando sua história é a tal da gênese. Gênese é você criando você. Gênese é Você-tic criando você-Tac. CriANDO é gerúndio. Então, é fundamental observar que gênese é gerúndio. Gênese é você criANDO você, agora, agora, agora, agora… Gênese é todo instante. Sua história não foi criada e pronto, sua história está constantemente SENDO criada por você. Tic, tac, tic, tac, tic, tac, tic, tac, tic, tac… Isto é semelhante a um filme de cinema. O rolo de filme é uma sequência de frames. É esta sequência de frames no gerúndio, ou seja, sendo projetada, que produz a história, o filme. A gênese do filme é gerúndio também. Um filme em que a gênese fosse feita e pronto, não seria um filme, seria uma fotografia. O mesmo com a sua história. Sem constante criação não tem como ter constante experimentação. Você experimenta sua história como filme e não como fotografia, porque gênese é gerúndio, porque você está constantemente criando sua história. Sua história é você Tic Tac ANDO.
Você sendo você, sendo você, sendo você, sendo você, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, é você criando sua história. Sua história é CONsequência. Primeiramente, vamos visualizar isto usando uma imagem de relógio:
Mas sua história não é apenas criação CONsequencial, sua história é criação CONsequencial humana. Então, você sendo você, sendo você, sendo você, sendo você, sequencialmente e humanamente, é você produzindo sua história humana. Para visualizarmos isto vamos trocar a imagem do relógio por um ser humano:
Você-nada é sem forma. Você-tudo é com forma. Você-meio é o que transFORMA Você-nada em você-tudo. Você-meio é você-fôrma. Sua história tem forma porque Você-meio está sempre transFORMAndo Você-nada em Você-tudo. O que dá forma a forma é a fôrma. Você-meio é o que dá forma à sua história.
A fôrma que Você-meio está usando para transformar Você-nada em Você-tudo, é a mentalidade humana. Você-meio é sua mentalidade humana. E a mentalidade humana também é UNItrina. Então, Você-meio é uma UNItrindade dentro de uma UNItrindade. Vamos entender a UNItrindade da mentalidade humana.
Um dos três aspectos da sua mentalidade humana é a imaginação.
O que é imaginar?
Imaginar é produzir pensamentos.
Outro aspecto é a razão.
O que é raciocinar?
Raciocinar é analisar pensamentos.
O terceiro aspecto é o arbítrio.
O que é arbitrar? Ou seja, o que é optar?
Optar é realizar pensamentos.
Então, entre o Tic e o Tac, tem você-meio, e em você-meio, tem este processo do arbítrio.
Agora, sendo que Você-meio é a mentalidade humana, podemos representar Você-meio como sendo o cérebro.
Então, você imagina, analisa, decide e experimenta. A imagem a seguir é um exemplo disto:
Você-meio é o que estabelece a equivalência entre Você-tic e Você-tac, porém, a equivalência que você estabelece pode não ser equivalente, pois você executa o arbítrio. Você opta pelo que você JULGA ser equivalente. Você busca a equivalência, porém, você busca através do julgamento. É aí que entra um ingrediente fundamental da brincadeira de Tic Tac humano. Você-meio é livre para errar no seu julgamento. Isto pode acontecer. É possível. Então, você pode optar por realizar uma história não-equivalente.
Por você ter liberdade de errar em seu julgamento, faz-se a brincadeira. Que brincadeira? A brincadeira de êxito ou fracasso. A brincadeira de acertar no julgamento ou errar no julgamento. E, inclusive, acertar em um nível e melhorar o nível, ou seja, acertar mais ainda. Sendo assim: O que é êxito? Êxito é quando Você-meio acerta em seu julgamento e Você-tic está EM equivalência com Você-tac.
O que é fracasso? Fracasso é quando Você-meio erra em seu julgamento e Você-tic está SEM equivalência a Você-tac.
Agora fica fácil entender o que é felicidade e sofrimento na experiência humana.
Felicidade é Você-tac
informando que Você-meio
está obtendo êxito
em produzir equivalência.
Sofrimento é Você-tac
informando que Você-meio
está fracassando
em produzir equivalência.
