Estou com a língua de fora, correndo atrás do meu amigo Anis. Meu kichute está pegando fogo. Estou atrás, mas o objetivo é passar na frente. A corrida faz parte de uma espécie de olimpíadas organizada por meu pai. Todos meus amigos estão participando. Além da maratona de 5 km, já tivemos o jogo de damas, jogo de ludo e dominó. As olimpíadas terminam com um jogo de quiz (teste de conhecimentos gerais).
Anis é o único que está na minha frente, tanto na corrida como nas olimpíadas. Perder para Anis na corrida não é demérito, uma vez que sou gordinho e ele é um palito. Mas preciso ultrapassá-lo para poder errar no quiz.
Não consigo. Anis vence a corrida. Fico em segundo lugar e minha esperança é que Anis erre algumas perguntas no quiz. E ele erra. Quando chega na última rodada, há apenas duas perguntas: uma fácil e outra difícil. Eu sei quais são ambas porque lembro do meu pai fazendo os cartões.
Anis não tem outra forma de vencer senão passando a vez, esperando que eu erre e perca pontos. Ele passa a vez. Se acerto, ganho as olimpíadas, sou o orgulho do meu pai. Mas para isso meu pai precisa me fazer a pergunta fácil.