Quem fala errado, a Mônica ou o Cebolinha? Essa pergunta é uma brincadeira infantil, mas a resposta expressa uma sabedoria de gente grande, madura e esclarecida. Quem fala “errado” é a Mônica, o Cebolinha fala “ellado”.
Que sabedoria tem nisso? Sabedoria da universalidade. O jeito que o Cebolinha fala não é errado, é diferente, é o jeito dele falar. Cada um tem um jeito diferente de fazer a mesma coisa. Todos andamos, mas cada um anda de um jeito diferente. Todos pensamos, mas cada um pensa de um jeito diferente. Todos gostamos, mas cada um gosta de um jeito diferente. Resumindo, cada um tem seu próprio jeito de ser.
Ninguém é igual. Todos são igualmente diferentes. A natureza do universo é a universalidade. Ser diferente é natural, inevitável e saudável. O problema é tentar ser igual. O problema é a uniformidade (outroísmo).
Você é naturalmente e inevitavelmente diferente do outro. O outro é naturalmente e inevitavelmente diferente de você. Quando você se obriga a ser igual o outro (outroísmo submisso), eu apareço. Quando você obriga o outro a ser igual você (outroísmo impositivo), eu apareço.
Eu sou o mestre da universalidade. Eu apareço em diversas situações, mas meu ensinamento é sempre o mesmo: 1≠1. O universo não é uma máquina de xerox. Não existem dois iguais no universo. Cada um é único, ímpar, singular. Isso é óbvio! Ululante! Mas você teima em ignorar.
Toda vez que você opta por viver outroísta, submisso ou impositivo, você está cometendo o equívoco de acreditar na uniformidade, acreditar que 1=1. Viver assim é como viver dormindo. Para que você desperte do equívoco da uniformidade e perceba o óbvio, que 1≠1, existe um despertador dentro de você. Esse despertador sou eu (sofrimento).
Esse livro terminou, mas eu não. Então, da próxima vez que estiver sofrendo, converse diretamente comigo que vou te relembrar do que aprendeu aqui. Por fim, deixo uma poderosa vacina consciencial contra o viver outroísta. Use o quanto quiser. Quanto mais, melhor.
DECLARAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
Eu me declaro incompetente em ser você.
Eu lhe declaro incompetente em ser eu.
Sua competência é ser você.
Minha competência é ser eu.
Eu me declaro incompetente em saber por você.
Eu lhe declaro incompetente em saber por mim.
Sua competência é saber por você.
Minha competência é saber por mim.
Eu me declaro incompetente em querer por você.
Eu lhe declaro incompetente em querer por mim.
Sua competência é querer por você.
Minha competência é querer por mim.
Eu me declaro incompetente em optar por você.
Eu lhe declaro incompetente em optar por mim.
Sua competência é optar por você.
Minha competência é optar por mim.
Que meu viver confirme
minha competência
e minha incompetência.
E assim seja!