Sua realidade é sua história. Primeiro passo. Realidade é efeito. Segundo passo. Terceiro passo: efeito é passado. E por que efeito é passado? Porque efeito vem depois da causa. A causa antecede o efeito. Por isto efeito é passado. O que você está experimentando agora e sempre é sua realidade. Realidade é efeito. Então, o que você está experimentando agora e sempre NÃO É o presente, é o passado. Quando você entende isto, quando isto se torna óbvio para você, quando isto se torna evidente, você revoluciona sua mentalidade e sua experiência humana. Por quê? Quando você acredita que a realidade que está experimentando é o presente, você está ignorando a causa da sua realidade, uma vez que você ignora a causa, que é você mesmo, você acredita que é incapaz de alterar sua realidade (efeito). A descoberta de que realidade é passado desamarra as suas mãos, lhe devolvendo a consciência de escritor da própria história (causa da própria história).
Colocando sua unitrindade em termos temporais, você-potencial é o futuro, porque tudo pode ser no futuro, sua vida é o passado, potencial realizado, e Você-meio é o presente, onde se dá a transformação do futuro em passado. Sendo assim, o presente não está na vida, o presente está entre o futuro e o passado, o presente está no meio, o presente está no seu viver. Viver não está na vida, viver é antes da vida, viver antecede a vida. Ou seja, é o viver que produz a vida e não a vida que produz o viver. Esta desinversão é a revolução da consciência.
Você está experimentando sua história, você está experimentando sua vida, porque seu viver, que é eterno meio, está produzindo sua vida. É seu viver que produz sua história e não sua história que produz seu viver. É seu viver que produz sua realidade e não sua realidade que produz seu viver. É seu viver que produz sua vida e não sua vida que produz seu viver. Sua história, sua realidade, é experimentADO, é passADO, é resultADO do seu viver. Por isto que, retirado seu viver, não tem sua história, sua realidade, sua vida. Vida é passado.
Qual é seu presente agora? Fez algo errado? Está feito, passado. Leite derramado? Está derramado, passado. Pé na bunda do namorado? Está chutado, passado. Crítica do amigo? Está criticado, passado. Êxtase transcendental? Está extasiado, passado. Revelação da verdade absoluta? Está revelada, passado. Percebe? Não existe presente. Tudo que você experimenta é porque já aconteceu. Por isso é sábio aceitar o presente. Presente é passado. É impossível mudar o passado. O que você pode fazer, caso seu presente esteja em desacordo com sua vontade, é ajustar o relógio que está criando sua história: você. Como? Praticando autociência e ficando ciente de qual é o desajuste.
Presente é viver. Mas o que é viver? Viver é optar. Viver é arbítrio. Viver é você-meio fazendo o que Você-meio faz. Viver é Você-meio produzindo sua equivalência.
Você só pode ser você. Então, sua história só pode ser de dois tipos:
HISTÓRIA FELIZ
Você só pode ser você.
Você decide ser você.
Você é você.
Você é feliz.
HISTÓRIA INFELIZ
Você só pode ser você.
Você decide não ser você.
Você não é você.
Você é infeliz.
Você não quer sair da cama, por isso aperta o soneca até o limite da demissão. Ficar na cama sonhando com a demissão é tudo que mais quer, mas você não fica. Todo mundo faz o que não quer, queira ou não queira, e você não pode ser diferente. Todo mundo atravessa o dia se arrastando, queira ou não queira, e você não pode ser diferente. No fim do dia, todo mundo volta para casa sentindo o mesmo vazio, a mesma agonia, o mesmo desgosto em viver, e claro, você igualmente. Daí você acende um incenso diferente, coloca uma música diferente, faz uma meditação diferente e dorme convicto que amanhã, amanhã, amanhã, vai ser diferente.
99% do seu viver é automático. Viver automático é viver subconsciente. Viver subconsciente é hábito. Hábito é tic-replay-tac.
Entre Você-tic e Você-tac, tem a opção. Só que esta opção pode ser uma opção habitual, sem análise, para que tenha um replay automático desta opção. Isto é o hábito.
Você faz seu hábito e seu hábito refaz você por você.
Você faz seu hábito e seu hábito mantém sua história.
Você é capaz de aprender. Nenhum outro ser no planeta tem esse poder que você tem. E mais! Tudo que você aprende e faz repetidamente, você adquire tanta competência em fazer que você é capaz de fazer sem perceber que está fazendo, ou seja, automaticamente.
Falar português, por exemplo. Você não nasceu falando português, você aprendeu. E detalhe! Aprendeu sozinho e quando era neném. Não é extraordinário? Daí, você praticou e agora as palavras saem da sua boca sem que você precise ficar pensando que b+a é ba, b+e é be, etc.
