Pense em uma pessoa que você ama muito. Vamos supor que, sem que você saiba, essa pessoa seja substituída por um clone de aparência idêntica à pessoa original e que se comportasse de forma idêntica à pessoa original. Você continuaria amando esse clone como se fosse a pessoa original? Claro que sim! Mas por que se o clone não é a pessoa e seu amor é pela pessoa? Ora, porque seu amor nunca foi e nunca será pelo outro e sim pela felicidade que você experimenta em si durante sua convivência com o outro.
O que você busca no outro, nunca esteve e nunca estará no outro. Quando o outro te beija, por exemplo, você experimenta felicidade, mas essa felicidade não saiu da boca do outro e entrou na sua, foi produzida inteiramente dentro de você, pelo seu sistema emocional.
Claro que você precisa do estímulo do outro para que seu sistema emocional produza a felicidade, mas isso não significa que você ame o outro, o que você ama é a felicidade, tanto que se o outro lhe estimular sofrimento, você imediatamente deixa de amá-lo e começa a odiá-lo.
O filme Volto Já, da série Black Mirror, oferece um ótimo exemplo para essa reflexão e entendimento. E não se preocupe em ficar consciente da função espelho, você não deixará de amar quem você ama, pois você nunca amou.