Você, observador, é a consciência que está observando tudo que existe, mas você não existe. “Como não existo se sou inegável?”, você indaga. Calma! Quando digo que você (observador) não existe, estou usando a lógica materialista e não a lógica iluminada. A lógica materialista iguala realidade com existência. Você observa algo, logo, esse algo é realidade, logo, existe. Segundo essa lógica, sendo que é impossível observar a observação, mesmo que você (observador) seja inegável, você não existe.
O que existe, existe. Não tem começo nem fim. Não termina porque nunca começa. Não está em lugar nenhum porque é o lugar onde tudo está. Não é produto do tempo e do espaço, é a fábrica deles. Não é observável porque é o observador. Fique consciente da consciência e perceberá que ela preenche todos esses requisitos. Logo, você, observador, é quem merece o título de existência. O que você observa não é existência, é realidade.
O que você observa é como um filme, temporal e dimensional, você, observador, é como a televisão, atemporal e adimensional. Só que você não está acostumado a separar existência de realidade, até porque, não existe linha divisória. A realidade acontece “dentro” da observação assim como um filme acontece “dentro” da televisão. O que separa existência de realidade, não é uma linha, é a relação de causa e efeito. O filme não é o criador da televisão, é efeito, é criatura. O mesmo se dá com a realidade, também é efeito.
Mas o rei está dormindo. E quando isso acontece, a realidade ataca o castelo da existência, senta no trono, coloca a coroa e se proclama existência. O resultado dessa inversão de causa e efeito é o reinado do materialismo e tudo que vem nesse pacote.