Era um grupo de 20 pessoas dentro do meu apartamento. Tinha uns médiuns incorporados, a gira girando e o pau comendo. Me deitei no chão para receber um passe energético. De repente, um amigo, que estava incorporado, se aproximou para falar comigo. Só que ele veio falar no meu ouvido, como se fosse um segredo. Devia ser algo muito importante para ser dito em particular. Redobrei a atenção. Ele me disse: “Cresça!”.
Arregalei os olhos. Era tudo que não queria ouvir. Mas também era tudo que precisava ouvir. Fiquei em dúvida se o autor do ensinamento era um guia ou era meu amigo se valendo da situação. Cheguei a conclusão que era irrelevante. Após destruir todas minhas defesas com uma única palavra, veio o golpe final: “Você não é mais criança, então, pare de se comportar como uma!”.
Minha infância acabou ali, naquele instante, aos 38 anos de idade.