Essa sua capacidade de fazer as coisas cada vez melhor e automaticamente se chama competência subconsciente. Sem isso, você jamais conseguiria andar e digitar no celular ao mesmo tempo, por exemplo. Mas você praticou andar até se tornar uma competência subconsciente. É por isso que atualmente você anda automaticamente.
A prática faz a prática. Tudo que você pratica se torna uma competência subconsciente, ou seja, uma maestria. Sendo assim, te pergunto: Qual é sua prática?
Você pratica reclamar? Se sim, você se tornará mestre em reclamação. Você será tão bom nisso que verá defeito em tudo, até onde não tem. Suas reclamações irão bombar no youtube e você se tornará uma celebridade.
Você pratica arranjar desculpas? Se sim, você se tornará mestre em procrastinação. Você será tão bom nisso que verá dificuldade em qualquer coisa. Tarefas fáceis como trocar uma lâmpada se tornarão impossíveis de serem realizadas.
Você pratica fazer tudo nas coxas? Se sim, você se tornará mestre em mediocridade. Você será tão bom nisso que jamais fará nada de bom. Você terá muitos empregos, mas jamais terá uma profissão. Você terá muitos parceiros, mas jamais terá um relacionamento.
Você pratica se fazer de vítima? Se sim, você se tornará mestre em vitimismo. Você será tão bom nisso que o funcionamento do universo terá um único propósito: te prejudicar. E a culpa será sempre do governo, do sistema, do outro.
Você pratica imposição? Se sim, você se tornará mestre em violência. Você será tão bom nisso que ganhará tudo no grito. Sua política será a ameaça. E todas as pessoas irão te amar por medo.
Você pratica inveja? Se sim, você se tornará mestre em fofoca. Você será tão bom nisso que colocará defeito em tudo. Sua rotina será participar das redes sociais. Sua atividade predileta será compartilhar fake news.
Você pratica controlar? Se sim, você se tornará mestre em cagar regras. Você será tão bom nisso que transformará os 10 mandamentos em 10 milhões. Você se tornará o juiz do universo e condenará todos os infratores a pena de morte, inclusive a si mesmo.
Você pratica fingir? Se sim, você se tornará mestre em hipocrisia. Você será tão bom nisso que sempre dirá exatamente o que o outro quer ouvir. Você jamais discordará dos outros. Você jamais expressará sua opinião. Você jamais será sincero. Você jamais será você.
Então, qual é sua prática?
Hábito é apenas hábito. É uma ferramenta humana. Porém, existem dois tipos de hábito:
BOM HÁBITO
Bom hábito é aquele que lhe AJUDA a re-produzir histórias felizes.
MAU HÁBITO
Mau hábito é aquele que lhe IMPEDE de produzir histórias felizes.
Assim como os diversos problemas são uma coisa só, problema, os diversos maus hábitos também são uma coisa só, OUTROísmo. Outroísmo é atribuir ao outro a responsabilidade pela realização da própria história. Outroísmo produz história infeliz porque é impossível viver pelo outro.
Assim como as diversas soluções são uma coisa só, solução, os diversos bons hábitos também são uma coisa só, AUTOísmo. Autoísmo é atribuir a si mesmo a responsabilidade pela realização da própria história. Autoísmo produz história feliz porque é impossível viver pelo outro.
Hábito é subconsciente. Então, para mudar de outroísmo para autoísmo você deve trazer ao consciente seu outroísmo subconsciente.
Se eu pedir para você observar sua mão, você irá colocá-la na frente dos olhos e assim, usando a visão, você irá observar sua mão. Agora, se eu pedir para você observar o que você está sentindo, como você faz isto? Usando a visão? Se eu pedir para você observar o que você está pensando, como você faz isto? Usando a visão? Se eu pedir para você observar o que você gosta, como você faz isto? Usando a visão? Se eu pedir para você observar o que é importante para você, como você faz isto? Usando a visão? Se eu pedir para você observar o que você acha certo, como você faz isto? Usando a visão? Se eu pedir para você observar sua cultura, o que você aprendeu, como você faz isto? Usando a visão?
Você não usa a visão, mas você observa tudo isso. É claro que observa. Se você não observasse tudo isto, você não teria como saber de nada disto. E você sabe. Então, como você observa tudo isso, se não é usando a visão? Simples, você tem uma visão mental. Esta visão mental se chama consciente. Observar o próprio conteúdo mental subconsciente com o consciente é fazer auto-observação.
