Você entende e aceita que é criador da sua realidade até certo ponto. Quando você vai almoçar em um restaurante, por exemplo, você escolhe batata, feijão, cenoura, tomate, etc, e assim cria sua refeição. Nesse caso, você entende e aceita que você é o criador da sua realidade. Extrapolando essa ideia para outras áreas, você escolhe seu namorado, esposa, emprego, casa, roupa, amigo, etc. Nesses casos, você também entende e aceita que você é o criador da sua realidade.
Mas entender que você é criador da sua realidade não se limita a entender que você lida com pessoas, situações e coisas. Entender que você é criador da sua realidade, significa que você cria tudo, toda a realidade, 100%, sem exceção. Usando o exemplo do restaurante, entender que você é criador da sua realidade, é entender que você cria as paredes do restaurante, as mesas, as cadeiras, os talheres, o chão, a mão segurando o prato, tudo que você experimenta e chama de realidade.
“Se sou o criador de tudo na minha realidade, então, eu crio a matéria?”, você pergunta. A resposta é sim e não. Sim, porque você cria tudo que você experimenta. E não, porque matéria não é material, não é coisa física. Matéria é experiência de fisicalidade.
Este entendimento é a revolução que muda tudo sem mudar nada. Nada muda porque matéria sempre foi experiência de fisicalidade, nunca foi outra coisa, nunca será, você é que tem ignorado isso. Tudo muda porque uma coisa é entender que matéria é material, outra coisa é entender que matéria é experiência de fisicalidade.
Ao acreditar que matéria é material, você passa a acreditar que você também é material, ou seja, corpo. Você pensa assim: “Realidade é material. Eu sou material também. A realidade contém toda matéria e me contém também. Eu sou um corpo material contido na realidade e interagindo com outros corpos materiais contidos na realidade.”
Isso é um equívoco. Realidade não lhe contém, você é que contém sua realidade. Quando você entende que matéria é experiência de fisicalidade, o fluxo da criação vira do avesso. Você entende assim: “Matéria é experiência de fisicalidade. Eu sou criador da minha experiência de fisicalidade. Fisicalidade é um aspecto da realidade que experimento. Eu não sou matéria, nem estou contido na realidade, é a realidade que está contida em mim.”
Matéria é ilusão. Mas por que matéria é ilusão? Matéria é ilusão porque é experiência. E por que experiência é ilusão? Experiência é ilusão porque é efeito.
Imagine um filme em uma tela de cinema. O filme na tela é ilusão. Por que o filme na tela é ilusão? Porque não é o filme na tela que está criando o filme na tela, o filme na tela não é a fábrica do filme, o filme na tela é efeito. A fábrica do filme na tela é o projetor. O projetor existe sem o filme na tela, mas o filme na tela não existe sem o projetor.
Experiência é ilusão porque é efeito.
Realidade é ilusão. Ilusão = realidade = efeito. Mas isso não significa, de modo algum, que sua realidade deva ser ignorada e desconsiderada. Pelo contrário, muito pelo contrário, muitíssimo pelo contrário, sua realidade deve ser sempre considerada, pois ela é efeito, e não é desconsiderando o efeito que você estuda a relação causa e efeito.
Quando você se entende como corpo, como matéria, é inevitável que você entenda que o criador da sua realidade é outro. Esse outro pode ser a natureza, o universo, os átomos, a vida, deus, o caos, enfim, algum outro, menos você. Isso é outroísmo.
O problema do outroísmo é que se você não é o criador da sua realidade, então, sua realidade não tem relação causal com você. Se sua realidade não tem relação causal com você, como e porque estudar uma relação causal que não existe? Ou seja, se você não é o criador da sua realidade, buscar autoconhecimento é uma contradição.
Nada é nada? Sim e não. Sim, porque se nada fosse alguma coisa, não seria nada, seria alguma coisa. E não, porque nada é potencial para tudo, para toda realidade. Nada é tudo-potencial, tudo é nada-realizado. Nada é a fábrica de tudo.
Você é nada e tudo. Todo ser é nada e tudo. Criador e criatura. Viver é brincar de se transformar em tudo.
Tudo sai do nada. Tudo que você experimenta sai do seu potencial. Por exemplo, se você é músico e está criando uma música, você é nada criando um tudo. Que tudo? A música. A música é sua realização, é você em forma de música. Imagine a natureza humana como sendo um instrumento musical. O que é sua realidade? Realidade é a música que você está criando e por isso, ouvindo, ou seja, experimentando.
Certa vez, fui visitar um amigo. Quando cheguei na casa dele, ele estava olhando fixamente para um rádio que ficava em cima da mesa. Mas não era um olhar comum, corriqueiro, habitual, era um olhar espantado.
— O que foi? — perguntei ao meu amigo.
— Esse rádio é mal-assombrado — ele respondeu.
— Como assim? — perguntei.
— Liga o rádio pra você ver! — ele me disse.
Eu liguei o rádio e começou a tocar uma música da Elis Regina.
— Está tocando Elis Regina — eu falei.
— A Elis Regina é viva? — ele me perguntou.
— Não, ela já morreu! — respondi.
— Está vendo! Esse radio é mal-assombrado, toca Elis Regina, Vinícios de Moraes e Tim Maia. Tudo gente morta. Toca até Beethoven, que já morreu faz séculos.
Comecei a dar risada. Meu amigo sabia o motivo do rádio tocar música de gente morta. Ele era músico e entendia de gravação. Mas o espanto do meu amigo era cientificamente pertinente.
— A bruxaria fica pior — ele me disse.
— Pior, como? — eu perguntei.
— Eu passo o dia inteiro escutando esse rádio e escuto pelo menos umas duzentas músicas por dia nele. Só que…
— Só que o quê?
Meu amigo pegou uma chave de fenda, desparafusou o rádio e retirou a carcaça de plástico que cobria os componentes eletrônicos.
— Olha só isso! — ele me disse.
— São os componentes eletrônicos do rádio — eu falei.
— Sim, mas cadê as músicas que ouço saindo daí de dentro? Se não estão aí dentro, como podem sair daí de dentro?
Caí na gargalhada. Meu amigo também.
Contei essa história para fazer uma analogia com o nada. Um rádio pode tocar qualquer música justamente porque não tem música nenhuma dentro dele. O nada é como um rádio, potencial para tudo. Sem o rádio não haveria música: o rádio é a fábrica de todas as músicas. Sem o nada não haveria realidade: o nada é a fábrica de todas as realidades.
Ano 3050, um repórter entrevista o cientista chefe do experimento AGORAVAI sobre a descoberta cientifica mais revolucionária de todos os tempos.
— O que foi que vocês descobriram?
— Descobrimos a PDPN.
— O que é isso?
— É a partícula fundamental da matéria.
— Que partícula é essa?
— PDPN é a Partícula De Porra Nenhuma.
— Quer dizer que tudo é feito de porra nenhuma?
— Exato! PDPN é a porra que fecunda e dá origem a tudo.
O repórter vira para câmera e encerra a reportagem:
— Pronto! Finalmente descobrimos do que tudo é feito! Eu, você, tudo e todos somos feitos de porra nenhuma! Quando imaginaríamos uma porra dessas!? Direto do AGORAVAI, fui.
