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2023 chegou chegando! Aliás, nem chegou ainda e já está chegando.

Hoje, 31 de dezembro de 2022, véspera de ano novo, me sentei em frente ao computador para anotar uma ideia insistente e decorrente do texto que postei na internet hoje de manhã. O texto a que me refiro é o segundo capítulo desse livro. Conforme fui tomando nota da ideia, a anotação foi ficando grande e percebi que se tratava de um texto. Estava com tempo de sobra, então, decidi escrever o texto inteiro. Mas o texto foi ficando grande também e foi surgindo a convicção de que o texto era mais do que um texto, era um livro.

Claro que lutei com todas as minhas forças contra essa convicção para me poupar do trabalho de escrever mais um livro. Mas a convicção lutou de volta e com excelente argumentação. Por fim, me rendi. Se a explicação que tenho para dar quer ser parida em capítulos, então, que seja.

Tudo que vou dizer aqui, já foi dito em outros livros da 1ficina, apenas vou dizer com outras palavras e usando uma nova metáfora: a metáfora da bexiga. Foi essa metáfora que começou como nota, virou texto e por fim me convenceu a escrever esse livro. Creio que a metáfora da bexiga é de grande poder pedagógico, capaz de simplificar o entendimento do processo de criação de realidade, mas sem deixá-lo simplista.

Por causa da metáfora, pensei em dar a esse livro um nome contendo a palavra bexiga. Mas quando fui fazer a capa do livro, percebi que o processo de assoprar a realidade, tal como vou explicar aqui, é o processo da gênese, ou seja, é o processo do big bang. Sendo que trata da gênese da realidade de cada um, Meu Big Bang me pareceu o nome perfeito. Se parece estranho e desconexo por enquanto, mais para frente no desenrolar dos capítulos pretendo deixar clara a relação.

Espero que você, leitor, possa aproveitar a explicação oferecida aqui para viver melhor. Esse foi o principal motivo que me convenceu a enfrentar a demanda de escrever esse livro. Então, sem mais, começo a escrevê-lo a partir de agora. Um, dois, três, já!

Essa tristeza que você sente, e porque não dizer, depressão, é porque você vive na terra plana. Seu mundo é igual massa de pizza: chato, chatão, chataço. Sua vida é morta, sem sal, sem açúcar, sem alegria, sem pé nem cabeça.

Você passa o dia esperando o fim do dia. Oba! Acabou a chatisse! Um sofrimento a menos! Você passa a semana esperando o fim de semana. Oba! Sextou! Cinco sofrimentos a menos! Você passa o ano esperando as férias. Oba! 365 sofrimentos a menos! Você passa a vida buscando outra vida. E tudo que consegue com isso é perder a única vida que tem.

Claro que isso é triste! E você faz isso porque acredita que fugir do sofrimento é a única solução para a felicidade. Engano seu! Você não precisa fugir do sofrimento, basta focar na felicidade.

Experimente enfiar um canudinho na sua vida chata e assoprar dentro dela tudo que você ama. Não espere ninguém fazer isso por você. Não terceirize sua vida. Faça você mesmo. E comece agora mesmo. Não deixe para amanhã.

Mas assopre um amor de cada vez. Tudo de uma vez é impossível. Assopre um trabalho mais alinhado com seus valores. Assopre amizades. Assopre atividades alegradoras. Assopre coisas importantes. Assopre livros que deseja ler, músicas que deseja ouvir, filmes que deseja assistir e comidas que deseja saborear.

Vai assoprando tudo que ama dentro da sua vida chata até ela ficar cheia feito bexiga. De repente, será o fim da terra plana.

Pegue uma bexiga vazia e assopre até encher. O que tem dentro da bexiga cheia? Tem o ar que você assoprou. É assim que funciona criação de realidade. Sua realidade é uma bexiga, o que tem dentro dela é o que você assopra. Não acredita em mim? Então, vamos comprovar juntos.

Vamos supor que você é casado e tem filhos. Como marido, esposa e filhos foram parar dentro da sua realidade? Foi milagre? Claro que não! Você assoprou decidindo se casar.

Vamos supor que na sua casa tem uma geladeira azul, uma mesa redonda, quatro cadeiras brancas, um tapete com desenho de elefante e um sofá cinza. Como essas coisas foram parar dentro da sua realidade? Foi por acaso? Claro que não! Você assoprou decidindo comprá-las.

