Realidade é ilusão. Por quê? Porque realidade é efeito e efeito é ilusão. A fábrica da realidade não é ilusão. A fábrica da sua realidade é você. Todos os seres são fábricas de realidade. Mas você (fábrica de realidade) é sem forma para poder brincar de se criar e recriar em múltiplas formas de ser você mesmo. Você, atualmente, está brincando de ser humano. Outros seres estão brincando de outras formas de ser. Nenhuma forma de ser é melhor que a outra, são apenas diferentes.
Mas a palavra ilusão é um problema para você. Se digo que você é criador de realidade, você se sente bem com isto, mas se digo que você é criador de ilusão, você sente incômodo. Isto acontece porque seu conceito de ilusão se opõe ao conceito de realidade. Essa oposição é só conceitual. Ilusão não é oposto de realidade, ilusão é sinônimo de realidade. Realidade = ilusão. Realidade não tem oposto, realidade tem multiplicidade.
Este livro começa por esta explicação para que você possa relaxar em sua busca existencial. Você não precisa encontrar a Fábrica da Realidade porque a fábrica da sua realidade é você, sempre foi, sempre será. E você também não precisa destruir ou acabar com a ilusão, pois ilusão = realidade. Criar realidade é o que você faz, é seu viver, é sua diversão existencial. Despertar a consciência não é acabar com a brincadeira de ser humano, é ficar consciente do que é brincar de ser humano. A explicação a seguir visa lhe ajudar a despertar para isso.
Era sempre, eternamente, toda vez, sem exceção: você.
Está vendo você? Não!? Vou ajudá-lo acrescentando um recurso gráfico.
Pronto! Se viu agora? O quadro preto é sua melhor representação. Mas como no quadro preto aparentemente não tem nada, usei o recurso gráfico de escrever “você”. Viu você agora? É isto mesmo! Você é existência.
Sua existência é inexplicável, indefinível, imensurável, porém, apesar disso, sua existência é inegável. Você existe e não tem como você negar sua existência. Até para você poder negar sua existência você precisa existir. Afinal, como você poderia negar sua existência se você não existisse para negá-la? Você existe. Você é presença. A totalidade das presenças universais (seres) é ONIPRESENÇA. Sua presença é sua porcentagem infinitesimal de onipresença. Sua presença é sua AUTOPRESENÇA. Você é unicidade existencial.
Você não é só unicidade existencial. Você é potencial de realização. Você é existência potente. Você existe e se transforma. Você é existência e potencial juntas. A totalidade das potências universais (seres) é ONIPOTÊNCIA. Sua potência é sua porcentagem infinitesimal de onipotência. Sua potência é sua AUTOPOTÊNCIA. Você é unicidade existencial potente.
Você não é só unicidade existencial potente. Você sabe que existe e se transforma. Você é consciente de si. Você existe, se transforma e experimenta sua transformação. Você é existência, potência e experimentação juntas. A totalidade das consciências universais (seres) é ONISCIÊNCIA. Sua consciência é sua porcentagem infinitesimal de onisciência. Sua consciência é sua AUTOCIÊNCIA. Você é unicidade existencial potente consciente.
Fábrica da realidade é a unitrindade que você é. O funcionamento da Fábrica da Realidade é você brincando de eu-sou-eu, ou seja, é você brincando de se realizar e experimentar a si mesmo. Eu-sou-eu é a brincadeira da transFORMAção. Eu-sou-eu é você se projetando em formas para se experimentar transFORMAdo em uma realidade correspondente. Sua realidade é a experimentação da forma correspondente à sua manifestação.
Usando uma analogia, brincar de eu-sou-eu, é como escrever um texto no computador. Quando você está escrevendo um texto você é três. Tem você autor (existência), você escritor (potência) e você leitor (consciência). Escrever um texto é brincar de eu-sou-eu. Quando você está lendo um texto que você está escrevendo, você está experimentando você transFORMAdo em texto. Realidade, em todos os sentidos, é sempre você brincando de eu-sou-eu e se experimentando transFORMAdo. Atualmente você está brincando de eu-sou-humano. Seguindo a analogia, você está se escrevendo em formas humanas para se experimentar transFORMAdo em texto humano (realidade humana).
Sua realidade atual é sua redação atual. E adivinha qual é o título da sua redação? Isto mesmo! Eu-sou-eu. Eu-sou-eu é o título da redação de todos os seres, sempre, pois cada ser só pode realizar a si próprio. O resto é criatividade. Os cenários, os personagens, as narrativas, os desafios, os meios de vencer os desafios e tudo no desenrolar da sua redação, é você brincando de eu-sou-eu.
Resumindo, você é uma Fábrica de Realidade que funciona por e com um único objetivo: produzir algo único, ímpar, sui generis. Que algo é esse? É você. Você = você. Autorrealização é o único objetivo da brincadeira. Realidade é você se experimentando para constatar se está realizando seu único objetivo.
Toda brincadeira funciona de acordo com as regras da brincadeira. A regra da brincadeira eu-sou-eu é uma regra só: INPUT GERA (correspondente) OUTPUT. Nesse livro vamos chamar essa regra de correspondência.
INPUT é você-causa.
OUTPUT é você-efeito.
INPUT é você-fábrica.
OUTPUT é você-produto.
A regra da correspondência serve para todas as brincadeiras possíveis de eu-sou-eu, mas se diferencia de acordo com sua modalidade. Atualmente você está brincando de eu-sou-humano, então, sua atual regra da correspondência está baseada em formas humanas (natureza humana).