Realidade é ilusão porque é efeito. A fábrica da realidade não é ilusão porque é causa. A fábrica da sua realidade é você. Mas você (fábrica de realidade) é sem forma para poder brincar de se criar e recriar em múltiplas formas. Você, atualmente, está brincando de ser humano. Outros seres estão brincando de outras formas de ser. Nenhuma forma de ser é melhor que a outra, são apenas diferentes.
A palavra ilusão é um problema para você. Se digo que você é criador de realidade, você se sente bem com isto, mas se digo que você é criador de ilusão, você sente incômodo. Isto acontece porque seu conceito de ilusão se opõe ao conceito de realidade. Essa oposição é só conceitual. Ilusão não é oposto de realidade, ilusão é sinônimo de realidade. Realidade = ilusão. Realidade não tem oposto, realidade tem multiplicidade.
Então, você possa relaxar em sua busca existencial. Você não precisa encontrar a Fábrica da Realidade porque a fábrica da sua realidade é você, sempre foi, sempre será. E você também não precisa destruir ou acabar com a ilusão, pois ilusão = realidade. Criar realidade é o que você faz, é seu viver, é sua diversão existencial. Despertar a consciência não é acabar com a brincadeira de ser humano, é ficar consciente do que é brincar de ser humano.
Era sempre, eternamente, toda vez, sem exceção: você.
Está vendo você? Não!? Vou ajudá-lo acrescentando um recurso gráfico.
Pronto! Se viu agora? O quadro preto é sua melhor representação. Mas como no quadro preto aparentemente não tem nada, usei o recurso gráfico de escrever “você”. Viu você agora? É isto mesmo! Você é existência.
Sua existência é inexplicável, indefinível, imensurável, porém, apesar disso, sua existência é inegável. Você existe e não tem como você negar sua existência. Até para você poder negar sua existência você precisa existir. Afinal, como você poderia negar sua existência se você não existisse para negá-la? Você existe. Você é presença. A totalidade das presenças universais (seres) é ONIPRESENÇA. Sua presença é sua porcentagem infinitesimal de onipresença. Sua presença é sua AUTOPRESENÇA. Você é unicidade existencial.
Você não é só unicidade existencial. Você é potencial de realização. Você é existência potente. Você existe e se transforma. Você é existência e potencial juntas. A totalidade das potências universais (seres) é ONIPOTÊNCIA. Sua potência é sua porcentagem infinitesimal de onipotência. Sua potência é sua AUTOPOTÊNCIA. Você é unicidade existencial potente.
Você não é só unicidade existencial potente. Você sabe que existe e se transforma. Você é consciente de si. Você existe, se transforma e experimenta sua transformação. Você é existência, potência e consciência juntas. A totalidade das consciências universais (seres) é ONISCIÊNCIA. Sua consciência é sua porcentagem infinitesimal de onisciência. Sua consciência é sua AUTOCIÊNCIA. Você é unicidade existencial potente consciente.
Fábrica da realidade é a unitrindade que você é. O funcionamento da Fábrica da Realidade é você brincando de eu-sou-eu, ou seja, é você brincando de se realizar e experimentar a si mesmo. Eu-sou-eu é a brincadeira da transFORMAção. Eu-sou-eu é você se projetando em formas para se experimentar transFORMAdo em uma realidade correspondente. Sua realidade é a experimentação da forma correspondente à sua manifestação.
Usando uma analogia, brincar de eu-sou-eu, é como escrever um texto no computador. Quando você está escrevendo um texto você é três. Tem você autor (existência), você escritor (potência) e você leitor (consciência). Escrever um texto é brincar de eu-sou-eu. Quando você está lendo um texto que você está escrevendo, você está experimentando você transFORMAdo em texto. Realidade, em todos os sentidos, é sempre você brincando de eu-sou-eu e se experimentando transFORMAdo. Atualmente você está brincando de eu-sou-humano. Seguindo a analogia, você está se escrevendo em formas humanas para se experimentar transFORMAdo em texto humano (realidade humana).
Sua realidade atual é sua redação atual. E adivinha qual é o título da sua redação? Isto mesmo! Eu-sou-eu. Eu-sou-eu é o título da redação de todos os seres, sempre, pois cada ser só pode realizar a si próprio. O resto é criatividade. Os cenários, os personagens, as narrativas, os desafios, os meios de vencer os desafios e tudo no desenrolar da sua redação, é você brincando de eu-sou-eu.
Resumindo, você é uma Fábrica de Realidade que funciona por e com um único objetivo: produzir algo único, ímpar, sui generis. Que algo é esse? É você. Você = você. Autorrealização é o único objetivo da brincadeira. Realidade é você se experimentando para constatar se está realizando seu único objetivo.
Toda brincadeira funciona de acordo com as regras da brincadeira. A regra da brincadeira eu-sou-eu é uma regra só: INPUT GERA (correspondente) OUTPUT. Nesse livro vamos chamar essa regra de correspondência.
INPUT é você-causa.
OUTPUT é você-efeito.
INPUT é você-fábrica.
OUTPUT é você-produto.
A regra da correspondência serve para todas as brincadeiras possíveis de eu-sou-eu, mas se diferencia de acordo com sua modalidade. Atualmente você está brincando de eu-sou-humano, então, sua atual regra da correspondência está baseada em formas humanas (natureza humana).
Pintores pintam quadros, compositores compõem canções, escritores escrevem livros, seres universais manifestam, realizam e experimentam realidades. Você é um ser universal. A realidade que você está experimentando agora é você realizando e experimentando sua obra prima. Não tem outra igual! Sua realidade é ímpar, singular, única. E é única a cada instante, nova, atualizada. E sendo que você pode torná-la ainda mais prima, mais alinhada com sua unicidade: Por que não?
INPUT GERA (correspondente) OUTPUT.
Sem esta regra seria impossível brincar de eu-sou-eu.
Imagine que você plante semente de abóbora e que brote aleatoriamente qualquer outra coisa, que brote parafuso, por exemplo. Imagine que você coloque um CD do Elvis Presley para tocar e que o CD player toque aleatoriamente qualquer outra música, Beatles, por exemplo. Imagine que você coloque um morango na boca e que sinta aleatoriamente qualquer outro gosto, que sinta gosto de jiló, por exemplo.
Quando um INPUT não corresponde a um OUTPUT determinado, fica impossível brincar de criação, pois o resultado se torna aleatório. INPUT GERA (correspondente) OUTPUT sempre, inevitavelmente.
OUTPUT é o inevitável resultado do INPUT.
Resultado não tem liberdade. Realidade é resultado. Então, realidade não tem liberdade. Realidade é escrava da sua liberdade de criação. A qualidade da sua realidade corresponde sempre à qualidade da sua criação.
É por isto que você sofre com sua realidade. Mal viver é você dizendo a si mesmo que seu OUTPUT não está correspondendo ao seu INPUT. Ou seja, que você não está sendo você.