Para trazer seu outroísmo subconsciente ao consciente, você deve praticar auto-observação. Com a descoberta do que está lhe IMPEDINDO de produzir história feliz, naturalmente você começa a mudar de hábito e produzir história feliz. É simples assim:
Aristóteles se tornou filósofo influenciado pela profissão de seu pai, que era médico, por isso ele viu o homem como um organismo. Freud se tornou psicanalista, aliás o primeiro psicanalista, após estudar fisiologia nervosa, por isso ele viu a psique como o sistema hidráulico da libido (desejo). Aristóteles e Freud morreram antes da invenção da computação. Se ainda estivessem vivos, creio que teriam abandonado essas visões para investir na visão do cérebro como um computador.
Todo ser humano deveria estudar computação. Não para aprender a usar um computador, mas para aprender a usar o próprio cérebro. Todo ser humano vive através do cérebro. Então, assim como é preciso conhecer o funcionamento do windows para navegar pela internet, também é preciso conhecer o funcionamento do cérebro para viver.
O entendimento dos conceitos de computação facilitam muito o entendimento dos conceitos de autoconhecimento. Por exemplo, todo o platonismo pode ser explicado através do termo: realidade virtual. O processo do pensamento pode ser explicado através dos termos: input e output. E por ai vai! Não vou enunciar todas as analogias aqui, vou explicar duas: open source e closed sorce.
Um programa de computador (aplicativo) pode ser de código aberto (open sorce) ou código fechado (closed source). Um aplicativo de código fechado é impossível de ser alterado. O windows, por exemplo, é closed source. Um aplicativo de código aberto pode ser alterado. O linux, por exemplo, é open source, ou seja, pode ser alterado.
O ser humano é simultaneamente open souce e closed source. A natureza humana é closed source, ou seja, não pode ser alterada. Por isso não importa o que você faça, você nunca deixará de ser humano. Por outro lado, a mentalidade de cada ser humano é open source. Por isso você não é a mesma pessoa de 20 anos atrás e nem a mesma da semana passada.
O fato da sua mentalidade ser open source é um privilégio humano. Uma abelha, por exemplo, é closed source. Uma abelha nasce programada para fazer mel e não tem outra opção. Um ser humano pode se programar para funcionar como quiser. Se você quiser ser padeiro, ou astronauta, ou comediante, ou dançarino, ou nadador, ou agricultor, ou veterinário, etc, basta você se programar para isso. Você é open source.
Mas se você não se programar, se não assumir a responsabilidade pela gestão da sua mentalidade, você será inevitavelmente programado pelos outros. Você é open source, então, você tanto pode se programar como os outros podem programar você. O problema do segundo caso é que os outros ignoram sua unicidade, logo, irão lhe programar em desacordo com ela e você viverá mal.
Milhões de seres humanos vivem mal por possuírem mentalidades em desacordo com suas unicidades. Se você sofre com sua mentalidade, é sinal que ela está em desacordo. Provavelmente ela foi programada por seus pais, ou seus amigos, ou sua sociedade, ou tudo isso junto. Não importa. Já foi. Já está programada.
Mas você é open source, então, você pode reprogramá-la. O primeiro passo é assumir essa responsabilidade. O segundo passo é ficar consciente do seu funcionamento mental, ou seja, praticar auto-observação para adquirir autoconhecimento.
Por que minhoca caga terra?
— Minhoca caga terra porque come terra.
Essa brincadeira infantil tem continuação, mas basta essa parte para você entender algo fundamental sobre seu funcionamento mental. Se minhoca comesse batata frita, cagaria batata frita, se comesse cenoura, cagaria cenoura, se comesse macarrão, cagaria macarrão, etc. Só que minhoca come terra, então, caga terra. Óbvio!
O mesmo acontece com você. Seu subconsciente é uma minhoca que caga realidade.
Se você alimenta seu subconsciente com estímulos de tipo A, ele armazena memórias de tipo A, que produz hábitos de tipo A e caga realidade de tipo A. Se você muda a alimentação do seu subconsciente para estímulos de tipo B, ele armazena memórias de tipo B, que produz hábitos de tipo B e caga realidade de tipo B.
Então, se deseja melhorar a qualidade da sua realidade, alimente melhor seu subconsciente.
Seu subconsciente executa seu comportamento, mas não sofre com o resultado. Quem sofre é você. Sofrer é experimentar. Experimentar é saber. Quem sabe é você. Seu subconsciente é igual um computador, apenas executa a programação sem saber do que se trata, sem saber se é certo ou errado, bem ou mal.