Vamos supor que você escolha, dentro das formas humanas, brincar de eu-sou-alegria, sua fabricação de realidade funciona assim:
É assim que você manifesta (posso) e experimenta (sei) sua realidade dentro da natureza humana. Você usa a regra da correspondência com base humana. INPUT GERA (correspondente) OUTPUT.
Pintores pintam quadros, compositores compõem canções, escritores escrevem livros, seres universais manifestam, realizam e experimentam realidades. Você é um ser universal. A realidade que você está experimentando agora é você manifestando, realizando e experimentando sua obra prima. Não tem outra igual! Sua realidade é ímpar, singular, única. E é única a cada instante, nova, atualizada. E sendo que você pode torná-la ainda mais prima, mais alinhada com sua unicidade: Por que não?
INPUT GERA (correspondente) OUTPUT.
Sem esta regra seria impossível brincar de eu-sou-eu.
Imagine que você plante semente de abóbora e que brote aleatoriamente qualquer outra coisa, que brote parafuso, por exemplo. Imagine que você coloque um CD do Elvis Presley para tocar e que o CD player toque aleatoriamente qualquer outra música, Beatles, por exemplo. Imagine que você coloque um morango na boca e que sinta aleatoriamente qualquer outro gosto, que sinta gosto de jiló, por exemplo.
Quando um INPUT não corresponde a um OUTPUT determinado, fica impossível brincar de criação, pois o resultado se torna aleatório. INPUT GERA (correspondente) OUTPUT sempre, inevitavelmente.
OUTPUT é o inevitável resultado do INPUT.
Resultado não tem liberdade. Realidade é resultado. Então, realidade não tem liberdade. Realidade é escrava da sua liberdade de criação. A qualidade da sua realidade corresponde sempre à qualidade da sua criação.
É por isto que você sente que tem “algo errado” quando sua fabricação de realidade funciona assim:
Esse sentimento de “algo errado” é você dizendo a si mesmo que seu OUTPUT não está correspondendo ao seu INPUT. Mas sua realidade não está errada, está JUSTAmente desaJUSTAda. A manifestação está fora de sintonia com a experimentação, assim como uma TV onde se aperta o canal 5 e exibe o canal 9.
Sentimento de “algo errado” é indicativo de criação de realidade desajustada. Assim, para reajustar sua criação de realidade, você pode e deve se perguntar: “Por que minha criação de realidade está desajustada? O que está me impedindo de eu-ser-eu? Como restaurar a sintonia comigo?”. Investigando a si mesmo neste sentido, você irá descobrir que entre você-input e você-output, está: Você-EGO.
Usando a palavra EGO como sigla, temos E.G.O (Eu Gerador de Output).
Você-EGO é “Você Gerador de Output”. Você-EGO é o transFORMAdor de input em correspondente output. Sem você-EGO não haveria como você brincar de transFORMAção, ou seja, eu-sou-eu. Fábrica de Realidade sem EGO é igual computador sem programa, nenhum output é gerado. É necessário um programa para transformar input em output. Você-EGO é o programa de correspondências que transFORMA você-input em você-output. Atualmente, você está brincando de eu-sou-humano, então, você-EGO é o sistema humano de correspondências que está transFORMAndo você em você-humano.
Sua realidade é você mesmo transFORMAdo por você mesmo em você mesmo.
Usando a analogia do computador, é como se o computador digitasse no próprio teclado: “Estou me manifestando através de mim”. Um computador escrevendo e lendo o que ele mesmo está escrevendo é uma imagem análoga a você experimentando sua realidade. Ainda nesta analogia, imagine que o computador digitasse “Sou sincero e alegre” e lesse na tela a frase: “Sou mentiroso e depressivo”. Ao ler o texto, o computador teria o mesmo sentimento de “algo errado” que você tem ao experimentar uma realidade fora de sintonia. “Por que meu output não está correspondendo ao meu input? O que está me impedindo de eu-ser-eu? Como restaurar a sintonia?”. Se tal computador pudesse se investigar, descobriria que a falta de sintonia está sendo causada por um desajuste em sua programação (correspondências).
O mesmo acontece no seu caso de “algo errado”. Investigue a si mesmo e descobrirá que sua programação mental está desajustada, está fora de sintonia com você mesmo. Seu sentimento de “algo errado” é você se convidando para uma autoanálise e reajuste mental. Se você aceita o convite e executa a autoanálise, pronto, você fez tudo que é necessário para o reajuste acontecer. Autoanálise leva ao despertar da consciência. Conforme você vai tomando consciência de qual é o desajuste a própria consciência despertando é o reajuste.
Um rapaz foi visitar um sábio.
“Como faço para viver bem?”, perguntou o rapaz.
“Para viver bem, você só precisa assumir dois compromissos. Na verdade, só um, digo dois porque é um com dois lados assim como uma moeda com cara e coroa”, disse o sábio.
“Quais são os dois compromissos?”, perguntou o rapaz.
“O primeiro compromisso é com a prática da liberdade”, disse o sábio.
“Que prática é essa?”, perguntou o rapaz.
É o compromisso de se desligar de toda e qualquer obrigação ou censura”, disse o sábio.
O rapaz considerou o primeiro compromisso e achou positivo, afinal, seu sofrimento vinha mesmo dele se obrigar a fazer o que não queria e de se proibir de fazer o que queria.
“Aceito o primeiro compromisso”, disse o rapaz.
“Ótima opção!”, disse o sábio.
“Mas com base em quê vou criar minha realidade?”, perguntou o rapaz.
“Com base na Prática do Discípulo”, disse o sábio.
“Prática do Discípulo! Que prática é essa?”, perguntou o rapaz.
“É o compromisso de só criar sua realidade de acordo com os conselhos do Mestre ONI”.
