Toda vez que você interage com o outro você experimenta as características desse outro. Essa experiência é o que você chama de percepção sensorial. Quando você come o pudim da sua mãe, por exemplo, você tem uma experiência sensorial que você chama de “doce”. Só que, simultaneamente a experiência sensorial, você tem uma experiência afetiva. Enquanto você está comendo o pudim, você sente que o pudim é especial, melhor pudim do mundo, pois foi sua mãe que fez.
“Melhor pudim do mundo” é afeto. O sabor doce do pudim vem do paladar, mas o valor de “melhor pudim do mundo” não vem do paladar, nem do cheiro, nem do tato, nem do olfato, nem da visão, vem da sua atribuição de valor, ou seja, vem do seu afeto. O pudim é apenas um pudim, nada além do que é: um pudim. Mas como o pudim foi feito pela sua mãe, para você, não é um pudim qualquer, é especial, é querido, é estimado, é valoroso, é o melhor pudim do mundo.