Seu subconsciente não tem culpa do comportamento que está executando. Que culpa um computador tem de executar a programação para o qual foi programado? Culpa nenhuma. Está perfeito. Tudo que você espera de um computador é que ele execute exatamente a programação.
Seu subconsciente não faz errado, faz o programado. Então, se você não consegue sair do sofrimento e deseja sair, ao invés de empenhar seu esforço e tempo tentando mudar seu comportamento e fracassando, empenhe seu esforço e tempo reprogramando seu subconsciente e conseguindo.
Uma tartaruga, quando nasce, já sabe nadar. Um passarinho, quando nasce, já sabe voar. Uma abelha, quando nasce, já sabe fazer mel. Seres humanos, quando nascem, não sabem fazer nada. Absolutamente nada. Precisam aprender tudo.
Essa é a grande vantagem de ser humano. Tudo pode ser aprendido, praticado e se tornar uma competência subconsciente, ou seja, uma maestria. Pense, por exemplo, em Airton Senna dirigindo um carro de F1, Messi controlando a bola, João Gilberto tocando violão, Shakespeare escrevendo um texto, Picasso pintando um quadro. Todos esses grandes mestres adquiriram suas maestrias graças a capacidade humana de aprendizagem.
Até aí, tudo lindo. E se a história da aprendizagem humana terminasse aí, seria uma maravilha. Mas a história continua. E pior! Ladeira abaixo! Essa mesma capacidade graciosa de aprendizagem é também a tragédia humana, porque assim como você pode aprender e ficar mestre em fazer coisas inteligentes e maravilhosas, você pode igualmente aprender e ficar mestre em fazer coisas estúpidas e nocivas.
Reclamar, por exemplo. Você não nasceu reclamando. Reclamar é um comportamento que você aprendeu, desenvolveu e se tornou uma maestria. Chegou um momento que você ficou tão competente em reclamar que reclamar se tornou natural como respirar. É uma maestria, mas é uma maestria nociva, pois reclamar não lhe ajuda, só lhe atrapalha.
Se você é vitimista (reclamão), ou intolerante, ou medroso, ou mentiroso, ou vaidoso, ou invejoso, ou caga-regra, etc. Nada disso é inato. Todos esses seus comportamentos são frutos de aprendizagem e repetição.
A matemática da maestria é simples: maior a repetição, maior a competência. E não importa se a competência adquirida te ajuda ou te prejudica, uma vez instalada, funciona dia e noite na máxima potência, mesmo que você não queira, pois funciona subconscientemente.
Muito bem! Primeiro dei a boa notícia, depois a má notícia, agora vamos a terceira notícia. Assim como você consegue desenvolver uma maestria, você também pode eliminá-la. O caminho da eliminação é o mesmo: aprendizagem e repetição.
Aprenda o novo comportamento e o repita toda vez no lugar do antigo. Por exemplo, se você é intolerante e quer se tornar tolerante, toda vez que estiver prestes a dar play na intolerância, mude de opção e pratique a tolerância. Com a repetição você irá deletando a maestria indesejada e instalando a maestria desejada.
Aluno que estuda um segundo idioma não se lembra do processo que passou na infância para aprender o primeiro, então, surge no aluno a crença (equivocada) de que aprendizagem é um processo sem processo. Grande engano!
Para aprender um segundo idioma o aluno deve passar pelo mesmo processo de aprendizagem que passou para aprender o primeiro. Só que tem uma coisa no processo de aprendizagem do segundo idioma, que também teve no primeiro, mas que o aluno esquece e não está interessado em lembrar. O quê?
Repetição. Infinitas horas de repetição. Tediosas horas de repetição. O saco explodindo de não aguentar mais repetir a mesma palavra, a mesma estrutura gramatical, o mesmo som, o mesmo vocabulário, o mesmo mesmo.
Já vi alunos chorando sangue, se descabelando, fazendo promessa, implorando de joelhos, oferecendo pagar o dobro, o triplo, o que fosse preciso para aprender um segundo idioma sem precisar passar pelo processo de aprendizagem. A maioria esmagadora desiste. Alguns voltam depois, mas desistem novamente. E voltam de novo e desistem novamente. E ficam assim, rodando em círculos na estaca zero.
Mas também já vi o milagre da aprendizagem acontecendo com alunos teimosos, que pagam o preço da aquisição de uma nova competência, que suportam e sobrevivem ao tedioso processo de repetição.