“Mestre ONI! Que mestre ONI? Eu não conheço nenhum mestre ONI! Como vou assumir um compromisso com quem desconheço? Como vou seguir seus conselhos? Não sei sequer onde este tal de mestre ONI mora!”, exclamou o rapaz.
Mestre ONI mora em você. Mestre ONI é você. Mestre ONI é sua UNIcidade. Para você agir de acordo com os conselhos do Mestre ONI, basta você se sintONIzar com você. Ao invés de obrigação, realize em sintONIzação. Obrigação cria realidade dessintONIzada. SintONIzação cria realidade sintONIzada”, disse o sábio.
“Como diferenciar sintONIzação de obrigação?” perguntou o rapaz.
“Quando você se sente bem realizando, você está em sintONIzação. Quando você se sente mal realizando, você está em obrigação”, respondeu o sábio.
“Aceito seu conselho”, disse o rapaz.
“IO, IO, IO”, cantou o sábio.
“O que é IO? perguntou o rapaz.
“Input-Output”, disse o sábio.
Fábrica da realidade é você. Porém, você não é a única fábrica de realidade do universo, logo, a realidade que você experimenta também não é a única realidade do universo. Sua realidade é sua realidade. É uma realidade única, diferente e paralela à realidade produzida pelas outras Fábricas de Realidade.
Sua realidade é sua paralelidade. Cada Fábrica de Realidade manifesta, realiza e experimenta sua própria realidade. Cada realidade é única, diferente e paralela. Quando duas ou mais fábricas interagem, ainda assim, cada fábrica manifesta, realiza e experimenta sua própria realidade paralela.
Paralelidade é como conversa pela internet, cada usuário experimenta a manifestação do outro dentro da tela do seu computador. Ou seja, cada usuário recria o outro dentro da sua própria realidade e o experimenta dentro dela.
Quando você interage, devido a você ignorar sua unicidade, ocorre de você se sintonizar com unicidades que não são a sua (outras). A recorrência disso dessintoniza você, ou seja, afeta sua mentalidade. Isso ocorre de forma similar a programas que você instala no seu computador. Todos os programas instalados no seu computador foram instalados por você, mas alguns são até prejudiciais. Mentalidades dessintonizadas são como programas prejudiciais que distorcem sua sintonia com você.
Seu sistema emocional é seu inspetor de sintonia. Por isso você sofre. Felicidade é você se dando relatório de sintonia. Sofrimento é você se dando relatório de dessintonia. Pouco sofrimento, pouca dessintonia, muito sofrimento, muita dessintonia. Enfim, é através da felicidade e do sofrimento que você toma consciência do seu grau de sintonia. Assim, embora desagradável, sofrimento nada mais é do que convite à ressintonização.
Pegue uma folha de papel e desenhe uma árvore. Você pode desenhar sua árvore assim:
Você pode desenhar sua árvore do jeito que quiser. Mas se você desenhar sua árvore assim:
Percebe que você sente que tem algo errado? Árvore (manifestação) ≠ Árvore (experimentação).
O mesmo acontece com a criação da realidade. Pegue sua criatividade e desenhe eu-sou-alegria. Você pode desenhar eu-sou-alegria assim:
Você pode desenhar eu-sou-alegria do jeito que quiser. Mas se você desenhar eu-sou-alegria assim:
Percebe que você sente que tem algo errado? Eu-alegria (manifestação) ≠ Eu-alegria (experimentação).
Criar realidade é como desenhar. Entre o input e o output está o desenhista: Eu Gerador de Output.
Sua realidade é você-input transformado por você-EGO em você-output.
INPUT GERA (correspondente) OUTPUT. Você-input é sempre o mesmo: ser você. Sendo assim, você sofre para perceber que está fora de correspondência consigo mesmo. A solução para restabelecer a justa correspondência é você atuar no aspecto de si que gera a correspondência: Você-EGO (Eu Gerador de Output).
O bolo é da forma da fôrma.
Mude a fôrma e a forma muda junto.
Realidade é forma. Mentalidade é fôrma.
Mude sua mentalidade e sua realidade muda junto.
Brincar de eu-sou-eu é como desenhar um autorretrato. Quando você está desenhando uma árvore no papel, você não está desenhando qualquer árvore, você está desenhando SUA árvore. Qualquer um pode desenhar uma árvore, mas ninguém pode desenhar SUA árvore. Sua árvore só pode brotar de você, pois sua árvore é você “arvorizado”. O mesmo se dá com sua realidade. Quando você está criando realidade, você não está criando qualquer realidade, você está criando SUA realidade. Qualquer um pode criar realidade, mas ninguém pode criar SUA realidade. Sua realidade só pode ser criada por você, pois sua realidade é você realizado.
Como sua realidade é criada através de você-EGO, sua realidade não é apenas imagem e semelhança da sua unicidade, mas também de você-EGO. O bolo é da forma da fôrma, então, quando você experimenta uma realidade dessintonizada (você ≠ você), a falta de correspondência não está em você-input, mas no aspecto da sua UNItrindade que está gerando a realidade correspondente, esse aspecto é você-EGO.
Seja qual for sua realidade, quando você está em paz com ela, quando você está se sentindo bem, então, é porque você-EGO está em sintonia com sua manifestação. Quando você está em conflito com sua realidade, quando está se sentindo mal, isto significa que você-EGO está dessintonizado com sua manifestação. Neste caso, o sofrimento que você sente é você se convidando à ressintonização.
