Meu caro, caminhamos juntos já faz um tempão, você segue meu trabalho desde o começo, conheço um pouco da sua história, então, vou te dar uma explicação e uma sugestão, visando te ajudar.
A explicação é a seguinte:
Não sou terapeuta, sou professor de autociência. Ou seja, não faço análise com meus alunos, ensino meus alunos a fazerem autoanálise. O ciclo de estudos não é para que eu resolva o mal viver dos alunos, mas para ensinar os alunos a identificarem o mal viver deles, entenderem a causa, e assim, se tornarem competentes se resolverem.
Todos os calouros (alunos novos) acreditam que vou resolver o mal viver deles. Chegam berrando de dor e dizendo: “Socoooorro! Me resolve! Me resolve!”. Nem um terapeuta, que cuida especificamente de um paciente, numa sala isolada, com hora marcada, etc e tal, é capaz de resolver o mal viver do outro, muito menos um professor consegue fazer isso, falando de forma geral, numa sala de aula. E no final das contas, ninguém é capaz de resolver o outro. O que um professor, um terapeuta, e qualquer outro pode fazer, é ajudar.
Durante o ciclo de estudos Eureka, explico o que é ser humano, existencialmente (ser) e psicologicamente (humano). Terminada essa parte de estudos, vem a fase de práticas, onde faço terapia (egofonia) com cada um dos alunos. Mas não faço isso para resolver o aluno e sim para ele aprender na prática como fazer egofonia sozinho, de forma autônoma. Ou seja, também é um trabalho de professor.
Não é fácil fazer análise sozinho (autoanálise). Requer muita prática e a eficiência terapêutica depende muito dos critérios de análise que se usa para fazer a análise. A parte de estudos do ciclo, visa dar os critérios da 1ficina para os alunos, a parte prática, visa ensinar os alunos a colocarem esses critérios em prática. Quando faço egofonia com os alunos no final do ciclo, eles têm um vislumbre da causa do mal viver deles. Mas é só um vislumbre. Uma egofonia não resolve a cebola de equívocos em que vivem.
A partir da aula de egofonia, eles devem continuar fazendo sozinhos, desde aquele momento, até o fim da vida. Só que depois da aula de egofonia, eles ainda querem que eu faça egofonia com eles de novo, e de novo, e de novo. Ou seja, eles querem um professor, querem um terapeuta. Por isso, desde o primeiro dia do ciclo de estudos, vou alertando eles sobre o mesmo que estou lhe explicando aqui: não sou terapeuta, sou professor.
Mas entendo a dor dos alunos. Entendo que querem que eu seja terapeuta deles porque estão vivendo mal, sofrendo, e não sabem como lidar bem com isso. Então, como sou professor e não terapeuta, disponibilizo para eles a possibilidade de praticarem em grupo e ajudarem uns aos outros.
Essa possibilidade que acontece no final do ciclo de estudos, é gratuita e muito produtiva. Porém requer compromisso do praticante e requer se abrir, se expor para o grupo. Algumas pessoas não querem compromisso e outras não querem se abrir em público. Então, dou a essas pessoas uma sugestão que é a mesma que vou te dar agora:
“Encontre um bom terapeuta e faça terapia, pois eu não sou terapeuta, sou professor”.
Essa é minha explicação e minha sugestão para você. A explicação é porque seu interesse por mim não é interesse de aluno, é interesse de paciente pedindo “me resolve” para um terapeuta. A sugestão é porque um bom terapeuta pode sim te ajudar.