Vamos supor que você trabalha em um emprego horrível. Como esse emprego foi parar dentro da sua realidade? Foi azar? Claro que não! Você assoprou decidindo aceitá-lo.

Está convencido agora de que sua realidade não é aleatória? Se ainda não, continue investigando. Olhe para cada coisa física ou não-física dentro da sua realidade e se pergunte: “Como isso veio parar aqui?”. Você irá descobrir, sempre e repetidamente, que tudo entra na sua realidade por causa do seu sopro criador (arbítrio).

Assim como não tem outro jeito do ar entrar na bexiga senão através do bico da bexiga, também não tem como nenhuma experiência entrar na sua realidade senão através do seu arbítrio. Essa é a lei da bexiga.

No livro Fábrica da Realidade, chamo essa lei de lei da correspondência: input gera correspondente output. Input é você assoprando algo dentro da sua realidade. Output é o estado que sua realidade fica após cada assopro.

Vamos supor que você decida dar o input de sair na chuva sem guarda-chuvas. Qual será o output? Você ficará molhado. E por quê? Porque é assim que funciona a lei da bexiga: assoprou, experimentou.

Nesse exato momento você está experimentando a leitura desse livro, não está? E por que? Por que você está assoprando a leitura na sua realidade. Se você parar de assoprar a leitura desse livro e começar a assoprar outra experiência, como ir ao supermercado, por exemplo, é exatamente isso que irá experimentar. E por quê? Porque é assim que funciona a lei da bexiga: assoprou, experimentou.

A lei da bexiga nunca falha porque é a justiça da criação. Sem a lei da bexiga seria impossível brincar de criação de realidade. Você assopraria uma experiência e experimentaria outra completamente aleatória.

Você plantaria feijão e colheria goiaba. Você beberia água e escutaria música. Você entraria debaixo do chuveiro para tomar banho e aprenderia a tocar violino. Você abriria a porta da sua casa no Brasil e entraria na casa de outra pessoa no Japão.

Isso seria injusto. Todo jogo necessita de uma regra que faça o jogo funcionar JUSTAMENTE como deve funcionar. No jogo de criação de realidade, essa regra é a lei da bexiga: você experimenta JUSTAMENTE o que assopra.

Se você planta feijão você colhe feijão. Se você bebe água você mata a sede. Se você entra debaixo do chuveiro para tomar banho você fica limpo. Se você abre a porta da sua casa no Brasil você entra na sua casa no Brasil. Não existe injustiça na realidade experimentada.

Você quer que sua realidade seja do modelo que deseja, que tenha a cor que deseja e que encaixe em seu pé como o sapato da Cinderela. Você quer que sua realidade seja justamente o que quer. Então, quando a realidade lhe satisfaz, é justa. Quando não lhe satisfaz, é injusta. O equívoco nesse entendimento, é que sua realidade é sempre justa, pois é justamente o efeito do seu arbítrio. O problema não é falta de justiça, é a infalibilidade e imparcialidade da mesma. Não existe injustiça, o que existe é opção desajustada. É você que opta por viver de uma forma que não lhe serve e não lhe agrada.

Só você pode assoprar sua realidade, ninguém mais, então, você é o único culpado pelo estado da sua realidade. E isso é ótimo! Quando a culpa é só sua, a mudança só depende de você. Se o culpado pelo estado da sua realidade não fosse exclusivamente você, daí seria problemático, pois não há nada que você possa fazer para mudar um efeito do qual você não é a causa.

Acontece que você quer ser culpado pelo bem-bom, mas não quer ser culpado pelo bem-mal. Você faz igual o Homer Simpson: “Se a culpa é minha, eu ponho em quem eu quiser”. Bode expiatório não falta. Pais, cônjuge, filhos, sociedade, matrix, governo, ETs, lei de Darvin, lei de Murphy, mente, ego, karma, vidas passadas, Deus e o Diabo.

Esse seu jeito de viver se chama omissão. E tem intenção positiva: viver bem. Só que não funciona. Pelo contrário, além de te fazer viver mal, te mantém preso na realidade indesejada. O sopro é seu, a culpa é sua. Assuma a culpa ao invés de fugir dela. Ser o único culpado pelo estado da sua realidade é a melhor iluminação que você pode ter. Quando sua realidade está ruim, só depende de você melhorá-la.