Mal viver é indicativo de criação de realidade desajustada. Assim, para reajustar sua criação de realidade, você pode e deve se perguntar: “Por que minha criação de realidade está desajustada? O que está me impedindo de eu-ser-eu? Como restaurar a sintonia comigo?”. Investigando a si mesmo neste sentido, você irá descobrir que entre você-input e você-output, está: Você-EGO.
Usando a palavra EGO como sigla, temos E.G.O (Eu Gerador de Output).
Você-EGO é “Você Gerador de Output”. Você-EGO é o transFORMAdor de input em correspondente output. Sem você-EGO não haveria como você brincar de transFORMAção, ou seja, eu-sou-eu. Fábrica de Realidade sem EGO é igual computador sem programa, nenhum output é gerado. É necessário um programa para transformar input em output. Você-EGO é o programa de correspondências que transFORMA você-input em você-output. Atualmente, você está brincando de eu-sou-humano, então, você-EGO é o sistema humano de correspondências que está transFORMAndo você em você-humano.
Sua realidade é você mesmo transFORMAdo por você mesmo em você mesmo.
Usando a analogia do computador, é como se o computador digitasse no próprio teclado: “Estou me manifestando através de mim”. Um computador escrevendo e lendo o que ele mesmo está escrevendo é uma imagem análoga a você experimentando sua realidade. Ainda nesta analogia, imagine que o computador digitasse “Sou uma árvore” e lesse na tela a frase: “Sou um sapo”. Ao ler o texto, o computador teria o sentimento de realidade fora de sintonia. “Por que meu output não está correspondendo ao meu input? O que está me impedindo de eu-ser-eu? Como restaurar a sintonia?”. Se tal computador pudesse se investigar, descobriria que a falta de sintonia está sendo causada por um desajuste em sua programação (correspondências).
O mesmo acontece no mal viver. Investigue a si e descobrirá que sua programação mental está desajustada, está fora de sintonia com você mesmo. Seu mal viver é você se convidando para uma autoanálise e reajuste mental. Se você aceita o convite e executa a autoanálise, pronto, você fez tudo necessário para o reajuste acontecer. Autoanálise leva ao despertar da consciência. Conforme você vai tomando consciência de qual é o desajuste, a própria consciência despertando é o reajuste.
Um rapaz foi visitar um sábio.
“Como faço para viver bem?”, perguntou o rapaz.
“Para viver bem, você só precisa assumir dois compromissos. Na verdade, só um, digo dois porque é um com dois lados assim como uma moeda com cara e coroa”, disse o sábio.
“Quais são os dois compromissos?”, perguntou o rapaz.
“O primeiro compromisso é com a prática da liberdade”, disse o sábio.
“Que prática é essa?”, perguntou o rapaz.
É o compromisso de se desligar de toda e qualquer obrigação ou censura”, disse o sábio.
O rapaz considerou o primeiro compromisso e achou positivo, afinal, seu sofrimento vinha mesmo dele se obrigar a fazer o que não queria e de se proibir de fazer o que queria.
“Aceito o primeiro compromisso”, disse o rapaz.
“Ótima opção!”, disse o sábio.
“Mas com base em quê vou criar minha realidade?”, perguntou o rapaz.
“Com base na Prática do Discípulo”, disse o sábio.
“Prática do Discípulo! Que prática é essa?”, perguntou o rapaz.
“É o compromisso de só criar sua realidade de acordo com os conselhos do Mestre ONI”.
“Mestre ONI! Que mestre ONI? Eu não conheço nenhum mestre ONI! Como vou assumir um compromisso com quem desconheço? Como vou seguir seus conselhos? Não sei sequer onde este tal de mestre ONI mora!”, exclamou o rapaz.
Mestre ONI mora em você. Mestre ONI é você. Mestre ONI é sua UNIcidade. Para você agir de acordo com os conselhos do Mestre ONI, basta você se sintONIzar com você. Ao invés de obrigação, realize em sintONIzação. Obrigação cria realidade dessintONIzada. SintONIzação cria realidade sintONIzada”, disse o sábio.
“Como diferenciar sintONIzação de obrigação?” perguntou o rapaz.
“Quando você se sente bem realizando, você está em sintONIzação. Quando você se sente mal realizando, você está em obrigação”, respondeu o sábio.
“Aceito seu conselho”, disse o rapaz.
“IO, IO, IO”, cantou o sábio.
“O que é IO? perguntou o rapaz.
“Input-Output”, disse o sábio.
Fábrica da realidade é você. Porém, você não é a única fábrica de realidade do universo, logo, a realidade que você experimenta também não é a única realidade do universo. Sua realidade é sua realidade. É uma realidade única, diferente e paralela à realidade produzida pelas outras Fábricas de Realidade.
Sua realidade é sua paralelidade. Cada Fábrica de Realidade manifesta, realiza e experimenta sua própria realidade. Cada realidade é única, diferente e paralela. Quando duas ou mais fábricas interagem, ainda assim, cada fábrica manifesta, realiza e experimenta sua própria realidade paralela.
Paralelidade é como conversa pela internet, cada usuário experimenta a manifestação do outro dentro da tela do seu computador. Ou seja, cada usuário recria o outro dentro da sua própria realidade e o experimenta dentro dela.
Quando você interage, devido a você ignorar sua unicidade, ocorre de você se sintonizar com unicidades que não são a sua (outras). A recorrência disso dessintoniza você, ou seja, afeta sua mentalidade. Isso ocorre de forma similar a programas que você instala no seu computador. Todos os programas instalados no seu computador foram instalados por você, mas alguns são até prejudiciais. Mentalidades dessintonizadas são como programas prejudiciais que distorcem sua sintonia com você.
Seu sistema emocional é seu inspetor de sintonia. Por isso você sofre. Felicidade é você se dando relatório de sintonia. Sofrimento é você se dando relatório de dessintonia. Pouco sofrimento, pouca dessintonia, muito sofrimento, muita dessintonia. Enfim, é através da felicidade e do sofrimento que você toma consciência do seu grau de sintonia. Assim, embora desagradável, sofrimento nada mais é do que convite à ressintonização.
Criar realidade é como desenhar. Entre o input e o output está o desenhista: Eu Gerador de Output.
Sua realidade é você-input transformado por você-EGO em você-output.
INPUT GERA (correspondente) OUTPUT. Você-input é sempre o mesmo: ser você. Sendo assim, você sofre para perceber que está fora de correspondência consigo mesmo. A solução para restabelecer a justa correspondência é você atuar no aspecto de si que gera a correspondência: Você-EGO (Eu Gerador de Output).
O bolo é da forma da fôrma.
Mude a fôrma e a forma muda junto.
Tem bolo redondo e tem bolo quadrado. Por que um bolo é redondo e outro é quadrado? De onde vem a forma do bolo? A forma do bolo vem da fôrma. O bolo quadrado é quadrado porque a fôrma que o formou era quadrada. O bolo redondo é redondo porque a fôrma que o formou era redonda. O bolo tem a forma da fôrma. Só que forma é explícita e fôrma é implícita.
Observe sua realidade como sendo um bolo. Se sua realidade tem forma, então, tem fôrma. Mas cadê a fôrma? Percebe? Você não vê a fôrma que forma sua realidade porque a fôrma da sua realidade também é implícita. Para entender isso, vamos melhorar a metáfora.
