Joseph Campbell foi um escritor norte-americano que se dedicou a estudar a vida dos heróis. Campbell analisou diversas histórias religiosas, míticas, místicas e descobriu um padrão narrativo que chamou de Jornada do Herói, também conhecido como “monomito”.
A descoberta da Jornada do Herói é reveladora, mas o que Campbell não percebeu, é que a jornada do herói não é a jornada de uma pessoa, é a jornada de um desejo. A palavra “herói” vem de “heros” (eros), que na mitologia grega é o deus do amor, ou seja, deus do desejo. A Jornada do Herói é a jornada do erótico. E não me refiro apenas ao desejo sexual, mas todo e qualquer desejo (eros).
Todo desejo existe como potencial para realização, mas do potencial até a realização, existe uma jornada. Essa jornada de realização é cheia de obstáculos. Atravessar um obstáculo é como atravessar um rio. O herói está em uma margem e quer chegar até a outra. Como fazer isso? Eis o desafio do herói para atingir a realização do seu desejo.
O herói pode construir uma ponte, atravessar o rio de barco, nadando, usando uma corda, etc. Quem quer inventa um meio, quem não quer inventa um freio. Cabe ao herói inventar um meio de realizar seu desejo. A jornada do herói é o processo de invenção de meios para chegar ao fim: realização do desejo.
Resumindo, todo ser (humano ou não) está constantemente em uma jornada heroica, pois todo ser é desejante e busca a realização dos seus desejos frente os obstáculos. O diferencial da jornada humana é que o herói humano tem um super poder chamado “raciocínio”.
Mas não basta o herói humano ter um cérebro e pensar, ele precisa usar bem o cérebro que tem. Ter capacidade de pensar não é sinônimo de ter competência. Competência é maestria e só se adquire com prática. Então, se ainda lhe falta competência em pensar, basta exercitar essa capacidade.
Boa prática!