Realidade não é apenas forma, realidade é forma representativa. Realidade é representatividade. Usando novamente a analogia do desenho, o desenho espelha o desenhista, logo, é representativo do desenhista. O mesmo acontece quando você está criando sua realidade, a realidade que você está experimentando é representativa de você, é espelho da sua unicidade e mentalidade.
Entender que realidade é representatividade é fundamental para o processo de autorrealização, porque liberta você da necessidade de criar realidade específica e o liberta para criar qualquer realidade representativa. A segunda utilidade é que, sendo que o bolo tem a forma da fôrma, então, o que você experimenta numa realidade dessintonizada é a justa representação da falta de sintonia. Logo, é indicativo da necessidade de reajuste.
Decerto você achará errado o que vou lhe dizer: Erre! Isto mesmo! Erre! Eu também já acreditei que para chegar ao lugar certo era preciso fazer a coisa certa. Descobri que estava errado. O lugar certo para você chegar é você mesmo. Você é único, diferente. Um não é igual a um. Então, o que é certo para você é certo só para você, exclusivamente para você. É por isso que o caminho que leva você até você é o caminho errado.
Erre! Com dois erres! Com todas as letras! Mije fora do vaso! Mire fora do alvo! Ninguém nasce de pecado original para viver de fotocópia. E dai que os cisnes são brancos? E dai que o patinho é feio? Pato, pateta, patético, é ser morador do infinito e nadar em fila indiana.
Erre-se! É sua chance de acertar-se. Professores podem lhe ensinar caminhos certos, caminhos de sucesso, bolo de caixinha. Você pode percorrer caminhos certos, caminhos de sucesso, bolo de caixinha. Mas o caminho que só você caminha, segue-se de erro em erro.
Erre! Errar não é errado, nem pecado. Quem diz que é está cheio de inveja na manga e nenhuma vida no bolso. Quem diz que é, diz não quando quer dizer sim. Quem diz que é diz sim quando quer dizer não. Quem diz que é tem o cu na mão.
Erre! Saia do template! Quem acerta só descobre o que já sabe. Deixe o certo para os doutores, para os PHDeuses, para o papel carbono. Pule a cerca! Pule o certo! Para que repetir os mesmos erros do passado com tantos erros novos por errar? Se errássemos nossos erros, novos erros, o mundo seria ímpar. Se o homem bomba errasse novos erros, ao invés de repetir o erro dos pais de seus pais, não precisava se explodir para chegar até lá, até Alá.
Erre lúcido! Erre lúdico! Não defenda nenhum princípio além do precipício. Mesmo que lhe matem por isto, mesmo que lhe apedrejem por isto, mesmo que se arrependa: erre mesmo assim! Nenhuma pedra dói mais do que travesseiro. Nenhuma faca mata mais do que espelho. Nenhum arrependimento é mais caro do que pagar por uma escolha que não foi escolhida.
Erre! Sem medo de errar! Cabeça erguida, olhos arregalados, coração na boca, permitindo que seu irmão erre também. Pois somos todos iguais no direito de errar diferente.
Sim, caso contrário a comunicação entre os seres humanos seria impossível.
Sim, figurativamente falando, seu estado psicológico e emocional é você-pessoa conversando com você-ser.
Sim, porque pessoa é realidade e realidade é sua decodificação da manifestação dos seres do universo. O que precisa ficar claro é que decodificar não é manifestar. Então, você não cria a manifestação dos seres do universo, você apenas decodifica as manifestações. Ao decodificar você trans_forma (dá forma) a essas manifestações. Pessoa é uma forma que você dá à manifestação de um ser.
Sua realidade é 100% criação sua no sentido que é 100% decodificação sua. Pense em um grupo de whatsapp. Tudo que aparece no seu whatsapp é 100% criação sua porque é 100% decodificação no seu whatsapp. O mesmo com a realidade que você está experimentando, você só está experimentando essa realidade porque você está decodificando os impulsos do universo “dentro” de você. Porém, assim como as mensagens no grupo de whatsapp é uma cocriação, onde cada integrante está criando uma parte da conversa, assim também é a cocriação de realidades. Em uma cocriação, cada um é o criador da sua parcela de criação.
Não! Essa responsabilidade é sua.
Não! Ninguém experimenta a realidade do outro. O que você decodifica e experimenta em si é a manifestação do outro e não a realidade do outro.
Que distância? Qual é a distância entre você e sua realidade? Eis uma ótima prática para despertar a consciência! Observe a distância entre você e sua realidade. Pegue uma régua e procure medir a distância entre você e sua realidade. Você irá perceber que a régua também é realidade, então, não serve para você medir a distância entre você e sua realidade. Mas você pode colocar a régua na frente do seu corpo e medir a distância entre seu corpo e a parede. Só que tanto seu corpo, como a régua, como a parede, são a mesma experiência, é a mesma realidade. O desafio é você medir a distância entre você e sua realidade. Se você faz essa prática, se faz mesmo, você desperta e percebe que não existe distância, que distância é experiência de fisicalidade. Você é simultaneamente criador da sua realidade e a realidade que está experimentando. Não tem distância entre criador e criatura, entre observador e observado.
Imagine que você está jogando um videogame. Você é um personagem em frente uma caixa. Você abre a caixa e tem um gato dentro. O gato estava dentro da caixa antes de você abrir? Se você partir da premissa materialista que supõe que a realidade é externa, dimensional, e temporal, independente da observação, você dirá que sim. Óbvio que o gato estava dentro da caixa, caso contrário, você não teria visto o gato quando abriu.