Pense em uma imagem na tela do seu computador. A imagem na tela do computador é forma. Se é forma, tem uma fôrma. Mas cadê a fôrma que forma a imagem na tela do computador? A fôrma da imagem é o programa do computador.
Analogamente, assim como um computador usa uma fôrma chamada PROGRAMA para criar imagens na tela, você usa uma fôrma chamada NATUREZA HUMANA para criar a realidade que você experimenta. E assim como você não vê o programa que forma a imagem na tela do computador, você também não vê sua NATUREZA HUMANA.
Realidade é forma. Mentalidade é fôrma.
Mude sua mentalidade e sua realidade muda junto.
Brincar de eu-sou-eu é como desenhar um autorretrato. Quando você está desenhando uma árvore no papel, você não está desenhando qualquer árvore, você está desenhando SUA árvore. Qualquer um pode desenhar uma árvore, mas ninguém pode desenhar SUA árvore. Sua árvore só pode brotar de você, pois sua árvore é você “arvorizado”. O mesmo se dá com sua realidade. Quando você está criando realidade, você não está criando qualquer realidade, você está criando SUA realidade. Qualquer um pode criar realidade, mas ninguém pode criar SUA realidade. Sua realidade só pode ser criada por você, pois sua realidade é você realizado.
Como sua realidade é criada através de você-EGO, sua realidade não é apenas imagem e semelhança da sua unicidade, mas também de você-EGO. O bolo é da forma da fôrma, então, quando você experimenta uma realidade dessintonizada (você ≠ você), a falta de correspondência não está em você-input, mas no aspecto da sua UNItrindade que está gerando a realidade correspondente, esse aspecto é você-EGO.
Seja qual for sua realidade, quando você está em paz com ela, quando você está se sentindo bem, então, é porque você-EGO está em sintonia com sua manifestação. Quando você está em conflito com sua realidade, quando está se sentindo mal, isto significa que você-EGO está dessintonizado com sua manifestação. Neste caso, o sofrimento que você sente é você se convidando à ressintonização.
Realidade não é apenas forma, realidade é forma representativa. Realidade é representatividade. Usando novamente a analogia do desenho, o desenho espelha o desenhista, logo, é representativo do desenhista. O mesmo acontece quando você está criando sua realidade, a realidade que você está experimentando é representativa de você, é espelho da sua unicidade e mentalidade.
Entender que realidade é representatividade é fundamental para o processo de autorrealização, porque liberta você da necessidade de criar realidade específica e o liberta para criar qualquer realidade representativa. A segunda utilidade é que, sendo que o bolo tem a forma da fôrma, então, o que você experimenta numa realidade dessintonizada é a justa representação da falta de sintonia. Logo, é indicativo da necessidade de reajuste.
Realidade indesejada é semelhante a uma música mal executada onde o músico erra as notas e toca fora de harmonia. Pense no seguinte, o violão tem como tocar melhor a música? Não! Pois é o músico que está tocando a música e não o violão. O violão é apenas o instrumento que o músico está usando para executar a música.
O mesmo acontece com você. Sua NATUREZA HUMANA é seu instrumento. Sua realidade é a música que você está tocando, e consequentemente, ouvindo. Assim como a causa da música mal tocada é a má execução do músico que está tocando o violão, a causa da má qualidade da sua realidade é sua má execução em ser humano.
A maestria ou falta de maestria do músico com o violão é tanto o problema como a solução da qualidade da música. Sua maestria ou falta de maestria em ser humano também é tanto o problema como a solução da qualidade da sua realidade.
Realidade é ilusão, mas é imprescindível para você viver bem, pois é só através do estudo do efeito que você pode obter conhecimento de causa. E para que serve conhecimento de causa? Serve para você melhorar a qualidade do efeito, ou seja, melhorar a qualidade da sua realidade. Vamos usar uma analogia para entender melhor isso.
Um sonho é uma ilusão. Por quê? Porque um sonho não é fábrica de si, sonho é produto. E qual é a fábrica do sonho? A fábrica do sonho é você, sonhador. Porém, se você não fosse o sonhador dos seus sonhos, que utilidade e sentido teria estudar a relação dos seus sonhos com você? Nenhuma! Sua realidade é como um sonho. Você é um sonhador. A realidade que você experimenta é a realidade que você cria para si.
É por isto que a prática da autociência é realizada através da investigação da relação causal entre você e sua realidade.
Sim, caso contrário a comunicação entre os seres humanos seria impossível.
Sim, figurativamente falando, seu estado psicológico e emocional é você-pessoa conversando com você-ser.
Sim, porque pessoa é realidade e realidade é sua decodificação da manifestação dos seres do universo. O que precisa ficar claro é que decodificar não é manifestar. Então, você não cria a manifestação dos seres do universo, você apenas decodifica as manifestações. Ao decodificar você trans_forma (dá forma) a essas manifestações. Pessoa é uma forma que você dá à manifestação de um ser.
Sua realidade é 100% criação sua no sentido que é 100% decodificação sua. Pense em um grupo de whatsapp. Tudo que aparece no seu whatsapp é 100% criação sua porque é 100% decodificação no seu whatsapp. O mesmo com a realidade que você está experimentando. Você só está experimentando essa realidade porque você está decodificando os impulsos do universo “dentro” de você. Porém, assim como as mensagens no grupo de whatsapp é uma cocriação, onde cada integrante está criando uma parte da conversa, assim também é a cocriação de realidades. Em uma cocriação, cada um é o criador da sua parcela de criação.
Não! Essa responsabilidade é sua.
Não! Ninguém experimenta a realidade do outro. O que você decodifica e experimenta em si é a manifestação do outro e não a realidade do outro.
Que distância? Qual é a distância entre você e sua realidade? Eis uma ótima prática para despertar a consciência! Observe a distância entre você e sua realidade. Pegue uma régua e procure medir a distância entre você e sua realidade. Você irá perceber que a régua também é realidade, então, não serve para você medir a distância entre você e sua realidade.
Mas você pode colocar a régua na frente do seu corpo e medir a distância entre seu corpo e a parede. Só que tanto seu corpo, como a régua, como a parede, são a mesma experiência, é a mesma realidade. O desafio é você medir a distância entre você e sua realidade. Se você faz essa prática, se faz mesmo, você desperta e percebe que não existe distância, que distância é experiência de fisicalidade.
Você é simultaneamente criador da sua realidade e a realidade que está experimentando. Não tem distância entre criador e criatura, entre observador e observado.
Imagine que você está jogando um videogame. Você é um personagem em frente uma caixa. Você abre a caixa e tem um gato dentro. O gato estava dentro da caixa antes de você abrir? Se você partir da premissa materialista que supõe que a realidade é externa, dimensional, e temporal, independente da observação, você dirá que sim. Óbvio que o gato estava dentro da caixa, caso contrário, você não teria visto o gato quando abriu.
