O oposto de violência não é paz. Paz é estado emocional. O oposto de violência é religião. E não me refiro a doutrinas religiosas, me refiro ao verbo religar, que é a origem da palavra religião. Violência é violar, separar, excluir. Religião é religar, reunir, incluir. Violência é tesoura. Religião é cola.
Não é preciso ter uma religião para ser religioso. Tanto ateus como deístas podem ser religiosos desde que pratiquem religar. O maior religioso da história humana, Jesus, não era cristão, era apenas religioso. Jesus nunca rezou missa, nunca pregou a bíblia, nunca disse para ninguém seguir uma religião, Jesus apenas explicou: “se alguém te bater, ofereça a outra face”. Jesus ensinou e praticou a não-violência, assim como Gandhi. Jesus chamou a prática da não-violência de amar. Quando Jesus dizia “ame!” não estava falando em ter sentimentos, estava dizendo: seja religioso, ofereça a outra face, pratique a não-violência.
Claro que é mais fácil decorar a bíblia do que oferecer a outra face. Claro que é mais fácil fazer caridade do que oferecer a outra face. Claro que é mais fácil rezar por um mundo melhor do que oferecer a outra face. Claro que é mais fácil atingir a iluminação do que oferecer a outra face. Contudo, nada disso resolve a violência. Assim como só o calor consegue evaporar a gota d’água, só a prática da religião consegue dar fim a violência.
Você ama Jesus? É seguidor dele? Ótimo! O que está esperando para fazer o que ele ensinou: oferecer a outra face? Você não ama Jesus? Você é ateu? É comunista? Apenas anseia viver em um mundo menos violento? Ótimo também! Está esperando o quê para dar sua parcela de contribuição a comunidade? Aí está explicado no que consiste ser religioso e praticar religião. Se deseja uma convivência menos violenta, boa prática!