Essa resposta está perfeita na lógica materialista. Só que você é um personagem em um videogame e não um corpo material no universo. No videogame, nenhuma realidade se faz presente na tela até que você a crie através do controle (arbítrio). Enquanto você não opta por abrir a caixa, não tem sequer a imagem do interior da caixa, pois o videogame não criou essa imagem na tela ainda. Então, pode ter um gato dentro da caixa, mas também pode ter um repolho roxo, um pote de sorvete, um sapo, uma cebola, etc, infinitas possibilidades.
Sua decisão em abrir a caixa é o tal do colapso de onda. Você opta por abrir a caixa e experimenta a realidade resultante dessa opção. A partir desse momento, e só a partir desse momento, o videogame cria a realidade do interior da caixa com um gato dentro. Se você ignorasse que está jogando um videogame, você teria a convicção de que o gato é uma coisa material dentro de uma caixa material e que ele apareceu dentro da caixa porque já estava lá dentro.
Sua mentalidade interfere na sua criação de realidade igual à afinação de um piano interfere na qualidade da música. Um piano afinado, produz música afinada. Um piano desafinado, produz música desafinada. Sua mentalidade é como a afinação de um piano. Uma mentalidade afinada, produz realidade afinada (bem viver). Uma mentalidade desafinada, produz realidade desafinada (mal viver).
Não! Optando. Querer não cria nada. Querer só mostra o rumo da criação. Se você quer experimentar a realidade de passear na Grécia, levanta a bunda do sofá e sai andando rumo à Grécia. Não adianta só querer ir para Grécia. Você realiza e experimenta o que opta e não o que quer.
Da mesma forma que você explica a sua. Você sabe explicar a sua? Dito isso, perceba como a mentalidade vitimista luta para provar que é vítima. Essa pergunta é uma tentativa de defesa da posição de vítima. Agora, suponha que você consiga provar que você é vítima. Você estaria provando para quem? E por quê? Você quer ser vítima?
Você está sempre manifestando 100% do seu potencial, igual uma televisão que está sempre manifestando 100% da imagem na tela. Pode ser que o filme que a televisão está manifestando esteja apenas 10% em acordo com o desejo da televisão, mas isso não significa que a televisão não está manifestando 100% do seu potencial, significa que a televisão não está produzindo uma manifestação 100% sintonizada com seu desejo. A televisão está 90% dessintonizada. O mesmo acontece com você. Sua realidade é sempre 100% do seu potencial de criação, mas se você a considera indesejada, é porque não é uma realidade 100% sintonizada com seu desejo. Para aumentar a porcentagem de sintonia da sua realidade com seu desejo, você precisa praticar autoanálise e descobrir o que está bloqueando a sintonia.
Isso não é algo que você faz, é resultado do despertar da consciência. Quando você desperta para o óbvio de que você é um ser humano convivendo com outros seres humanos, o que você chama de família, desaparece. Estudamos isso no livro Apocalip-se. Para mim, é óbvio que meus familiares são seres humanos brincando de ser humano assim como eu. Quando você ainda não despertou fica parecendo que isso é ruim, que é o fim do mundo, que é o fim da convivência, mas é justamente o oposto, só a partir daí que você finalmente começa a ver o outro como outro e conviver com o outro como outro. Antes disso, o outro não existe. O que existe é mãe, pai, filhos, esposa, chefe, cliente, patrão, empregado, cachorro, planta, mesa, etc… E o outro? Não existe!!! Como pode existir o outro quando você ignora a si mesmo? Não pode. É impossível.
Da mesma forma que esse texto está aparecendo no seu WhatsApp. O outro se manifesta, você recebe a manifestação do outro, decodifica essa manifestação com seu sistema humano e experimenta essa manifestação decodificada em si.
Através do estímulo. Vamos supor que eu te envie uma fotografia de uma girafa. O que saiu do meu computador, viajou pela internet, chegou até o seu computador e está fazendo você ver essa girafa, foi uma girafa? Essa girafa foi andando pelo fio da internet e entrou na tela do seu computador? Foi isso que aconteceu? Não, o que viajou pela internet foi uma série de impulsos que o seu computador decodificou e mostrou na tela como girafa. Analogamente, o mesmo está acontecendo com tudo isso que você chama objetos materiais e externos.
Autoobservação produz despertar da consciência. >>> Despertar da consciência produz autoconhecimento. >>> Autoconhecimento produz melhores escolhas. >>> Melhores escolhas produzem melhores realidades.
Através de qualquer estratégia que você imaginar e colocar em prática. Essa que é a graça da brincadeira de realização, inventar maneiras de realizar o desejo. Existem mil maneiras de preparar Neston. Invente uma. Se uma não der certo. Invente outra. Se outra não der certo. Invente outra. E assim por diante. “Como” é a parte divertida da brincadeira. Use a imaginação. Pense em maneiras de realizar seu desejo. Pense em estratégias. Coloque as estratégias em prática. Passo a passo você vai realizando seu desejo.
Se você não controla sua criação de realidade, quem criou essa pergunta?
Não! Experiência é sempre particular. Coletiva é a cocriação. Igual no WhatsApp, cocriamos conversas coletivamente, mas cada um experimenta particularmente a cocriação coletiva no seu próprio WhatsApp.
Quando mais poderia ser? Passado é a experiência de lembrar. Futuro é a experiência de imaginar. Toda experiência é criada e experimentada agora.
Para isso não precisa despertar a consciência, basta usar um revólver.