Essa resposta está perfeita na lógica materialista. Só que você é um personagem em um videogame e não um corpo material no universo. No videogame, nenhuma realidade se faz presente na tela até que você a crie através do controle (arbítrio). Enquanto você não opta por abrir a caixa, não tem sequer a imagem do interior da caixa, pois o videogame não criou essa imagem na tela ainda. Então, pode ter um gato dentro da caixa, mas também pode ter um repolho roxo, um pote de sorvete, um sapo, uma cebola, etc, infinitas possibilidades.
Sua decisão em abrir a caixa é o tal do colapso de onda. Você opta por abrir a caixa e experimenta a realidade resultante dessa opção. A partir desse momento, e só a partir desse momento, o videogame cria a realidade do interior da caixa com um gato dentro. Se você ignorasse que está jogando um videogame, você teria a convicção de que o gato é uma coisa material dentro de uma caixa material e que ele apareceu dentro da caixa porque já estava lá dentro.
Sua mentalidade interfere na sua criação de realidade igual à afinação de um piano interfere na qualidade da música. Um piano afinado produz música afinada. Um piano desafinado produz música desafinada. Sua mentalidade é como a afinação de um piano. Uma mentalidade afinada produz realidade afinada (bem viver). Uma mentalidade desafinada produz realidade desafinada (mal viver).
Não! Optando. Querer não cria nada. Querer só mostra o rumo da criação. Se você quer experimentar a realidade de passear na Grécia, levanta a bunda do sofá e sai andando rumo à Grécia. Não adianta só querer ir para Grécia. Você realiza e experimenta o que opta e não o que quer.
Da mesma forma que você explica a sua. Você sabe explicar a sua? Dito isso, perceba como a mentalidade vitimista luta para provar que é vítima. Essa pergunta é uma tentativa de defesa da posição de vítima. Agora, suponha que você consiga provar que você é vítima. Você estaria provando para quem? E por quê? Você quer ser vítima?
Você está sempre manifestando 100% do seu potencial, igual uma televisão que está sempre manifestando 100% da imagem na tela. Pode ser que o filme que a televisão está manifestando esteja apenas 10% em acordo com o desejo da televisão, mas isso não significa que a televisão não está manifestando 100% do seu potencial, significa que a televisão não está produzindo uma manifestação 100% sintonizada com seu desejo. A televisão está 90% dessintonizada. O mesmo acontece com você. Sua realidade é sempre 100% do seu potencial de criação, mas se você a considera indesejada, é porque não é uma realidade 100% sintonizada com seu desejo. Para aumentar a porcentagem de sintonia da sua realidade com seu desejo, você precisa praticar autoanálise e descobrir o que está bloqueando a sintonia.
Da mesma forma que esse texto está aparecendo no seu WhatsApp. O outro se manifesta, você recebe a manifestação do outro, decodifica essa manifestação com seu sistema humano e experimenta essa manifestação decodificada em si.
Por isso que iluminação não é uma experiência. Toda experiência é observada. Na auto-observação existencial, você observa o tudo. E atenção! Não estou falando em observar todas as coisas, estou falando em observar a totalidade da sua realidade (tudo). De repente, você percebe que você é o observador observando esse tudo. E que você não está no tudo. Puf! EUreka! Você fica consciente que você é nada observando o tudo.
Através do estímulo. Vamos supor que eu te envie uma fotografia de uma girafa. O que saiu do meu computador, viajou pela internet, chegou até o seu computador e está fazendo você ver essa girafa, foi uma girafa? Essa girafa foi andando pelo fio da internet e entrou na tela do seu computador? Foi isso que aconteceu? Não, o que viajou pela internet foi uma série de impulsos que o seu computador decodificou e mostrou na tela como girafa. Analogamente, o mesmo está acontecendo com tudo isso que você chama objetos materiais e externos.
Exatamente assim como é.
Autoobservação produz despertar da consciência. >>> Despertar da consciência produz autoconhecimento. >>> Autoconhecimento produz melhores escolhas. >>> Melhores escolhas produzem melhores realidades.
Através de qualquer estratégia que você imaginar e colocar em prática. Essa que é a graça da brincadeira de realização, inventar maneiras de realizar o desejo. Existem mil maneiras de preparar Neston. Invente uma. Se uma não der certo. Invente outra. Se outra não der certo. Invente outra. E assim por diante. “Como” é a parte divertida da brincadeira. Use a imaginação. Pense em maneiras de realizar seu desejo. Pense em estratégias. Coloque as estratégias em prática. Passo a passo você vai realizando seu desejo.
Imagine uma televisão que nasceu assistindo a si mesma. Essa televisão vai acreditar que as imagens na tela são a tela. As imagens estão mais perto do que perto, estão na tela e a televisão nasceu assistindo as imagens, então, a televisão não tem como colocar um espaço entre a tela e a imagem. Até porque, não existe de fato espaço separando a tela da imagem na tela. Como separar? Simples. A tela é a fabrica e a imagem é o produto. O mesmo está acontecendo com você. Você-causa = televisão. Você-efeito = realidade. A televisão está assistindo a si mesma, você também.
Se você não controla sua criação de realidade, quem criou essa pergunta?
Praticando autociência, mais especificamente, praticando auto-observação existencial. Primeiro observei a realidade e percebi que não são vários movimentos em sincronia, é um movimento só, monobloco. O segundo passo foi perceber que a realidade não está do lado de fora, que é uma experiência, então, não é material, nem externa, é uma criação mental dentro de mim. O terceiro passo foi perceber que se realidade é tudo, inclusive meu corpo, então, eu, experimentador do tudo, sou nada.
Não! Experiência é sempre particular. Coletiva é a cocriação. Igual no WhatsApp, cocriamos conversas coletivamente, mas cada um experimenta particularmente a cocriação coletiva no seu próprio WhatsApp.
Quando mais poderia ser? Passado é a experiência de lembrar. Futuro é a experiência de imaginar. Toda experiência é criada e experimentada agora.
Inclusive isso, mas não apenas isso. Criar realidade é criar tudo. Tudo do verbo tudo. Tudo do verbo absolutamente tudo. Tudo do verbo tudo, tudo, tudo, tudo mesmo. Tudo do verbo sem exceção. Criar realidade é criar a experiência física e o significado da experiência física.
Olhe para um objeto ao seu redor. Qualquer um. A cadeira, por exemplo. Essa cadeira não está “do lado de fora”, está dentro de você-ser. Como é que essa cadeira está dentro de você? Simples! Você está criando essa cadeira dentro de você assim como uma televisão. Você-ser é como uma televisão. Realidade é criação mental dentro de você-ser, assim como um filme é criação dentro de uma televisão.
Além da cadeira ser um objeto, ela tem um significado. Quem cria o significado que você dá a cadeira? Você também. Primeiro você cria a cadeira como objeto e depois cria um significado. Você cria tudo.
Para isso não precisa despertar a consciência, basta usar um revólver.
Tem uma história famosa de dois passageiros que sobreviveram a queda de um avião. Um deles nunca mais andou de avião. O outro continuou andando de avião normalmente. Perguntaram ao passageiro que parou de andar de avião, porque parou. Ele respondeu: “O avião caiu e eu podia ter morrido, não quero morrer, então, não ando de avião nunca mais”. Quando perguntaram ao passageiro que continuou andando de avião, porque continuou. Ele respondeu: “O avião caiu e eu podia ter morrido, mas não morri, então, não morro nunca mais”.
