Amor é desejo. Desejo é busca. Busca é sempre pelo que falta, nunca pelo que se possui. Por isso você não ama o que tem. O que você tem, você já tem, não falta, então, você não deseja, não ama.
O pulmão cheio não deseja o ar. O pulmão cheio deseja o que não tem. O pulmão cheio deseja ficar vazio. Então, o pulmão cheio expulsa o ar e fica vazio. O pulmão realizou seu desejo: se tornou vazio. Só que agora o pulmão está vazio e não deseja mais o vazio. Agora o pulmão deseja ficar cheio. Então, o pulmão inspira e fica cheio. O pulmão realizou seu desejo: se tornou cheio. E assim ciclicamente e inevitavelmente.
O ciclo do desejo é o ciclo do amor. O ciclo do amor é o pulso da criação. Input e output. Inspiração e expiração. Sim e não. Cheio e vazio. Tic e Tac. Viver bem é lidar bem com o ciclo do amor. Tentar pará-lo ou negá-lo, é viver mal.