Tem uma história famosa de dois passageiros que sobreviveram a queda de um avião. Um deles nunca mais andou de avião. O outro continuou andando de avião normalmente. Perguntaram ao passageiro que parou de nadar de avião, porque parou. Ele respondeu: “O avião caiu e eu podia ter morrido, não quero morrer, então, não ando de avião nunca mais”. Quando perguntaram ao passageiro que continuou andando de avião, porque continuou. Ele respondeu: “O avião caiu e eu podia ter morrido, mas não morri, então, não morro nunca mais”. Percebe que a mesma experiencia pode gerar ânimo ou desânimo. Quando você descobre que existe além do tempo e do espaço, que é criador da sua realidade, isso é como cair de um avião e sobreviver. Tudo depende da sua interpretação disso. Se você tinha esperanças de que tudo fosse se resolver com a morte, ou de que um deusoutro fosse resolver sua realidade por você, provavelmente o despertar existencial é desanimador. Se você entender que sua realidade está sobre o seu controle e você tem a eternidade para moldá-la tal como deseja, provavelmente o despertar existencial será animador.
É mais do que possível! É imprescindível! Viver é administrar a constante crise de ser humano. Só que não é com ignorância que se administra bem nada, por isso autoconhecimento é fundamental.
A ilusão está acontecendo de fato, obviamente.
O problema nessa questão do arbítrio é que você supõe duas entidades separadas: ser e humano. Não existe essa dualidade. Assim como gelo é água congelada, você é ser humanizado. Contudo, quando você vê uma pedra de gelo, você entende facilmente que está olhando para água congelada, mas quando você olha para si mesmo, você ignora que é um ser humanizado. Essa ignorância faz você cometer o equívoco da dualidade. Uma vez sob o equívoco da dualidade, você se pergunta se sua pessoa tem arbítrio.
A resposta é sim, pois pessoa é você-ser humanizado.
Vou criar uma imagem para ajudar no entendimento. Imagine que você-ser é água e você-pessoa é um boneco de gelo. O boneco de gelo tem arbítrio? Se você acreditar que existem duas entidades separadas, água e boneco de gelo, você dirá que não, pois o arbítrio é da água e não do boneco de gelo. Mas se você entender que água e boneco de gelo são uma coisa só, daí fica óbvio que sim, pois boneco de gelo é água congelada.
Você não atrai realidade, você cria realidade. Como? Optando. Você está experimentando essa realidade que está experimentando porque está optando. Se você mudar de opção, começará a experimentar outra realidade. Pensar e desejar entram no processo do arbítrio, mas pensar e desejar não cria realidade. Só arbítrio cria realidade.
Vou supor que você tem um carro atualmente. Mas não foi sempre assim. Houve um momento que sua realidade não continha esse carro. Como foi que esse carro se materializou na sua realidade? Provavelmente você criou 8 anos de estudo escolar. Depois criou um emprego. Depois criou uma poupança. Daí, foi até a loja, e criou você comprando o carro. Foi assim que você materializou seu carro atual na sua realidade. Assim é para tudo na experiência humana. Tem uma ORDEM TEMPORAL E ESPACIAL de materialização (realização). Observe sua realidade e isso ficará evidente. Tudo que você experimenta é experimentado através de uma ordem espacial e temporal. Então, você está sempre materializando tudo na sua realidade. Já está, sempre esteve e sempre estará. Você apenas não está consciente disso porque acredita que matéria é feita de matéria.
Se não foi você que escolheu, quem foi? E se foi você, como eu, que não sou você, posso saber o que te motivou a fazer essa escolha?
A resposta a sua pergunta é sim e não. Que separação tem entre o sonho e o sonhador? O sonhador se encontra além do sonho observando o sonho? Não. Sonhador e sonho são inerentes. A mesma coisa está acontecendo com você agora e sempre.
Você está recriando sua realidade a todo instante, mesmo inconsciente disso. Se você não recriasse sua realidade a todo instante, ela seria como uma fotografia, sempre a mesma imagem. Mas ela é como um filme, porque você, consciente ou não, está ininterruptamente recriando sua realidade. O problema é que sua realidade está uma bosta e você recria um cocô. Enquanto você não desperta a consciência e se torna um criador consciente, não tem como ser diferente, você ficará só alternando de bosta para cocô.
Sim, sou consciente da criação da vida. E não tem mistério. A criação da vida é a criação da realidade. Quando você está consciente de como você (Fábrica da Realidade) funciona, você está consciente da criação da vida. Quando você ignora o que você é, você passa a acreditar que a vida é externa e criada por um deusoutro. Eis como o simples fica complicado e mistério.
Não, é o oposto. A interface humana que cria o corpo. Igual em um jogo de videogame, não é o avatar que cria o jogo de videogame, é o jogo de videogame que cria o avatar.
O que determina sua realidade é seu arbítrio. Arbítrio é causa, realidade é efeito. Nesse exato momento, você está experimentando a realidade dessa leitura, porque está optando por isso. Se você mudar de opção, imediatamente começará a experimentar outra realidade. Vamos supor que decida desligar o computador, ir até o banheiro e tomar banho. Sua experiência será exatamente essa.
Você-ser é uma unitrindade: existência, potência e consciência. Potência é seu potencial de realização. Uma boa maneira de você pensar em potência é pensar em semente. A semente de uma árvore é uma árvore potencial. Analogamente, você-ser, é a semente de tudo que você pode se transformar.
Essa realidade que você está experimentando agora e sempre é feita de quê? Se você usar a lógica científica para responder, sua resposta será: “A realidade é feita de matéria”. Daí eu te pergunto: “Do que a matéria é feita?”. Se você continuar usando a lógica científica, você não terá como responder, pois a ciência não sabe do que a matéria é feita, a ciência sabe apenas como a matéria se comporta.
