Segundo Lacan, o Judas de Freud, não queremos o outro, queremos que o outro queira o que queremos. Uhuuuu! Lacrou, Lacan! Foi na veia do outroísmo! “Querer que o outro queira o que queremos” é uma ótima definição de outroísmo. Também é caminho direto para o mal viver.
Na declaração de incompetência, a 1ficina explica porque, dizendo assim: “Eu me declaro incompetente em querer por você. Eu lhe declaro incompetente em querer por mim. Sua competência é querer por você. Minha competência é querer por mim”.
Querer que o outro queira igual você é possível, mas é irrealizável. Eis a pegadinha e o engodo!
Cada um deseja por si e diferente. Só que você ignora isso. O outro também. E ambos vivem tentando realizar o irrealizável. Resultado: má convivência.
Rita Lee canta assim: “Eu só queeeeero que você me queeeeeira”. A música se chama “Ando meio desligado”, mas para uma pessoa querer uma impossibilidade dessas, meio desligado é pouco, né? Tá completamente desligada. E por favor, não leve a mal!