Se eu te perguntar o que existe, você irá apontar para tudo que está ao seu redor: estrelas, planetas, pessoas, bichos, plantas, pedras, cadeiras, paredes, etc. Se eu te perguntar com base em que você afirma a existência dessas coisas, você me dirá que é baseado na observação empírica (ciência). Se eu te pedir para continuar usando esse mesmo método e apontar para o observador que está observando tudo que você diz que existe, você irá apontar para o seu corpo.
Eis quando ciência vira crença.
Localizar o observador (consciência) dentro do corpo, como sendo um produto da matéria, feito um programa de computador, não é observação empírica, é crença. Olhe para seu corpo. Não é óbvio que seu corpo se trata de um objeto que você está observando tal como qualquer objeto? Sendo assim, cadê você, observador que está observando o corpo?
Só tem um jeito de um cientista responder essa pergunta e, simultaneamente, continuar perpetuando o equívoco de que a consciência é um produto da matéria: cagando dez quilos de bosta em cima do método científico, abandonando o empirismo e usando o mesmo método que tanto despreza: a crendice.
Afirmar que você, observador (consciência), está dentro do corpo, não é uma afirmação baseada no empirismo, é baseada na imaginação. Sendo que é impossível observar a observação, seu último recurso para se localizar no espaço-tempo, é se imaginar como sendo um fantasma dentro da máquina (dentro do corpo).
É por isso que os neurocientistas fazem tanto eletroencefalograma, ressonância magnética e tomografia do cérebro. Eles estão tentando fotografar você (observador): o fantasma dentro da máquina. O que os neurocientistas não entendem, é que a máquina que está dentro do fantasma, ou seja, o cérebro que está dentro da consciência.
Para que ciência não vire crença, é preciso permanecer no empirismo ao invés de fugir para a imaginação. A resposta científica para a pergunta “cadê você, observador, que está observando tudo que existe?”, é: não estou em lugar nenhum, pois não sou observável.
Iluminação é isso! Ficar consciente que você, observador, é inegável, mas não é observável. Isso não é imaginação, não é crença, é constatação empírica. Você não consegue observar sua observação. Isso é óbvio! E, mesmo não conseguindo, consegue negá-la?
Pronto! Está iluminado! Pode comemorar com caviar.