Teve uma época que frequentei um trabalho espiritualista. Eram palestras com grupos pequenos, entre 15 a 20 pessoas, então, podíamos interagir diretamente com o professor. Com o tempo, fiquei íntimo do professor. Então, de repente, ele começou a me chamar de “sábio”. Por um lado, achei o máximo. “Até que enfim alguém me reconheceu!” pensei. Mas quando a esmola é demais o santo desconfia.
Desconfiei, mas fiquei na minha. O professor continuou me chamando de sábio. Sábio pra lá, sábio pra cá. Às vezes, alguém fazia uma pergunta e ele encaminhava para mim: “O que você acha, sábio?”. Eu papagaiava um monte de conceitos filosóficos, psicológicos e espiritualistas.
Muito tempo depois, fui acompanhar esse professor em uma palestra. Nesse dia, tinha uma pessoa participando da palestra que era tipo sabe-tudo. De repente, o professor começou a chamar essa pessoa de sábio. Putz! Lembrei dele fazendo o mesmo comigo e a ficha caiu! Quando o professor me chamava de “sábio”, não estava elogiando minha sabedoria, estava apontando minha ignorância Phd. Eu não sabia, eu pensava que sabia.