Se eu te perguntar do que a realidade é feita e você usar a lógica autocientífica para responder, sua resposta será: “Realidade é feita de experiência”. Daí eu te pergunto: “Experiência é feita de que?”. Sendo que experiência é uma criação mental dentro de você, para responder essa pergunta, você tem que investigar a natureza dessa sua criação mental.
Então, finalmente, respondendo sua pergunta: investigar a natureza da sua realidade é investigar a natureza dessa criação mental constante e ininterrupta que você chama de realidade.
Você é um ser universal. Seu ambiente é o universo. Mas quando falo “universo” não estou me referindo a esse espaço repleto de estrelas e planetas que você acredita que é o universo. Isso não é o universo. Isso é apenas uma experiência visual. O universo não é uma experiência. O universo é a coletividade dos seres. Você está em constante interação com todos os seres do universo e vice-versa. Cada ser decodifica sua interação com o universo usando uma interface, você é um ser universal usando uma interface humana. Por isso você está tendo uma experiência humana e se entende como ser humano.
A ciência, como estudo da realidade externa, desaparecerá, e os cientistas entenderão que, mesmo inconscientes, estavam praticando autociência. E tem mais! Se a realidade não é externa, se é virtual e imanente a você, criador da realidade, as leis naturais também são. Essa será a grande revolução da ciência, ela deixará de ser um estudo da realidade externa e se tornará o estudo da natureza humana, que cria a realidade que parece externa. Os cientistas irão descobrir que tempo e espaço fazem parte do sistema operacional humano (natureza humana). E não terão descoberto nada de novo. O filósofo Emanuel Kant, por exemplo, já explicou isso faz tempo.
Não existe ser pedra e ser humano, existe ser brincando de ser pedra e ser brincando de ser humano. Também não existe ser inferior e superior, todos os seres são igualmente seres, assim como gotas de água em um oceano. O ser que está brincando de ser pedra é um ser igual você, apenas está brincando de uma brincadeira diferente.
Separação é um conceito materialista. O melhor é você pensar que cada ser é uma unicidade existencial diferente.
Para criar a perspectiva perceptiva de mundo externo.
Não, uma pedra é seu ponto de vista humano da manifestação de um ser.
Pense nas mensagens que chegam no seu celular. Por trás de toda mensagem que chega no seu celular, tem uma pessoa, mas você não vê a pessoa, você vê apenas a decodificação que o seu celular faz da manifestação da pessoa, que é a mensagem no seu celular. Analogamente, por trás de todo objeto que você vê na sua realidade, tem um ser igual você, que é uma unitrindade igual você, mas você não vê o outro-ser, você vê apenas a decodificação que sua natureza humana faz da manifestação do ser, que é a fisicalidade do objeto.
Quando você vê uma pedra, a pedra é sua decodificação humana da manifestação de um ser. Sem a manifestação do ser, não haveria pedra, mas a pedra não é o ser. Por fim, sendo que todo ser é uma unitrindade, sendo que a consciência é um dos aspectos da unitrindade, então, o ser que está manifestando a pedra também é consciência. Mas a consciência é do ser que está manifestando a pedra e não da pedra.
Metaforicamente falando, sim.
Por que jogar futebol, se quanto mais joga, mais o jogo acaba? Por que ouvir música, se quanto mais ouve, mais a música acaba? Por que comer bombom, se quanto mais come, mais o bombom acaba? Por que pular carnaval, se quanto mais pula, mais o carnaval acaba? Enfim, porque fazer qualquer coisa, se quanto mais faz, mais a coisa acaba? Tudo que você faz serve de resposta a sua pergunta. Se ainda não percebeu, observe e perceba.
O primeiro motivo é que o existencial é o estudo do ser e o ser não é humano. Isso deixa você desorientado porque você ignora que é um ser humano, você acredita que é um humano ser. O segundo motivo é que sua mentalidade é materialista, então, você quer ser alguma coisa e o estudo existencial deixa óbvio que você-ser é nada.
Primeiro, porque não é de entender, é de ficar consciente. Depois, porque quando aparece a palavra VOCÊ nos textos da 1ficina, significa Ser Humano, só que você lê Humano Ser. Até cair essa ficha, demoooora!
Porque uma das funções do estudo da sua natureza existencial é fazer você entrar em crise existencial. Quem não entra em crise existencial com esses estudos é porque não está entendendo nada, ainda está confundindo realidade com existência.
Você não consegue experimentar seu desejo realizado agora porque você ainda não o realizou. Quando você o realizar, você o experimentará no agora.
Entendimento funciona por antônimo. Se digo que está frio, você simultaneamente pensa no antônimo de frio que é calor, por isso entende frio. Esse é o problema. Seu pensamento está condicionado a acreditar que realidade e ilusão são antônimos, porém, realidade e ilusão são sinônimos.
Porque você é singular, único, sui generis, diferente de todos os outros. O que serve para você, serve SÓ PARA VOCÊ, exclusivamente para você e para mais ninguém. Logo, é errado para todos os outros. E vice-versa.
Porque experiência tem QUALIDADE. Uma experiência pode ser desejada ou indesejada, sintonizada ou dessintonizada. Você pode usar seu arbítrio para ir de uma qualidade para outra.
Os cinco sentidos não percebem os objetos materiais que existem externamente independentemente de estarem sendo percebidos, os cinco sentidos criam os objetos e a perspectiva de alteridade (objeto externo). Essa é a resposta simples, óbvia e desconcertante. Retire o tato, a visão, a audição, enfim, retire os cinco sentidos que fazem você supor um objeto material e externo, que objeto material e externo tem? Não tem nenhum! E por que não? Porque não tem objeto material e externo em si para ser percebido pelos sentidos, nunca teve, nunca terá. Só tem experiência de objeto, que no caso do ser humano, é feita de cinco sentidos.
