Espero que não. Espero que permaneça sempre uma escola de autociência. Mas se ficar só na teoria, pode acontecer. A teoria do big bang, por exemplo, é cientifica, mas é uma religião. O que as pessoas fazem com os conteúdos produzidos pela 1ficina está além do meu arbítrio. A laranjeira dá laranja. A laranjeira não controla o que fazem com a laranja. Tem gente que faz suco de laranja, outros fazem doce, outros fazem guerra de laranja e assim vai. Não acredito que o trabalho da 1ficina irá atrair muitos interessados, pois o trabalho da 1ficina é muito prático, direto e implica em aceitar que o sofrimento é o mestre. Ao meu ver, nem em mil anos o ser humano estará preparado para cair de joelhos e se render ao sofrimento. Tem que piorar muito antes de melhorar. Vejo o trabalho da 1ficina plantando as primeiras sementes do futuro da autociência. No futuro será óbvio que todo conhecimento é autoconhecimento e a produção e compartilhamento de autoconhecimento será extraordinária, tipo uma coletividade de autocientistas. Mas ainda estamos muito longe disso. Atualmente a 1ficina faz o que pode com o que tem.
A 1ficina encara tudo de frente, cabeça erguida e olhando nos olhos. Dito isso. “Ema, ema, ema, cada um com seus problemas!”. O que outras escolas, mestres, instrutores, gurus dizem, não é problema da 1ficina. O trabalho da 1ficina se baseia apenas nas explicações da 1ficina. Esse tipo de pergunta é muito frequente, pois quando calouros chegam aqui, estão cheios de bagagens. São informações acumuladas de diversas escolas, tradições e culturas. Essas informações ficam martelando dia e noite dentro da cabeça. Além de serem um fardo, são conflitantes e estressantes. Uma informação briga com a outra. É um inferno. Nada encaixa em nada. Ao invés de solução, paz e felicidade, que foi o motivo de se acumular tanta bagagem, só aumenta o sofrimento. O motivo de nada se encaixar, não é que nada se encaixa, é que você está desencaixado de si. Quando você está encaixado em si, tudo se encaixa em você. Com consciência tudo se resolve. Então, a 1ficina simplesmente ignora suas bagagens e coloca você para praticar autociência, que a única forma de você se encaixar em si.
Eu tento ser o professor que eu gostaria de ter tido. Ninguém pegou na minha mão e me levou até o óbvio. Tive que me levar sozinho. Tudo tem prós e contras. Dei muitas cabeçadas e lutei sozinho contra todos os unicórnios espiritualista e materialista. Não foi fácil. Contudo, desenvolvi uma competência e autonomia em autociência que não teria desenvolvido se tivesse um professor.
Sou uma pessoa sem ambições materiais. Minha ambição é por sabedoria. Dito isso, não tenho filhos. Não ter filhos é uma circunstância que favorece muito trabalhar gratuitamente. Outro fator favorecedor é ser proprietário de um imóvel. Com a renda do aluguel, pago minhas contas, vivo bem, e principalmente, posso trabalhar com o que amo. Para terminar, trabalho gratuito em inglês se diz “free work”. O que dá um duplo sentido. A tradução literal é “trabalho livre”. É isso! Não trabalho gratuitamente, sou um free worker (trabalhador livre). Recomendo. Creio que esse é o futuro do trabalho.
Interesse é fome, ou tem, ou não tem. Você pode oferecer o banquete mais delicioso, se o outro não tem fome, não irá comer nem uma azeitona. Para mim, isso é claro. Então, mesmo que nossa coletividade não tenha fome de autoconhecimento, prossigo praticando e descobrindo o que é ser humano. Eu tenho fome e minha fome me basta. Não pratico autociência para satisfazer a fome dos outros, pratico para satisfazer minha própria fome. O que chega até o outro é efeito colateral da minha fome sendo saciada. É o pão que já produzi, já comi e estou compartilhado.
Da mesma forma que lido com tudo que experimento: com lucidez. Mas talvez sua pergunta seja outra. Talvez sua pergunta seja: “Como você se sente com o reconhecimento do trabalho da 1ficina?”. Eu fico contente. Eu acho que é um trabalho de muita qualidade e eficiência. Então, fico contente quando alguém reconhece isso.
Autociência é uma prática. Praticar autociência é descobrir o que é ser humano através da auto-observação e da autoanálise. Autociência é uma palavra que não existe no dicionário, eu que inventei. As disciplinas acadêmicas que mais se aproximam da autociência são a ciência, a filosofia e a psicologia. O objetivo da prática de autociência é produzir autoconhecimento. O objetivo da produção de autoconhecimento, é possibilitar que você faça melhores escolhas, e consequentemente, viva melhor.
Por vários motivos, vou citar alguns: 1) O ser humano não tem interesse em despertar a consciência nem pagando. Imagina se tiver que pagar! 2) A 1ficina explica o óbvio e o óbvio não é propriedade minha, é patrimônio da humanidade, então, os proprietários não devem pagar pelo que lhes pertencem. 3) Para que a 1ficina seja para todos. 4) Para que eu possa ser um trabalhador livre. Sendo gratuito, o aluno já se acha no direito de vir me cobrar isso e aqui, imagina se o aluno pagar um centavo!
Se você está jogando um jogo, mas está inconsciente que você é o jogador, a primeira coisa que você precisa fazer para começar a jogar bem o jogo, é ficar consciente que você é o jogador. A função do despertar existencial é essa. A mentalidade materialista mantém você-ser em estado de ignorância sobre sua identidade de jogador.
O ciclo de estudos EUreka visa ampliar sua competência em praticar autociência. Sem as explicações da 1ficina você demoraria muito tempo para se tornar competente em autoobservação e autoanálise. Terminado o ciclo de estudos EUreka, você tem o mínimo de explicação necessária para desenvolver sua competência. Cada passo do ciclo de estudos é para lhe oferecer o mínimo. Com o mínimo, você mesmo pode e deve chegar ao máximo.
Se por “sucesso” você quiser dizer “êxito”, não preciso desejar, experimento o êxito da 1ficina todos os dias. O objetivo do trabalho da 1ficina é ajudar o ser humano em seu processo de autorrealização. Todos os dias a 1ficina triunfa nesse objetivo. Se por “sucesso” você quer dizer “reconhecimento”, também não preciso desejar, experimento o reconhecimento dos alunos. Se por “sucesso” você quiser dizer “fama”, daí sim, desejo. Conteúdo na internet é como uma garrafa com uma mensagem flutuando no meio do oceano, está lá, mas ninguém sabe até que encontre uma plateia. Conforme o trabalho da 1ficina ganha fama, ganha também visibilidade e mais pessoas podem usufruir dele. Não desejo guardar as explicações da 1ficina só para mim, desejo compartilhar com todos.