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Viver é conviver

Viver é conviver

Procure algum instante em seu viver que não seja convivência. Consegue encontrar algum? Subir é você convivendo com a escada. Dirigir é você convivendo com o carro. Respirar é você convivendo com o ar. Comer é você convivendo com a comida. Pensar é você convivendo com os pensamentos. Sentir é você convivendo com as emoções. Trabalhar é você convivendo com o cliente. Namorar é você convivendo com o namorado. Conversar é você convivendo com o interlocutor. Guerrear é você convivendo com o inimigo.

Você não consegue encontrar nenhum instante em seu viver que não seja convivência, porque você não vive, você convive. Retire o outro do seu viver e que viver sobra para você viver? Nenhum. Viver é você (um) convivendo com o outro (um). Seja para onde você for, perto ou longe, você estará convivendo com o outro. Esteja você no ambiente em que estiver, sólido, líquido ou gasoso, você estará convivendo com o outro. Seja quando for, hoje ou amanhã, você estará convivendo com o outro. Até para se isolar do outro você precisa estar convivendo com o outro, senão, você vai se isolar de quem?

Não tem como fugir da convivência. Viver é conviver.

Independência

Independência

Não existe independência, o que existe é autonomia. Você confunde independência com autonomia. Quando você diz que é um indivíduo independente, o que está querendo dizer é que você é um indivíduo com autonomia. Independência é a suposição de uma parte separada do todo, que não participa do todo. Isso é um equívoco, pois uma parte só é parte porque participa do todo. Parte é pedaço do todo, então, se é parte, não está separado do todo, não é independente do todo, participa do todo.

Autonomia

Autonomia

Autonomia é a liberdade particular de gerir a própria experiência através do arbítrio. Autonomia significa que você é parte do todo, mas é uma parte que tem liberdade de gerir a própria experiência através do arbítrio.

Interdependência

Interdependência

Não existe independência, o que existe é interdependência. E o que é interdependência? Interdependência é o estado existencial onde todas as partes do todo interferem em todas as partes do todo através do arbítrio. Simplificando, você afeta os outros e os outros afetam você.

Todos

Todos

Você é um ser. Os outros são todos os seres do universo. Todos significa sem exceção. Então, a interferência dos outros em você não se restringe apenas a interferência dos outros seres humanos, mas de todos os seres do universo. Claro que você não percebe que está em constante interdependência com todos os seres do universo. Mas você está. Agora e sempre.

Democracia universal

Democracia universal

Democracia universal é forma como o universo funciona. Que forma é essa? TODOS PODEM TUDO. Livre arbítrio para todos. Assim como você é livre para optar e ninguém pode retirar sua liberdade de optar, o mesmo ocorre para todos os seres do universo.

Arbítrio coletivo

Arbítrio coletivo

Você está, agora e sempre, optando junto com todos os seres do universo. Então, nenhuma circunstância resulta só do seu arbítrio, resulta do arbítrio momentâneo de todos os seres do universo, resulta do arbítrio coletivo.

Tudo pode

Tudo pode

INTERLOCUTOR: Como assim, tudo pode?

— Exatamente assim como é.

INTERLOCUTOR: Tudo tudo tudo mesmo?

— Tudo mesmo! Tudo, tudo, tudo.

INTERLOCUTOR: Violência pode???

— Pode! Tudo pode! Se não pudesse, seria impossível.

INTERLOCUTOR: Roubar, mentir, estuprar, matar, torturar, pode????

— Pode! Tudo pode!

INTERLOCUTOR: Socooooooorro! Deus nos ajude!!!!!

— Não tem deusoutro para ajudar: nós somos deus.

INTERLOCUTOR: Somos deus usando muito mal o arbítrio.

— Ignoramos como usar bem, então, usamos mal.

INTERLOCUTOR: Como usar bem?

— Com autoconhecimento.

INTERLOCUTOR: Como adquirir autoconhecimento?

— Praticando autociência.

Autorrealização

Autorrealização

INTERLOCUTOR: Por que você iguala viver bem com realização do desejo?