Talento não é suficiente. Talento facilita, mas não substitui o processo de aquisição da nova competência. E pior! Talento que não é exercitado, apodrece. Vejo pessoas com talentos apodrecidos o tempo todo. Pessoas que teimam em perpetuar o apodrecimento por não pagarem o preço do desenvolvimento de uma competência: a repetição.
Dói desenvolver uma nova competência. Dói mais ainda mudar de uma velha competência para uma nova. Mas não tem atalho. Fugir da repetição do novo é repetir o velho.
Na infância, eu só conhecia a igreja católica. Fiquei confuso quando descobri que existiam várias religiões. “Por que tantas religiões se só tem um Deus?” eu perguntava. Esse conflito se resolveu quando descobri que a palavra religião vinha do latim “religare” e significava religar. Outra coisa contraditória era o dízimo. “Para que Deus precisa de dinheiro?” eu perguntava. Esse conflito se resolveu quando entendi que dízimo não significava doar dinheiro, significava doar 10% do meu capital existencial, ou seja, doar 10% do meu tempo para a prática do religare. Eu era zeromista. Vivia 100% do tempo adormecido na mentalidade materialista. Não tinha tempo nenhum para doar ao criador da minha realidade. Aos poucos fui aumentando minha doação. Quando entendi que a melhor opção era doar tudo, entreguei 100%. Me tornei um cenzimista. Recomendo.
Tudo que você experimenta e chama de “minha vida” é uma aula de autoconhecimento. Um dos grandes obstáculos para você viver bem é ignorar isso. Por ignorar, você desperdiça suas oportunidades. Por desperdiçar, você recria a mesma história com cenário diferente. Como o cenário é diferente, você acredita que a história é nova. Não é! É a mesma história, contendo a mesma aula. E tudo bem! A escola do tempo é circular como relógio, você pode repetir a mesma história quantas vezes quiser. A escola do tempo não tem pressa de ensinar, você que decide quando é hora de aprender.
É comum as pessoas me perguntarem de onde eu tiro as coisas que eu falo e explico. A resposta é simples, eu tiro de mim mesmo. A próxima pergunta é “como?”. E a resposta também é simples, me auto-observando. É a auto-observação que deixa evidente para mim as coisas que digo e explico. Auto-observação é a solução. Com auto-observação tudo se esclarece e com esclarecimento tudo se resolve.
A única prática necessária para viver uma história feliz, para bem viver, é auto-observação. E não poderia ser outra prática, pois o que impossibilita a história feliz, o que impossibilita o bem viver é o oposto do que a auto-observação produz. Auto-observação produz lucidez, clareza, produz consciência. O que resulta em bem viver. Pois uma vez esclarecido, entendido, consciente sobre o funcionamento das coisas, lidamos bem com as coisas. Lidar bem com as coisas é viver bem.
O oposto da clareza, o oposto do entendimento, o oposto da consciência, é a ignorância. Quando estamos inconscientes, quando ignoramos como as coisas funcionam, não tem como vivermos bem. Nós estamos numa experiência de criação de história humana, então, quanto mais clareza, quanto mais lucidez sobre como funciona este processo de criação de história humana, melhor podemos executar esta criação de história.
E como adquirimos esta clareza? Através da prática da auto-observação. Conforme você for praticando auto-observação, tudo isto que foi dito neste livro, vai deixando de ser apenas uma informação, uma ideia, e vai se tornando evidente. Então, tudo que é necessário para o bem viver, para criar história feliz, é auto-observação. Apenas auto-observação. Nenhuma prática além desta.
COM CONSCIÊNCIA TUDO SE RESOLVE, SEM CONSCIÊNCIA TUDO SE COMPLICA
Boa prática! Votos de história feliz.
Prever o futuro você já faz, se não fizesse, morria atropelado ao atravessar a rua. Viajar no tempo, você também já faz. Viver é viajar no tempo. O que não existe é viagem no tempo tal como a mentalidade materialista entende o tempo. Aliás, você está mais do que viajando no tempo, você está criando o tempo.
Eu vivo no automático. Só saio do automático quando o piloto automático está me levando para merda. Daí, assumo o controle, reprogramo o piloto automático e pronto, fim do problema. Essa ideia de que se vive conscientemente o tempo todo é um equívoco. Tente passar um minuto respirando conscientemente e verá que não conseguirá nem 30 segundos. O piloto automático (subconsciente) não é um problema, é uma ajudante incrível, só cria problema quando mal programado.