Percebe que a mesma experiencia pode gerar ânimo ou desânimo. Quando você descobre que existe além do tempo e do espaço, que é criador da sua realidade, isso é como cair de um avião e sobreviver. Tudo depende da sua interpretação disso. Se você tinha esperanças de que tudo fosse se resolver com a morte, ou de que Deus fosse resolver sua realidade por você, provavelmente o despertar existencial é desanimador. Se você entender que sua realidade está sobre o seu controle e você tem a eternidade para moldá-la tal como deseja, provavelmente o despertar existencial será animador.
É mais do que possível! É imprescindível! Viver é administrar a constante crise de ser humano. Só que não é com ignorância que se administra bem nada, por isso autoconhecimento é fundamental.
A ilusão está acontecendo de fato, obviamente.
Você não atrai realidade, você cria realidade. Como? Optando. Você está experimentando essa realidade que está experimentando porque está optando. Se você mudar de opção, começará a experimentar outra realidade. Pensar e desejar entram no processo do arbítrio, mas pensar e desejar não cria realidade. Só arbítrio cria realidade.
Vou supor que você tem um carro atualmente. Mas não foi sempre assim. Houve um momento que sua realidade não continha esse carro. Como foi que esse carro se materializou na sua realidade? Provavelmente você criou 8 anos de estudo escolar. Depois criou um emprego. Depois criou uma poupança. Daí, foi até a loja, e criou você comprando o carro. Foi assim que você materializou seu carro atual na sua realidade. Assim é para tudo na experiência humana. Tem uma ORDEM TEMPORAL E ESPACIAL de materialização (realização). Observe sua realidade e isso ficará evidente. Tudo que você experimenta é experimentado através de uma ordem espacial e temporal. Então, você está sempre materializando tudo na sua realidade. Já está, sempre esteve e sempre estará. Você apenas não está consciente disso porque acredita que matéria é feita de matéria.
Sim, você cria seu sol, sua experiência de sol. Caso contrário, como você poderia estar experimentando essa experiência que chama de sol?
Se não foi você que escolheu, quem foi? E se foi você, como eu, que não sou você, posso saber o que te motivou a fazer essa escolha?
Somos igualmente seres (nadas), mas cada um é um nada diferente. Prova disso é que eu não sou você, nem você sou eu, somos um e outro.
Consciência não cria realidade, apenas constata a realidade criada. Quem cria a realidade é a potência e não a consciência. Essa ideia de que a consciência cria a realidade é um equívoco disseminado pela física quântica.
Para física quântica a consciência nada mais é que deus com roupa de laboratório científico, mas é deus igual o deus da religião. A física quântica confunde a capacidade que o ser tem de testemunhar sua criação com a capacidade de criação. Vou fazer uma analogia com a imaginação para ilustrar esse equívoco.
Imagine o Gato de Botas. Você está vendo o Gato de Botas na sua imaginação porque está criando o Gato de Botas na sua imaginação. Contudo, sem imaginação, como você poderia estar vendo o Gato de Botas? Não poderia.
Criar a realidade e testemunhar a realidade não é a mesma coisa. Consciência é testemunhar. Criar é potência. Você-ser tem 3 aspectos: existência, potência e consciência. Sem o entendimento desses 3 aspectos surgem equívocos como esse da física quântica de igualar consciência com potência.
A resposta a sua pergunta é sim e não. Que separação tem entre o sonho e o sonhador? O sonhador se encontra além do sonho observando o sonho? Não. Sonhador e sonho são inerentes. A mesma coisa está acontecendo com você agora e sempre.
Você está recriando sua realidade a todo instante, mesmo inconsciente disso. Se você não recriasse sua realidade a todo instante, ela seria como uma fotografia, sempre a mesma imagem. Mas ela é como um filme, porque você, consciente ou não, está ininterruptamente recriando sua realidade. O problema é que sua realidade está uma bosta e você recria um cocô. Enquanto você não desperta a consciência e se torna um criador consciente, não tem como ser diferente, você ficará só alternando de bosta para cocô.
Sim, sou consciente da criação da vida. E não tem mistério. A criação da vida é a criação da realidade. Quando você está consciente de como você (Fábrica da Realidade) funciona, você está consciente da criação da vida. Quando você ignora o que você é, você passa a acreditar que a vida é externa e criada por um deusoutro. Eis como o simples fica complicado e mistério.
Não, é o oposto. A interface humana que cria o corpo. Igual em um jogo de videogame, não é o avatar que cria o jogo de videogame, é o jogo de videogame que cria o avatar.
Eis como nascem os unicórnios. Quando você diz “o” nada, você está terceirizando a si mesmo. Não existe “o” nada. O criador da sua realidade é você-ser e você-ser é nada.
A realidade sensorial (física) é semelhante para todos os seres humanos, pois todos estão usando a mesma interface humana para interação. A prova disso é que, caso contrário, seria impossível a comunicação humana.
O que determina sua realidade é seu arbítrio. Arbítrio é causa, realidade é efeito. Nesse exato momento, você está experimentando a realidade dessa leitura, porque está optando por isso. Se você mudar de opção, imediatamente começará a experimentar outra realidade. Vamos supor que decida desligar o computador, ir até o banheiro e tomar banho. Sua experiência será exatamente essa.
Você-ser é uma unitrindade: existência, potência e consciência. Potência é seu potencial de realização. Uma boa maneira de você pensar em potência é pensar em semente. A semente de uma árvore é uma árvore potencial. Analogamente, você-ser, é a semente de tudo que você pode se transformar.
Essa realidade que você está experimentando agora e sempre é feita de quê? Se você usar a lógica científica para responder, sua resposta será: “A realidade é feita de matéria”. Daí eu te pergunto: “Do que a matéria é feita?”. Se você continuar usando a lógica científica, você não terá como responder, pois a ciência não sabe do que a matéria é feita, a ciência sabe apenas como a matéria se comporta.
Se eu te perguntar do que a realidade é feita e você usar a lógica autocientífica para responder, sua resposta será: “Realidade é feita de experiência”. Daí eu te pergunto: “Experiência é feita de que?”. Sendo que experiência é uma criação mental dentro de você, para responder essa pergunta, você tem que investigar a natureza dessa sua criação mental.
Então, finalmente, respondendo sua pergunta: investigar a natureza da sua realidade é investigar a natureza dessa criação mental constante e ininterrupta que você chama de realidade.
Você é um ser universal. Seu ambiente é o universo. Mas quando falo “universo” não estou me referindo a esse espaço repleto de estrelas e planetas que você acredita que é o universo. Isso não é o universo. Isso é apenas uma experiência visual. O universo não é uma experiência. O universo é a coletividade dos seres. Você está em constante interação com todos os seres do universo e vice-versa. Cada ser decodifica sua interação com o universo usando uma interface, você é um ser universal usando uma interface humana. Por isso você está tendo uma experiência humana e se entende como ser humano.
Você-ser é nada. Nada é tudo que existe.