— Essa interpretação está equivocada. O que explico é que para viver bem você deve viver em acordo com seu desejo. Outra coisa é que você só tem um desejo. Então, para você entender a explicação sobre viver em acordo com o desejo, primeiro você deve entender que único desejo é esse.

INTERLOCUTOR: Que único desejo é esse?

— Autorrealização. Você deseja ser você. Só isso. Sempre isso. Nada além disso.

INTERLOCUTOR: Mas eu já sou eu!

— Sim, mas você não vive sendo você, você vive sendo outro. Chamo isso de outroísmo.

INTERLOCUTOR: Sofrimento é quando vivo outroísta?

— Exato! Você precisa experimentar algo que lhe alerte para o outroísmo, esse algo são as emoções desagradáveis (sofrimento).

Fome não tem cura

Fome não tem cura

INTERLOCUTOR: Tenho muitos desejos, mas meu objetivo é sempre satisfação. Só que satisfação sempre acaba. Volto a ficar insatisfeito. Como resolver isso?

— Entendendo que isso não tem solução. Que é assim mesmo. Fome não tem cura. Quando você entende que fome não tem cura, você desiste de tentar chegar no fim da viagem e direciona seus esforços para viajar bem. Viver bem inclui lidar bem com a insatisfação.

INTERLOCUTOR: Qual é a diferença entre viver em acordo com o desejo e satisfazer o desejo?

— Primeiro me diga: por que você quer satisfação?

INTERLOCUTOR: Quero satisfação porque é agradável.

— Agradável = bom, então, você quer o bom.

INTERLOCUTOR: Isso, quero o bom!

— Agora já dá para responder sua pergunta. Viver em acordo com o desejo é viver em acordo com o que é bom para você. Satisfazer o desejo é ter uma experiência boa, que começa e termina.

Optando por isso

Optando por isso

INTERLOCUTOR: Estou aguardando o ônibus atrasado. Esse atraso tem como consequência a perda de um compromisso importante. Finalmente surge o ônibus. Faço sinal. Mas o motorista não para. E ainda passa numa poça e joga água em mim. Fico molhado e sujo de barro. Nessa circunstância, como posso viver em acordo com o que é bom para mim?

— Optando por isso. Viver em ou sem acordo com o que é bom para você só depende de você optar.

INTERLOCUTOR: No caso do ônibus, optei pelo bom, mas experimentei o ruim.

— As circunstâncias não se desdobram apenas do seu arbítrio, se desdobram do arbítrio coletivo.

INTERLOCUTOR: Então, viver em acordo com meu desejo não garante a realização do meu desejo?

— Sim! Isso mesmo!

Missão impossível

Missão impossível

INTERLOCUTOR: Qual a relação entre outroísmo e sofrimento?

(01) Você fica desagradado quando o arbítrio coletivo lhe desfavorece, ou seja, você experimenta emoções desagradáveis. Você sente raiva, por exemplo. (02) Você experimentando emoções desagradáveis é você sofrendo. (03) Você tem duas opções: VIVER AUTOÍSTA / JOGO DA LIBERDADE: Você pode, baseado na informação que o sofrimento está lhe fornecendo, usar seu arbítrio para influir nas circunstâncias a favor do que é bom para você. Ou VIVER OUTROÍSTA / JOGO DO CONTROLE: Você pode, baseado na informação que o sofrimento está lhe fornecendo, tentar controlar o arbítrio do outro. (04) Optar pelo JOGO DO CONTROLE é tentar proibir a democracia. (05) É impossível proibir a democracia. (06) Sendo impossível, quanto mais você persiste, mais você fracassa. (07) Quanto mais você fracassa, mais você sofre. (08) Então, optar pelo JOGO DO CONTROLE é perpetuar o sofrimento.

INTERLOCUTOR: Mesmo optando pelo JOGO DA LIBERDADE, ainda assim pode acontecer do arbítrio coletivo não me favorecer e gerar sofrimento. Então, qual é a diferença entre optar pelo JOGO DA LIBERDADE ou JOGO DO CONTROLE?

— A diferença é que no JOGO DA LIBERDADE você lida bem com o seu sofrimento e com as circunstâncias (vive bem), no JOGO DO CONTROLE você lida mal com o sofrimento e com as circunstâncias (vive mal).