Imagine que você está jogando um videogame. Você é um personagem em frente uma caixa. Você abre a caixa e tem um gato dentro. O gato estava dentro da caixa antes de você abrir? Se você partir da premissa materialista que supõe que a realidade é externa, dimensional, e temporal, independente da observação, você dirá que sim. Óbvio que o gato estava dentro da caixa, caso contrário, você não teria visto o gato quando abriu.
Essa resposta está perfeita na lógica materialista. Só que você é um personagem em um videogame e não um corpo material no universo. No videogame, nenhuma realidade se faz presente na tela até que você a crie através do controle (arbítrio). Enquanto você não opta por abrir a caixa, não tem sequer a imagem do interior da caixa, pois o videogame não criou essa imagem na tela ainda. Então, pode ter um gato dentro da caixa, mas também pode ter um repolho roxo, um pote de sorvete, um sapo, uma cebola, etc, infinitas possibilidades.
Sua decisão em abrir a caixa é o tal do colapso de onda. Você opta por abrir a caixa e experimenta a realidade resultante dessa opção. A partir desse momento, e só a partir desse momento, o videogame cria a realidade do interior da caixa com um gato dentro. Se você ignorasse que está jogando um videogame, você teria a convicção de que o gato é uma coisa material dentro de uma caixa material e que ele apareceu dentro da caixa porque já estava lá dentro.
Interrogue sua crença até você se convencer que deve continuar acreditando nela, ou então, até ficar óbvio que ela não merece mais sua fidelidade. Uma vez que fique óbvio, você deu início ao processo de desacreditar na crença.
Você não precisa alterar suas crenças. Isso é desnecessário e impossível. Crença é feita de memória e você não consegue deletar memória. O que você pode e deve fazer é alterar a forma como você se relaciona com suas memórias.
Uma crença é apenas uma crença, não tem nenhum poder nem valor. O poder e o valor de uma crença estão em você. É você que dá poder e valor a uma crença ao acreditar nela. Então, basta você descreditar da crença que está produzindo mal viver e o bem viver reaparece.
Claro que o hábito de acreditar numa crença faz você voltar a acreditar nela e voltar a viver mal. Mas agora você está consciente do buraco que se habituou a cair e sabe como sair. Levanta, sacode a poeira, sai do buraco e segue até cair de novo, por causa do hábito. E assim até não cair mais.
Pronto! Mau hábito reprogramado.
Criatividade é organização. Crianças brincam com pecinhas de lego. Usando a criatividade, as crianças organizam as pecinhas de lego criando diferentes formas. Uma música é uma organização específica de sete notas. Não existe nenhuma música que tenha uma oitava nota. Contudo, a criatividade de cada compositor em organizar essas mesmas sete notas resulta em uma infinidade de músicas diferentes. Imaginar coisas novas é pegar essas pecinhas mentais de lego chamadas memórias e organizá-las de um jeito novo. Santos Dumont, quando imaginou o avião, provavelmente se baseou em suas memórias de pássaros, por isso o avião tem asas.
Percebendo que o julgamento errado está errado através da experiência. Quando você faz um julgamento, você supõe que está certo, você só descobre que estava errado quando experimenta o resultado dele. Por exemplo, você acorda, está sol, você julga que vai fazer sol o dia inteiro e deixa o guarda-chuva em casa. No fim do dia, quando você está voltando para casa, chove e você chega em casa ensopado. Você chegando em casa ensopado é você transformando seu julgamento. Você acreditou que estava certo, mas descobriu que estava errado.
Você está recriando sua realidade a todo instante, mesmo inconsciente disso. Se você não recriasse sua realidade a todo instante, ela seria como uma fotografia, sempre a mesma imagem. Mas ela é como um filme, porque você, consciente ou não, está ininterruptamente recriando sua realidade. O problema é que sua realidade está uma bosta e você recria um cocô. Enquanto você não desperta a consciência e se torna um criador consciente, não tem como ser diferente, você ficará só alternando de bosta para cocô.
Não, história feliz é tac (output), viver bem é meio (arbítrio). Ou seja, viver bem é optar bem, optar com lucidez e maestria. Quando você vive bem, mesmo que você esteja em uma história infeliz, você vai fazendo opções cada vez melhores que te colocam cada fez mais perto de uma história feliz. Quando você vive mal, mesmo que você esteja em uma história feliz, você vai fazendo opções cada vez piores, que te colocam cada vez mais longe de uma história feliz.
