Junto com os estudos da Gnose, comecei a participar de uma banda. Éramos amigos que tocavam música autoral, dançante e bem humorada. Começamos por brincadeira, convidados para animar uma festa na faculdade de filosofia da USP (FFLCH). O público gostou e fomos convidados para animar outras festas. Ficamos populares no meio estudantil e começamos a prosperar. No apogeu da banda, gravamos um CD, ganhamos alguns festivais de música e tivemos um videoclipe exibido na MTV.
O vídeo abaixo começa com a foto do show na FFLCH. A música no vídeo, Eu Quero Ver Você Dançar, era um dos hits da banda. O videoclipe exibido na MTV era com essa música, bem-produzido, com dramaturgia, etc, mas a cópia que tínhamos em VHS derreteu no bolor.
Certo dia, durante um dos maiores shows que fizemos, em um colégio chamado Logos, na avenida Rebouças, percebi que estava mais interessado na idolatria dos fãs do que na qualidade da música. Eu estava no auge do fanatismo da morte do ego, então, convoquei uma reunião e disse: — Vou sair da banda!
Num ato de sincericídio, falei da morte do ego e blá blá blá. Ninguém entendeu nada, mas falei mesmo assim, afinal, meus amigos mereciam uma explicação do porquê o vocalista e compositor da banda estava saindo da banda, mesmo que fosse uma explicação tosca.
Uma vez fora da banda, mergulhei nos estudos da Gnose. Quando saí do Movimento Gnóstico, fui me aventurar na literatura e na MPB. Quer dizer… pera! Antes disso, saí da publicidade também. Conto sobre isso a seguir.