Conseguir o que quero

Conseguir o que quero

INTERLOCUTOR: É possível jogar o jogo da liberdade e ainda assim não conseguir o que quero?

— Claro! Aliás, se o seu objetivo for conseguir o que quer ao invés de viver bem, você deve jogar o jogo do controle e não o jogo da liberdade. O jogo da liberdade vai dificultar você conseguir o que quer. Jogo da liberdade não é para você conseguir o que quer, jogo da liberdade é para você viver bem e conviver bem. O que não exclui você conseguir o que quer.

INTERLOCUTOR: Então, posso viver a vida inteira sem conseguir o que quero?

— Sim, correto.

INTERLOCUTOR: E ainda assim viver bem?

— Sim, correto.

Nada é por acaso

Nada é por acaso

INTERLOCUTOR: Por que você diz que não existe injustiça?

— Para existir injustiça precisaria existir acaso (aleatoriedade). Mas não existe. Realidade é estado atual determinado pelo arbítrio.

INTERLOCUTOR: Não entendi.

— Por exemplo, eu e você tiramos par ou ímpar. Eu ganho. Por que ganhei e você perdeu?

INTERLOCUTOR: Foi sorte sua.

— Não, eu ganhei porque escolhi par e escolhi colocar um dedo. Você perdeu porque escolheu ímpar e escolheu colocar um dedo também. Minha escolha, somada a sua, determinou minha vitória. Se você tivesse feito escolhas diferentes, você teria ganho e eu perdido. Entendeu? Realidade não é produto do acaso, é produto do arbítrio.

INTERLOCUTOR: Mas eu não sei o que meu oponente vai escolher antes de fazer minha escolha, eu escolho no escuro, em estado de ignorância.

— E vice-versa! Seu oponente também não sabe o que você vai escolher, também escolhe no escuro. Criação de realidade é cocriação no escuro. O arbítrio de cada um determina o resultado e um não sabe qual é a escolha do outro.

INTERLOCUTOR: É o desconhecimento de todos os arbítrios que cria a aparência de acaso?

— Exatamente! Você é um ser universal e está jogando par ou impar com o universo inteiro. Nada é por acaso. Cada instante de realidade que você experimenta é determinado pelo arbítrio de todos os seres do universo. Sabe quantos seres tem no universo?

INTERLOCUTOR: Não! Infinitos?

INTERLOCUTOR: Também não sei, mas só no planeta terra são 8 bilhões de seres humanos e os seres humanos não são os únicos seres do universo.

INTERLOCUTOR: Vixi! São muitos seres!

— E você só tem como saber do seu arbítrio e só pode controlar seu arbítrio, não tem como saber e controlar o arbítrio dos outros.

INTERLOCUTOR: Então, já perdi!

— Não, porque os outros também não tem como saber e controlar seu arbítrio.

INTERLOCUTOR: E o que eu faço?

— Faça sua escolha. Opte pelo que deseja. O que você quer? Par ou impar? Azul, verde, vermelho ou amarelo? Pedra, tesoura ou papel? Cara ou coroa? Amor ou ódio? Bem viver ou mal viver? Autoísmo ou outroísmo?

INTERLOCUTOR: E depois?

— Experimente o resultado.

INTERLOCUTOR: E se eu perder? Se eu optar por amor e o resultado for ódio.

— Escolha novamente. Opte novamente pelo que deseja.

INTERLOCUTOR: Entendi.

— Bom jogo para você!

Mestre da democracia

Mestre da democracia

Um grupo de discípulos levou seu mestre para tomar sopa e testar sua maestria. O garçom, como combinado, serviu sopa para todos os discípulos, mas não serviu o mestre. Toda vez que o garçom voltava na mesa, fazia a mesma coisa. Enchia novamente o prato dos discípulo, mas deixava o prato do mestre vazio. Quando os discípulos já estavam saciados e prontos para irem embora, o mestre chamou o garçom e disse: “Você não me serviu sopa nenhuma!” O garçom, como combinado, respondeu grosseiro: “Está caduco velhote! Eu lhe servi sopa três vezes!”. E o mestre respondeu: “É verdade! Você está certo! É que a sopa estava tão deliciosa que vou aceitar mais um pouco”.

