A professora entrou na sala, fez chamada, desenhou uma fogueira na lousa, pegou minha mão e começou a me conduzir para fora da Caverna de Platão. Pense numa pessoa em choque. Multiplica por mil. Eleva a n+1. Era eu tendo a experiência mais alucinógena da minha vida.
“Ca-la-bo-ca, professora! Apaga essa fogueira! Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço! Água vira vapor a 100 graus!”. Eu berrava. Eu implorava. Mas ela não me escutava. Ela havia optado pela cicuta.
Sem usar nenhuma tecnologia, nenhuma química, nenhuma física, sem sequer saber o que estava fazendo, a professora desmaterializou o universo e o teletransportou para dentro de mim. Não sobrou nada do lado de fora. Nem eu.