Imagine que você entra no seu carro (um fusca com pneus tala larga) e quando vai dar partida o motor não funciona. Você abre o capô e fica olhando para as peças do motor. Por que você faz isso? O que você está procurando? Você está procurando a causa do mau funcionamento do motor. Em outras palavras, você está procurando o responsável pelo mau funcionamento do motor.
Será que o responsável é o carburador? Será que o responsável é o cabo de vela? Será que o responsável é o pistão? Será que o responsável é a rebimboca da parafuseta? Você sabe que enquanto não encontrar o responsável (causador) você não conseguirá alterar o efeito, ou seja, não conseguirá fazer o motor funcionar.
Só que você não entende de motor, então, você chama um mecânico para examinar e consertar o motor para você. O mecânico examina e conclui que o responsável pelo mau funcionamento do motor é a bateria.
Pronto! O responsável está identificado! O responsável não é o carburador, nem o cabo de vela, nem o pistão, nem a rebimboca da parafuseta. O responsável é a bateria descarregada. O mecânico altera a causa (dá uma carga na bateria) e consequentemente altera também o efeito: o motor volta a funcionar.
Percebe porque é fundamental encontrar o responsável? O universo funciona através da lei de causa e efeito. Sem consciência da causa é impossível alterar o efeito. Por isso é fundamental encontrar o responsável que está causando o efeito.
Muito bem, agora vou contar a mesma história fazendo uma alteração semântica. Vou trocar a palavra “responsável” por “culpado”.
Imagine que você entra no seu carro (um fusca com pneus tala larga) e quando vai dar partida o motor não funciona. Você abre o capô e fica olhando para as peças do motor. Por que você faz isso? O que você está procurando? Você está procurando a causa do mau funcionamento do motor. Em outras palavras, você está procurando o culpado pelo mau funcionamento do motor.
Será que o culpado é o carburador? Será que o culpado é o cabo de vela? Será que o culpado é o pistão? Será que o culpado é a rebimboca da parafuseta? Você sabe que enquanto não encontrar o culpado (causador) você não conseguirá alterar o efeito, ou seja, não conseguirá fazer o motor funcionar.
Só que você não entende de motor, então, você chama um mecânico para examinar e consertar o motor para você. O mecânico examina e conclui que o culpado pelo mau funcionamento do motor é a bateria.
Pronto! O culpado está identificado! O culpado não é o carburador, nem o cabo de vela, nem o pistão, nem a rebimboca da parafuseta. O culpado é a bateria descarregada. O mecânico altera a causa (dá uma carga na bateria) e consequentemente altera também o efeito: o motor volta a funcionar.
Culpa e responsabilidade é como seis e meia dúzia, duas palavras diferentes para dizer a mesma coisa. Todo efeito tem uma causa, um responsável, um culpado. Cada um é causador da sua realidade. Cada um é responsável por sua realidade. Cada um é culpado por sua realidade. Só que ninguém entende (e pior! ninguém aceita) que culpa e responsabilidade são sinônimos.
E por que não? Porque todos querem ser culpados pelo bem-bom, mas ninguém quer ser culpado pelo bem-mal. Fazemos igual o Homer Simpson: “Se a culpa é minha, eu ponho em quem eu quiser”. Bode expiatório não falta. Pais, cônjuge, filhos, sociedade, matrix, governo, ETs, lei de Darvin, lei de Murphy, mente, ego, karma, vidas passadas, Deus e o Diabo.
Esse jeito de viver, fugindo da culpa, se chama omissão. E tem intenção positiva: viver bem (sem o peso da culpa). Só que não funciona. Por dois motivos. Primeiro porque é impossível fugir da responsabilidade e responsabilidade pesa.
Claro que é mais leve viver igual pé de alface que não tem responsabilidade de pensar para decidir. Mas como diz o tio do homem aranha, com grandes poderes vem grandes responsabilidades.
Depois, porque, se o culpado da sua realidade não é você, como você pode alterar um efeito do qual não é a causa? Impossível. Logo, quando você não assume a culpa, tudo que você consegue é viver como vítima das circunstâncias.