Você prefere controlar o outro ou tomar sopa (realizar seu desejo)? Mesmo que você prove por A + B que o outro está errado. Mesmo que o outro perceba o próprio erro. Ainda assim ele pode optar por não lhe servir sopa (impedir a realização do seu desejo). E se você insistir em controlar o outro, quem vai ficar sem sopa é você. Por que perder tempo e energia tentando controlar o outro? Foca na sopa! Foca na realização do seu desejo! Deixe o outro livre para mentir, ser violento e impedir a realização do seu desejo. Seja um mestre da democracia. Use a inteligência e encontre um jeito de realizar seu desejo mesmo assim.

Mensagem final do farol

Mensagem final do farol

— Capitão, capitão, acorda!
— O que foi?
— Tem um navio vindo em nossa direção.
— Diga para o navio desviar.
— Já dissemos e ele não desviou.
— Vou dizer eu mesmo!
O capitão vai até a torre de comando: — Atenção, navio desconhecido, desvie 20 graus estibordo, imediatamente!
— Desvie você 20 graus estibordo, imediatamente!
— Não acredito! — Pensa o capitão irritado e envia outra mensagem: — Aqui é Horácio Alcântara Neves Pimentel, primeiro capitão da Marinha Real. Ordeno que desvie 20 graus estibordo, imediatamente.
— Aqui sou eu e desvie você 20 graus estibordo.
— Que palhaço! Somos um navio de guerra! Podemos explodi-lo! — Pensa o capitão e envia uma mensagem final: — Aqui é do navio de guerra Missouri Flagship, patente OBTLA56. Ordeno pela última vez. Desvie 20 graus estibordo imediatamente ou vamos disparar um míssil contra seu navio.
Chega a resposta: — Aqui é do farol.

Democracia é escola

Democracia é escola

Democracia não é uma forma de governo, democracia é uma forma de aprendizagem. A bola de basquete não aprende a cair dentro da cesta porque a bola não erra a cesta, quem erra a cesta é o arremessador. Democracia é arremesso coletivo. Democracia são todos aprendendo o que é melhor para todos através do erro de todos. Democracia é a escola da interdependência. Claro que nessa escola, os alunos lúcidos pagam a conta dos equívocos dos alunos ignorantes, mas sendo lúcidos, sabem que se aprendizagem custa caro, mais caro é continuar na ignorância.

Portas fechadas

Portas fechadas

O mestre deixou uma tarefa para seu discípulo antes de viajar: “Sabe aquela pedra enorme que fica atrás da casa? Quero que você acorde cedo e empurre-a o dia inteiro. Faça chuva ou faça sol, nunca pare de empurrá-la. Empurre-a com toda sua força e toda a sua vontade”. No dia seguinte, o discípulo acordou cedo e começou a empurrar a pedra. Só que a pedra era muito grande e não se movia. No dia seguinte, empurrou mais forte. Nada da pedra se mover. No dia seguinte, empurrou mais forte ainda. Todo dia o discípulo empurrava a pedra com mais força, só que a pedra não se movia. Depois de passar três anos empurrando uma pedra que não se movia e sem notícias do seu mestre, o discípulo concluiu que seu esforço havia sido em vão e desistiu da tarefa.

No dia seguinte, o mestre voltou de viagem. Já era quase meio dia e o discípulo ainda estava dormindo. O mestre acordou o discípulo e questionou: “Esqueceu da tarefa? Por que não está empurrando a pedra como lhe pedi?”. O discípulo respondeu: “Passei três anos empurrando aquela pedra, de manhã até de noite, com todas as minhas forças, cada vez mais forte, só que a pedra não se moveu um milímetro sequer. Por isso, desisti”.

O mestre disse ao discípulo: “Você entendeu errado a tarefa. Eu não pedi para que você movesse a pedra, pedi para que a empurrasse. Olhe para você! Seus braços estão fortes e musculosos. Suas costas estão largas. Suas mãos estão curtidas. Suas pernas se tornaram firmes. Tudo isso porque você se exercitou empurrando a pedra. De que vale mover uma pedra? Não vale nada! Mas você se desenvolveu, se superou e se autorrealizou. Isso sim é valioso!”.

