Por que você acha que Jesus foi crucificado? Por ser fiel? Claro que não! Jesus foi o maior traidor que já existiu. Para começar, Jesus, que era judeu, traiu o judaísmo. Depois, traiu o antigo testamento, trazendo a boa nova. Daí, traiu o capitalismo, dizendo que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus. Depois, traiu os caga-regras acadêmicos, chamando-os de doutores da lei. E por aí vai! A lista de traições de Jesus é interminável. Mas a pior traição, a traição imperdoável, foi trair o materialismo, dizendo que o reino de Deus não é desse mundo. Aí foi pacabá!
Você está acostumado a pensar em traição como algo errado e fidelidade como certo. Sim, faz sentido. Mas certo e errado são relativos ao objeto da fidelidade. Quando você é fiel, você é fiel a quê? Quando está traindo, você está traindo o quê? O que tem de certo em ser fiel a algo errado? E o que tem de errado em ser traidor de algo errado? Entende? Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente.
Jesus traiu a doença humana, mas tinha muita gente interessado na doença. Tinha muita gente que se beneficiava da doença. Tinha muita gente que não queria que a doença acabasse. Imagine um mundo sem doença. Todo mundo saudável. Seria bom, não seria? Que maravilha! Mas será que os donos de farmácia iriam gostar disso? Será que todos que vivem da perpetuação da doença iriam gostar disso?
A traição que Jesus propôs era gratuita, pacífica e simples: amar. Só que ninguém estava interessado em amar. Ninguém estava interessado em saúde. Então, os fiéis doentes, se juntaram para eliminar o traidor da doença. Jesus foi cancelado na cruz. Fim do problema! Doença restaurada. Mundo doente, mundo feliz. E ainda sobrou a festa de aniversário, dia 25 de dezembro, para os fiéis fazerem amigo secreto e encherem a pança.