Tanto a palavra mente, como a palavra ego, como a palavra espírito, como a palavra Deus, como a palavra vida, entre outras, são palavras que carregam muitos equívocos. Para evitar que os alunos fiquem presos nesses equívocos, não uso essas palavras. Uso a palavra mentalidade porque acho a mais apropriada para tratar da programação mental. Eu poderia usar o termo “programação mental” e muitas vezes uso, mas acho esse termo técnico e computacional, então, para deixar o assunto em termos mais coloquiais, uso a palavra “mentalidade”.
Exato! Sua unicidade é existencial. O que é existencial não muda.
Suponho que você não considere a palavra “brincadeira” uma boa palavra para descrever a experiência de ser humano. Mas é uma brincadeira sim, apenas é uma brincadeira que envolve sofrimento. E toda brincadeira envolve sofrimento de alguma forma.
Imagine que você-ser é uma televisão. Existência é você-televisão. Potência é a sua capacidade de produzir formas televisivas, ou seja, produzir filmes. Experiência é você-televisão assistindo aos filmes que você está produzindo.
Precisão absoluta. Quando você instala um programa com vírus no seu computador, o mau funcionamento do computador não é por causa do computador, é por causa do programa com vírus. O mesmo com o EGO. Quando sua realidade está dessintonizada não é por imprecisão do EGO, mas por que você programou seu EGO com uma mentalidade dessintonizada.
O que você usa para chutar a bola: o pé ou a perna? Você usa tanto o pé como a perna. Até porque o pé faz parte da perna. Analogamente, quem está criando sua realidade é você-ser, mas através da interface humana.
Não sei. E é irrelevante. Você sabe quem inventou o jogo de xadrez? Você precisa saber quem inventou o jogo de xadrez para jogar xadrez? Tem alguma relevância saber? O mesmo com a natureza humana.
Quem se autorealiza é você-ser, através de você-humano, que resulta na realidade que você experimenta, que é você-fulano.
Exatamente! Igual na metáfora do cinema. O projetor está permanentemente criando o filme, por isso o filme na tela é impermanente, dinâmico, vivo. O mesmo está acontecendo agora e sempre com isso que você chama de realidade. Você é o projetor e o filme é a realidade que você está experimentando, por isso sua realidade é impermanente, dinâmica, viva. Caso contrário, você passaria a eternidade assistindo uma fotografia.
Realidade é real. Por isso chama REALidade. Você está a todo instante experimentando sua realidade. Como não é real? Óbvio que é real! A dificuldade de entendimento está na palavra “real”. O raciocínio funciona por antônimos. Calor é antônimo de frio. No caso da palavra ilusão, o antônimo é real. Só que a 1ficina iguala real com ilusão. A 1ficina diz que realidade = ilusão. A 1ficina pega algo que seu raciocínio considera antônimo e diz que é sinônimo. Seu raciocínio pira, fica sem base de oposição. Para piorar, a 1ficina diz que o oposto de ilusão é você. Daí trava tudo! Falha na Matrix!
Você está conversando comigo através do celular. Minha imagem está aparecendo no vídeo do seu celular e minha voz está saindo no alto-falante. Sendo assim, pergunto: eu estou dentro do seu celular? Sim e não. Sim, porque você está me vendo no seu celular. E não, porque o que você está vendo é uma construção virtual de mim e não eu. Analogamente, o mesmo acontece quando você interage com os outros seres. A existência dos outros seres não está dentro de você, mas a construção mental que você faz deles, sim.
Criação de realidade funciona igual WhatsApp. Sua realidade é a tela do seu whatsapp humano. Minha realidade é a tela do meu WhatsApp humano. Eu te vejo na tela do meu WhatsApp (minha realidade) e você me vê na tela do seu WhatsApp (sua realidade). A natureza humana é o programa de WhatsApp que está criando você na minha realidade e vice versa. Usamos o mesmo WhatsApp humano, então, podemos nos comunicar de forma humana. Ou seja, eu crio você na minha realidade, você me cria na sua realidade e interagimos nesse vai e vem intermediado pela natureza humana. Mas tem uma sutileza nesse entendimento. Quando crio você na minha realidade, não estou criando você enquanto ser. Você-ser existe. O que existe, existe, não é criado. O que eu crio através da natureza humana é minha decodificação humana da sua manifestação. E vice versa.
Manifestação também não se desloca. Nada se desloca. Deslocamento é experiência de fisicalidade. Experimente jogar um videogame de fórmula 1, por exemplo. Tipo esse aqui:
O carro na tela vai se deslocando, ultrapassando os outros carros e depois de 60 voltas, ganha a corrida. Só que a televisão não saiu do lugar. O deslocamento do carro no videogame não foi deslocamento, foi experiência de fisicalidade.
Sim, por isso é SUA realidade.
Sim, o que importa não é a FORMA da realidade que você está experimentando e sim o SABOR que tem para você. De que adianta você se colocar numa realidade de meditação quando o que você quer mesmo é andar de bicicleta? Que gosto bom pode ter uma realidade que se cria a contra gosto? Só que esse equívoco é muito comum. E pior! É santificado, glorificado e pintado de elevação espiritual.
Sim, realidade = tudo que você experimenta. Tudo = tuuuuuudo, sem exceção.
Neném não é existência (ser), é realidade (experiência). O que você vê como neném, é um ser que escolheu brincar de ser humano. O maltrato faz parte das possibilidades da brincadeira.
Estudo do ser humano no aspecto existencial, psicológico, pessoal e social.
Aula do ciclo de estudos de autociência – EUreka 2021