Imagine que estou com uma bala na boca. Você me pergunta:
— Qual é o sabor da bala na sua boca?
— Sabor de truna — eu respondo.
Para você, truna é a explicação do óbvio. Para mim, truna é óbvio, pois a bala está na minha boca e estou experimentando o sabor.
Mas você é um autocientista, então, me diz:
— Não quero a explicação do óbvio, quero o óbvio.
Eu tiro a bala da minha boca e dou para você. Você coloca a bala na sua boca e experimenta o sabor. Assim que experimenta, você diz:
— Ah! Então isso que é truna! Entendi!
Truna não é mais uma explicação para você, é óbvio.
A 1ficina explica o óbvio sobre ser humano. Só que não tem como pegar esse óbvio e colocar dentro da sua consciência. O que dá para fazer é criar explicações que apontam para o óbvio. Assim como para ficar óbvio o sabor de truna, você precisa colocar a bala na sua boca e experimentar por si, para você ficar consciente sobre o que é ser humano, você precisa praticar auto-observação. Auto-observação é auto-experimentação.
O mais espantoso nessa viagem do despertar da consciência, é que você está constantemente se experimentando. Não tem outra coisa para você experimentar. Você só consegue experimentar você, você, você, você, o tempo todo. Só que você ignora isso. Você acredita que está experimentando o mundo, a vida, as coisas, etc. Esse equívoco é seu adormecimento. Por isso ficar consciente é chamado de despertar da consciência.