O iluminado mais famoso da história humana é Sidarta Gautama, conhecido como Buda. A história da sua vida é a história da sua iluminação. Assista à história de Sidarta antes de continuar a leitura.
Nas cenas finais do filme, Sidarta está sentado na famosa posição de flor de lotus — posição de meditação — e está meditando a fim de atingir a iluminação. Ele está determinado, e Mara — que representa o materialismo — reforça seus esforços para impedi-lo.
Primeiro, vem as paixões materiais (orgulho, cobiça, etc). Depois, maremotos e explosões. Depois, surge um exército gigantesco. Flechas de fogo são acesas e atiradas na direção de Sidarta, mas ele permanece tranquilo. E para sinalizar que venceu o materialismo, as flechas se transformam em pétalas de rosa.
Mas a derrota não foi completa. O materialismo ainda tenta convencer Sidarta de que ele é o corpo. De que a consciência é produto da matéria. “Eu sou sua casa, você mora em mim”, diz o materialismo. Sidarta refuta mostrando a si mesmo o óbvio, que a matéria não existe, que é uma experiência de fisicalidade.
Por fim, Mara, que representa o materialismo, desaparece, e Sidarta atinge a iluminação.
Assistindo o filme, ou mesmo pensando na iluminação de Sidarta, temos a tendência a acreditar que ele atingiu a iluminação acessando alguma sabedoria extraordinária. Mas não foi nada disso. O que aconteceu foi que Sidarta se deu conta da coisa mais ordinária que tem: eu sou consciência.
Quando as flechas de fogo — que simboliza os desafios da vida — foram atiradas em sua direção, Sidarta ficou em paz porque ficou na quarta parede. Ficar na quarta parede proporciona essa paz ao iluminado. Ele sabe que “Armas não podem cortá-lo, o fogo não pode queimá-lo, a água não pode molhá-lo, o vento jamais o levará para longe”, como diz o Bhagavad-gita.
Quando o materialismo diz a Sidarta que a consciência é um produto da matéria, que ele é um corpo, mais uma vez Sidarta desmascara o materialismo indo para a quarta parede. A resposta que ele dá, é como se dissesse ao seu corpo: “Então, porque sou eu que estou vendo você e não você que está me vendo?”.
A iluminação de Buda é nobre, muito nobre. Merece toda nossa admiração. Mas não é de forma alguma algo extraordinário, nem difícil. Toda idolatria e mito que tem sobre o tema, é apenas isso, idolatria e mito. Iluminação é simples e fácil. É ficar consciente que você é consciência, ou seja, ficar consciente da quarta parede. Sidarta fez isso. Você pode fazer também. Qualquer um pode.