“Ah! É complicado!”, você pensa.

Mentira! É simples. Basta você assoprar dentro da sua realidade o que deseja. Mas se ao invés de assoprar o que deseja, você assopra a crença de que é complicado, é exatamente essa crença e o resultado dela que você experimenta.

“Ah! É difícil!”, você pensa.

Mentira! É fácil. Basta você assoprar dentro da sua realidade o que deseja. Mas se ao invés de assoprar o que deseja, você assopra a crença de que é difícil, é exatamente essa crença e o resultado dela que você experimenta.

“Ah! Mas não existe livre arbítrio!”, você pensa.

Mentira! Óbvio que existe! Assoprar é você executando o arbítrio. Mas se ao invés de assoprar o que deseja, você assopra a crença de que não existe arbítrio, é exatamente essa crença e o resultado dela que você experimenta.

“Ah! Mas, mas, mas, isso, aquilo, Murilo, grilo, esquilo e crocodilo!”, você pensa. E tudo bem pensar assim. Mas se ao invés de assoprar o que deseja, você assopra resistência, é exatamente essa resistência e o resultado dela que você experimenta.

Não tente assoprar a realidade do outro. Primeiro porque é impossível. Assim como só você pode assoprar a sua realidade, só o outro pode assoprar a realidade dele.

Depois, porque você é absolutamente incompetente em saber o que é melhor para o outro. Assim como só você pode saber o que é melhor para você, só o outro pode saber o que é melhor para ele.

Por fim, porque criar a realidade do outro não é responsabilidade sua. Assim como você é único responsável pela criação da sua realidade, o outro também é o único responsável pela criação da realidade dele.

E não precisa ter dó do outro. As experiências desagradáveis que os outros experimentam são pedagógicas, servem para ensiná-los a assoprarem melhores experiências numa próxima oportunidade e transformá-los em melhores criadores de realidade.

Dó é compaixão ignorante. Dó nasce da crença de que a realidade do outro é aleatória e de que ele é vítima. Compaixão nasce da lucidez de que a realidade do outro é efeito do seu arbítrio. Com dó você patrocina a ignorância, a dependência e o mal viver. Com compaixão você incentiva a lucidez, a autonomia e o bem viver. Se quer praticar compaixão, tenha lucidez ao invés de ter dó.

Criação de realidade tem muitos aspectos e detalhes. Esse livro tratou dos principais aspectos do tema usando a metáfora da bexiga. Esse livro foi escrito para simplificar sem ser simplista.

Para estudar mais aspectos e detalhes sobre criação de realidade, leia os outros livros da 1ficina. Todos os livros da 1ficina tratam de algum aspecto do processo de autorrealização que é outro nome para criação de realidade.

Faço votos que a leitura desse livro tenha lhe ajudado a ampliar seu autoconhecimento e, consequentemente, melhorado a qualidade do seu sopro criador e da sua realidade. Saiba que não é do dia para noite que você irá transformar tudo em sua realidade, mas passo a passo você fará muitas mudanças.

A prática faz a prática. Boa prática e bons assopros!

PERGUNTAS

Não existem filhos no universo, só existem seres. E todos os seres são igualmente criadores de realidade. O que você chama de cachorro é um ser criador de realidade igual você. O que você chama de samambaia é um ser criador de realidade igual você. O que você chama de pedra é um ser criador de realidade igual você. E o que você chama de filho também, é um ser criador de realidade igual você. Mas claro que se você não está disposto a cumprir sua responsabilidade de pai, melhor não ter filhos. Mas responsabilidade de pai e responsabilidade por criar a realidade do outro não é a mesma coisa. Não confunda uma com a outra e sem problemas.

Você assopra continuar vivendo. A continuidade da sua experiência humana resulta em você passar pela experiência de evolução e involução do seu corpo (início, meio e fim).

Suicídio é quando você assopra sua morte.

Sim, mas não diretamente. Você não assopra a dor em si, você toma alguma decisão que resulta na experiência de dor. Quando você toma um choque, por exemplo, você não assopra o choque em si, você decide colocar o dedo na tomada e o resultado dessa decisão é a experiência de choque e dor. O mesmo funcionamento se aplica para qualquer outra experiência de dor.

AULAS

FRASES

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