INTERLOCUTOR: Por que você diz que não existe injustiça?
— Para existir injustiça precisaria existir acaso (aleatoriedade). Mas não existe. Realidade é estado atual determinado pelo arbítrio.
INTERLOCUTOR: Não entendi.
— Por exemplo, eu e você tiramos par ou ímpar. Eu ganho. Por que ganhei e você perdeu?
INTERLOCUTOR: Foi sorte sua.
— Não, eu ganhei porque escolhi par e escolhi colocar um dedo. Você perdeu porque escolheu ímpar e escolheu colocar um dedo também. Minha escolha, somada a sua, determinou minha vitória. Se você tivesse feito escolhas diferentes, você teria ganho e eu perdido. Entendeu? Realidade não é produto do acaso, é produto do arbítrio.
INTERLOCUTOR: Mas eu não sei o que meu oponente vai escolher antes de fazer minha escolha, eu escolho no escuro, em estado de ignorância.
— E vice-versa! Seu oponente também não sabe o que você vai escolher, também escolhe no escuro. Criação de realidade é cocriação no escuro. O arbítrio de cada um determina o resultado e um não sabe qual é a escolha do outro.
INTERLOCUTOR: É o desconhecimento de todos os arbítrios que cria a aparência de acaso?
— Exatamente! Você é um ser universal e está jogando par ou impar com o universo inteiro. Nada é por acaso. Cada instante de realidade que você experimenta é determinado pelo arbítrio de todos os seres do universo. Sabe quantos seres tem no universo?
INTERLOCUTOR: Não! Infinitos?
INTERLOCUTOR: Também não sei, mas só no planeta terra são 8 bilhões de seres humanos e os seres humanos não são os únicos seres do universo.
INTERLOCUTOR: Vixi! São muitos seres!
— E você só tem como saber do seu arbítrio e só pode controlar seu arbítrio, não tem como saber e controlar o arbítrio dos outros.
INTERLOCUTOR: Então, já perdi!
— Não, porque os outros também não tem como saber e controlar seu arbítrio.
INTERLOCUTOR: E o que eu faço?
— Faça sua escolha. Opte pelo que deseja. O que você quer? Par ou impar? Azul, verde, vermelho ou amarelo? Pedra, tesoura ou papel? Cara ou coroa? Amor ou ódio? Bem viver ou mal viver? Autoísmo ou outroísmo?
INTERLOCUTOR: E depois?
— Experimente o resultado.
INTERLOCUTOR: E se eu perder? Se eu optar por amor e o resultado for ódio.
— Escolha novamente. Opte novamente pelo que deseja.