Sua história está baseada no seu arbítrio. Seu arbítrio está baseado no seu sistema de crenças. Sendo assim, sua história revela seu sistema de crenças. É por isso que sua história tem uma história para te contar. Sua história é o dossiê detalhado de tudo que você acredita e não acredita. Olhe bem para sua história e você ficará espantado de como ela é reveladora da sua personalidade.
Não, mudar o tic é impossível e desnecessário. O tic é como se fosse a pilha do relógio. Quando um relógio está marcando a hora errada, o problema não está na pilha, está nas engrenagens. Quando você está vivendo uma história infeliz, você precisa investigar o que tem de errado nas engrenagens, ou seja, investigar sua mentalidade que está entre o tic e o tac. Assim que você descobrir, imediatamente você melhora a qualidade do seu arbítrio e consequentemente melhora a qualidade da sua história.
Imagine uma música de 3 minutos. Imagine que para ouvir essa música você tenha que clicar no botão de play do aparelho de som a cada segundo da música. Sendo que 1 minuto é igual a 60 segundos, você teria que clicar 180 vezes para ouvir uma música de 3 minutos. Seria um saco, não seria? E mais! Você ficaria tão ocupado em clicar no botão de play que nem aproveitaria a música. Para resolver isso e você aproveitar a música, qual é solução? Colocar o botão de play no automático. Daí, ao invés de você clicar 180 vezes no botão de play para ouvir uma música de 3 minutos, você clica apenas uma vez e o automatismo clica as outras 179 vezes para você. Em questão de clique, dá no mesmo, e você aproveita a música ao invés de ficar ocupado apertando o play. Que maravilha! Não é?
Pois você faz o mesmo para criar realidade. A fim de facilitar o processo de criação e poder aproveitar sua realidade, você programa seu subconsciente para clicar por você (escolher por você). É por isso que 99% das suas escolhas são subconscientes. E isso é uma maravilha! Não é? Se já é um inferno ter que clicar 180 vezes para ouvir uma música de 3 minutos, imagina quanto você teria que clicar para criar as 24 horas de realidade de um dia.
O único problema no automatismo subconsciente é quando a programação está em desacordo com sua unicidade, daí, sim, você precisa assumir o controle consciente e reprogramá-lo.
Por que jogar futebol, se quanto mais joga, mais o jogo acaba? Por que ouvir música, se quanto mais ouve, mais a música acaba? Por que comer bombom, se quanto mais come, mais o bombom acaba? Por que pular carnaval, se quanto mais pula, mais o carnaval acaba? Enfim, porque fazer qualquer coisa, se quanto mais faz, mais a coisa acaba? Tudo que você faz serve de resposta a sua pergunta. Se ainda não percebeu, observe e perceba.
Primeiro vou contar uma história. O videogame que existia na minha época de criança se chamava Atari. O controle do Atari tinha apenas um botão. Quando cresci, parei de jogar videogame. Eu sabia que os video games estavam evoluindo, mas não tinha mais interesse em ficar o dia inteiro em frente uma televisão. Quando fiquei adulto, numa dessas festas de natal, fui jogar videogame com um primo que era bem jovenzinho. Quando ele colocou o controle do video game na minha mão, vi que tinha um monte de botões e eu não fazia ideia de como usá-los. Ele me explicou diversas vezes, mas ainda assim, não conseguia manusear o controle. Fazia tudo errado e morria rapidamente.
Por que contei essa história? Porque você é um jogador jogando o videogame da autorrealização humana. Seu arbítrio é o controle que você está usando para jogar esse videogame. Só que você ignora como funciona esse controle, ou seja, você ignora como funciona o arbítrio. Por isso, por mais que você queira ganhar o jogo (viver em autorrealização), você não consegue. Você precisa aprender a usar o arbítrio para viver bem e ganhar o jogo. O livro Tic Tac tem a finalidade de lhe ajudar a entender como funciona o arbítrio.
Não, tic tac é a mudança de uma realidade para outra. Pense em uma televisão. Quando você está assistindo um filme, a televisão muda? Não, a televisão fica parada no mesmo lugar o tempo todo. O que muda? A imagem na tela. A televisão é análoga a existência e a imagem na tela é análoga a realidade. Tic tac, no caso da televisão, é a mudança das imagens para criar o filme. No seu caso, é você decidindo a cada instante para criar sua história.
Estudo do ser humano no aspecto existencial, psicológico, pessoal e social.
Aula do ciclo de estudos de autociência – EUreka 2021