A ciência, como estudo da realidade externa, desaparecerá, e os cientistas entenderão que, mesmo inconscientes, estavam praticando autociência. E tem mais! Se a realidade não é externa, se é virtual e imanente a você, criador da realidade, as leis naturais também são. Essa será a grande revolução da ciência, ela deixará de ser um estudo da realidade externa e se tornará o estudo da natureza humana, que cria a realidade que parece externa. Os cientistas irão descobrir que tempo e espaço fazem parte do sistema operacional humano (natureza humana). E não terão descoberto nada de novo. O filósofo Emanuel Kant, por exemplo, já explicou isso faz tempo.
Nada! Tudo na sua realidade é decodificação da manifestação dos seres. Sua decodificação da manifestação dos seres não são os seres em si, assim como o que você vê na tela do seu computador não são os sinais de internet.
Não existe ser pedra e ser humano, existe ser brincando de ser pedra e ser brincando de ser humano. Também não existe ser inferior e superior, todos os seres são igualmente seres, assim como gotas de água em um oceano. O ser que está brincando de ser pedra é um ser igual você, apenas está brincando de uma brincadeira diferente.
Separação é um conceito materialista. O melhor é você pensar que cada ser é uma unicidade existencial diferente.
Para criar a perspectiva perceptiva de mundo externo.
Não, uma pedra é seu ponto de vista humano da manifestação de um ser.
Pense nas mensagens que chegam no seu celular. Por trás de toda mensagem que chega no seu celular, tem uma pessoa, mas você não vê a pessoa, você vê apenas a decodificação que o seu celular faz da manifestação da pessoa, que é a mensagem no seu celular. Analogamente, por trás de todo objeto que você vê na sua realidade, tem um ser igual você, que é uma unitrindade igual você, mas você não vê o outro-ser, você vê apenas a decodificação que sua natureza humana faz da manifestação do ser, que é a fisicalidade do objeto.
Quando você vê uma pedra, a pedra é sua decodificação humana da manifestação de um ser. Sem a manifestação do ser, não haveria pedra, mas a pedra não é o ser. Por fim, sendo que todo ser é uma unitrindade, sendo que a consciência é um dos aspectos da unitrindade, então, o ser que está manifestando a pedra também é consciência. Mas a consciência é do ser que está manifestando a pedra e não da pedra.
Metaforicamente falando, sim.
Se te pergunto O QUE é isso, apontando para uma cadeira, por exemplo, você foca a consciência nos cinco sentidos, fica consciente de um objeto, lembra que o nome desse objeto é cadeira e responde: isso é uma cadeira. Se te pergunto O QUE é você, você executa o mesmo processo, foca a consciência nos cinco sentidos, fica consciente de um objeto, lembra que o nome desse objeto é corpo e responde: sou um corpo contido no espaço.
Ou seja, você acredita que sua existência se resume a ser um corpo contido no espaço porque você usa como base existencial o critério materialista de existência. O critério materialista de existência se baseia nos 5 sentidos. Para o materialismo, O QUE EXISTE é o mensurável, o perceptível, o experimentável, mesmo que através de medição instrumentalizada.
O critério materialista de existência não é errado. Mas é incompleto e invertido. Você não é apenas um corpo contido no espaço, você também é o espaço que está contendo o corpo. Você é nada e tudo: nadatudo.
Você-corpo é tipo uma imagem no espelho. Assim como a causa da imagem no espelho não é a imagem no espelho, a causa de você se experimentar como corpo não é o corpo.
Esse é o problema de usar o critério materialista de existência. Você passa a ignorar que você-corpo (tudo) está dentro de si mesmo (nada). Você passa a acreditar que sua existência é você-cheio, você-objeto contido no espaço. Só que é justamente o oposto. Sua existência é o espaço que contém o seu corpo. Você-ser é o espaço. Você-corpo está contido em você-ser. Isso é inconcebível para o critério materialista de existência.
Eis a dificuldade do despertar existencial.
Por que jogar futebol, se quanto mais joga, mais o jogo acaba? Por que ouvir música, se quanto mais ouve, mais a música acaba? Por que comer bombom, se quanto mais come, mais o bombom acaba? Por que pular carnaval, se quanto mais pula, mais o carnaval acaba? Enfim, porque fazer qualquer coisa, se quanto mais faz, mais a coisa acaba? Tudo que você faz serve de resposta a sua pergunta. Se ainda não percebeu, observe e perceba.
O primeiro motivo é que o existencial é o estudo do ser e o ser não é humano. Isso deixa você desorientado porque você ignora que é um ser humano, você acredita que é um humano ser. O segundo motivo é que sua mentalidade é materialista, então, você quer ser alguma coisa e o estudo existencial deixa óbvio que você-ser é nada.
Pelo mesmo motivo que você se olha no espelho: para se ver. Ou seja, obter autoconhecimento.
Primeiro, porque não é de entender, é de ficar consciente. Depois, porque quando aparece a palavra VOCÊ nos textos da 1ficina, significa Ser Humano, mas você lê Só Humano. Até cair essa ficha, demoooora!
Porque uma das funções do estudo da sua natureza existencial é fazer você entrar em crise existencial. Quem não entra em crise existencial com esses estudos é porque não está entendendo nada, ainda está confundindo realidade com existência.
Você não consegue experimentar seu desejo realizado agora porque você ainda não o realizou. Quando você o realizar, você o experimentará no agora.
Porque não tem nada para ser entendido. Nada é zero. Seu raciocínio é incapaz de raciocinar o zero. É por isso que você não entende nada do nada.
Nada não é raciocinável. Se eu te digo para pensar em nada, seu raciocínio pensa em 1 nada. Pensar em 1 nada, é pensar em 1, não é pensar em zero. Quando te digo para pensar em nada, você pensa em 1 buraco, 1 vazio, 1 fantasma, ou algo assim. Raciocinar é coisificar, por isso é impossível raciocinar o nada.
Nada é sua natureza existencial. Quando você pratica auto-observação existencial e fica consciente da sua existência, você desperta para sua nadalidade. O problema é tentar desperta para sua nadalidade através do raciocínio, daí não é autoconhecimento existencial, é raciocínio sobre a explicação existencial.
Entendimento funciona por antônimo. Se digo que está frio, você simultaneamente pensa no antônimo de frio que é calor, por isso entende frio. Esse é o problema. Seu pensamento está condicionado a acreditar que realidade e ilusão são antônimos, porém, realidade e ilusão são sinônimos.
Porque experiência tem QUALIDADE. Uma experiência pode ser desejada ou indesejada, sintonizada ou dessintonizada. Você pode usar seu arbítrio para ir de uma qualidade para outra.
Os cinco sentidos não percebem os objetos materiais que existem externamente, os cinco sentidos criam os objetos e a perspectiva de externalidade. Essa é a resposta simples, óbvia e desconcertante.
Retire os cinco sentidos que fazem você supor um objeto material e externo, que objeto material e externo tem? Não tem nenhum! E por que não? Porque não tem objeto material e externo em si para ser percebido pelos sentidos, nunca teve, nunca terá. Só tem experiência de objeto, que no caso do ser humano, é feita de cinco sentidos.
Tanto a palavra mente, como a palavra ego, como a palavra espírito, como a palavra Deus, como a palavra vida, entre outras, são palavras que carregam muitos equívocos. Para evitar que os alunos fiquem presos nesses equívocos, não uso essas palavras. Uso a palavra mentalidade porque acho a mais apropriada para tratar da programação mental. Eu poderia usar o termo “programação mental” e muitas vezes uso, mas acho esse termo técnico e computacional, então, para deixar o assunto em termos mais coloquiais, uso a palavra “mentalidade”.
Exato! Sua unicidade é existencial. O que é existencial não muda.
Nenhuma. Uma interface de computador é um conjunto de fôrmas eletrônicas. Você já reparou no nome do processo computacional que apaga tudo e reinstala o sistema de um computador. Esse processo se chama “formatação”.
Suponho que você não considere a palavra “brincadeira” uma boa palavra para descrever a experiência de ser humano. Mas é uma brincadeira sim, apenas é uma brincadeira que envolve sofrimento. E toda brincadeira envolve sofrimento de alguma forma.
Imagine que você-ser é uma televisão. Existência é você-televisão. Potência é a sua capacidade de produzir formas televisivas, ou seja, produzir filmes. Experiência é você-televisão assistindo aos filmes que você está produzindo.
Não é hardware, é nadaware. Esse nadaware é você-ser.
Não, você-ser é nada. Sempre foi e sempre será nada. Você-ser é nada antes de nascer e continua sendo nada depois que morre.
Precisão absoluta. Quando você instala um programa com vírus no seu computador, o mau funcionamento do computador não é por causa do computador, é por causa do programa com vírus. O mesmo com o EGO. Quando sua realidade está dessintonizada não é por imprecisão do EGO, mas por que você programou seu EGO com uma mentalidade dessintonizada.
O que você usa para chutar a bola: o pé ou a perna? Você usa tanto o pé como a perna. Até porque o pé faz parte da perna. Analogamente, quem está criando sua realidade é você-ser, mas através da interface humana.
Não sei. E é irrelevante. Você sabe quem inventou o jogo de xadrez? Você precisa saber quem inventou o jogo de xadrez para jogar xadrez? Tem alguma relevância saber? O mesmo com a natureza humana.
Quem se autorealiza é você-ser, através de você-humano, que resulta na realidade que você experimenta, que é você-fulano.
Exatamente! Igual na metáfora do cinema. O projetor está permanentemente criando o filme, por isso o filme na tela é impermanente, dinâmico, vivo. O mesmo está acontecendo agora e sempre com isso que você chama de realidade. Você é o projetor e o filme é a realidade que você está experimentando, por isso sua realidade é impermanente, dinâmica, viva. Caso contrário, você passaria a eternidade assistindo uma fotografia.
Realidade é real. Por isso chama REALidade. Você está a todo instante experimentando sua realidade. Como não é real? Óbvio que é real! A dificuldade de entendimento está na palavra “real”. O raciocínio funciona por antônimos. Calor é antônimo de frio. No caso da palavra ilusão, o antônimo é real. Só que a 1ficina iguala real com ilusão. A 1ficina diz que realidade = ilusão. A 1ficina pega algo que seu raciocínio considera antônimo e diz que é sinônimo. Seu raciocínio pira, fica sem base de oposição. Para piorar, a 1ficina diz que o oposto de ilusão é você. Daí trava tudo! Falha na Matrix!
Você está conversando comigo através do celular. Minha imagem está aparecendo no vídeo do seu celular e minha voz está saindo no alto-falante. Sendo assim, pergunto: eu estou dentro do seu celular? Sim e não. Sim, porque você está me vendo no seu celular. E não, porque o que você está vendo é uma construção virtual de mim e não eu. Analogamente, o mesmo acontece quando você interage com os outros seres. A existência dos outros seres não está dentro de você, mas a construção mental que você faz deles, sim.
Criação de realidade funciona igual WhatsApp. Sua realidade é a tela do seu whatsapp humano. Minha realidade é a tela do meu WhatsApp humano. Eu te vejo na tela do meu WhatsApp (minha realidade) e você me vê na tela do seu WhatsApp (sua realidade). A natureza humana é o programa de WhatsApp que está criando você na minha realidade e vice versa. Usamos o mesmo WhatsApp humano, então, podemos nos comunicar de forma humana. Ou seja, eu crio você na minha realidade, você me cria na sua realidade e interagimos nesse vai e vem intermediado pela natureza humana. Mas tem uma sutileza nesse entendimento. Quando crio você na minha realidade, não estou criando você enquanto ser. Você-ser existe. O que existe, existe, não é criado. O que eu crio através da natureza humana é minha decodificação humana da sua manifestação. E vice versa.
Manifestação também não se desloca. Nada se desloca. Deslocamento é experiência de fisicalidade. Experimente jogar um videogame de fórmula 1, por exemplo. Tipo esse aqui:
O carro na tela vai se deslocando, ultrapassando os outros carros e depois de 60 voltas, ganha a corrida. Só que a televisão não saiu do lugar. O deslocamento do carro no videogame não foi deslocamento, foi experiência de fisicalidade.
Sim! Tudo é possível. Não existe nada impossível no universo. O universo é potencial para tudo. Tudo do verbo tudo. Tudo do verbo tudo mesmo. Tudo do verbo absolutamente tudo. E você é um dos criadores desse tudo. Imagina o tanto de realidade que você pode criar! As possibilidades são infinitas. Não tem limite para sua criatividade como criador de realidade. É pouco ou quer mais?
Sim, por isso é SUA realidade.
Sim, o que importa não é a FORMA da realidade que você está experimentando e sim o SABOR que tem para você. De que adianta você se colocar numa realidade de meditação quando o que você quer mesmo é andar de bicicleta? Que gosto bom pode ter uma realidade que se cria a contra gosto? Só que esse equívoco é muito comum. E pior! É santificado, glorificado e pintado de elevação espiritual.
A terminologia da pré-existência é uma pedagógica para explicar a existência para interlocutores de mentalidade materialista. Interlocutores materialista igualam realidade com existência. Se você perguntar para um materialista se a cadeira existe, por exemplo, ele dirá que sim, que a cadeira existe. Então, para dar a esse tipo de interlocutor a noção de causa, uma vez que ele está confundindo causa e efeito, uso a terminologia da pré-existência. É uma terminologia ruim, materialista, mas uma vez que o interlocutor está acreditando no materialismo, é útil e o ajuda a vislumbrar o que ele está confundindo. Os vídeos no Youtube são assistidos por muitas pessoas leigas em autociência, por isso, em alguns vídeos, uso a pedagógica da pré-existência.
Sim, realidade = tudo que você experimenta. Tudo = tuuuuuudo, sem exceção.
Neném não é existência (ser), é realidade (experiência). O que você vê como neném, é um ser que escolheu brincar de ser humano. O maltrato faz parte das possibilidades da brincadeira.
Não, pois o despertar da consciência não muda o jogo, muda seu jeito de jogar.
Estudo do ser humano no aspecto existencial, psicológico, pessoal e social.
Aula do ciclo de estudos de autociência – EUreka 2021