Essa metáfora ilustra um equívoco que você vem cometendo desde sempre. Você tem gratidão pelas portas abertas, por tudo de bom e por tudo que deu certo na sua vida, mas tem mágoa das portas fechadas, de tudo de ruim e de tudo que deu errado. Só que deveria ser o contrário. Portas abertas é vida boa, vida sem ruim, sem infortúnio, sem problemas. Vida boa só serve para criar pessoas preguiçosas, tolas e mimadas. Pessoas incapazes de resolver problemas, incapazes de lidar bem com frustrações, infortúnios, rejeições, contrariedades e mosquitos. Enfim, pessoas incapazes de viver bem quando a vida está ruim.

Vida boa não te faz levantar e andar, pelo contrário, te mantém engatinhando no chão feito neném. É o ruim que te faz ficar bom. Maestria não é um produto de portas abertas, é produto de portas fechadas. Basta você olhar para qualquer competência sua e verá que é fruto de portas fechadas. Porta aberta te fecha, porta fechada te abre.

Demora um tempo para você entender isso. E, enquanto não entende, vive na lamúria e na mágoa, reclamando das portas fechadas e das pedras no meio do caminho. Acreditando que portas fechadas são castigo, azar, etc. Quando você entende que portas fechadas são uma benção: fim da mágoa. Você cai de joelhos arrependido da sua ignorância e acende velas de gratidão para cada uma das portas que lhe foram fechadas. Nesse dia, finalmente, a porta do bem viver se abre para você.

Convivência de polícia e bandido

Convivência de polícia e bandido

Houve um tempo em que você podia plantar qualquer planta no quintal da sua casa. Daí, a sociedade criou uma lei para proibir a plantação de maconha. Desse momento em diante plantar maconha se tornou um crime. Se você plantar maconha no seu quintal, será considerado criminoso e será punido. Tem países em que essa lei não existe, logo, esse crime não existe.

É a lei que cria o crime e não o contrário. O mesmo acontece com o errado. É o certo que cria o errado e não o contrário. Tudo é o que é, nem certo, nem errado, até que alguém crie uma lei, ou seja, um certo. Daí, por contraposição, surge o errado. Por exemplo, o lugar onde uma toalha está é apenas o lugar onde a toalha está. Daí, alguém cria uma lei de que o lugar certo da toalha é pendurada no banheiro. Pronto! Imediatamente se torna errado deixar a toalha em cima da cama, se torna um crime. Se você deixar a toalha em cima da cama, você se torna um criminoso merecedor de punição.

É por isso que as pessoas te punem, fazendo cara feia, xingando, dando bronca, puxando sua orelha, te cancelando, ou mesmo te batendo. Você é um criminoso. Você pode não saber qual é o seu crime, o que fez de errado, mas as pessoas que estão te punindo sabem. O mesmo acontece quando você pune os outros. Toda vez que alguém desrespeita suas leis, essa pessoa se torna uma criminosa. Todo criminoso é merecedor da sua punição. Por isso você também pune os outros.

Você vive policiando e punindo os outros por conta dessas leis pessoais dentro de você. O outro faz o mesmo. Como uma convivência assim, de polícia e bandido, pode ser boa? Não pode! Mas o problema não é ter leis pessoais. O problema é ignorar que essas leis pessoais são pessoais, ou seja, que estão dentro de cada um e não escritas na pedra. Até que a sociedade decida colocar na constituição que o lugar certo da toalha é pendurada no banheiro, ninguém tem como saber que existe essa lei, nem que colocar a toalha em cima da cama é um crime.

Seres humanos convivem sob o equívoco de que suas leis pessoais são de conhecimento de todos e obrigatória para todos. Não são! Você não sabe quais são as leis pessoais dos outros e, mesmo que soubesse, não tem obrigação de segui-las. O outro não sabe quais são suas leis pessoais e, mesmo que soubesse, não tem obrigação de segui-las. Através do diálogo vocês podem descobrir e, ao invés de conviverem como polícia e bandido, conviverem como seres humanos com critérios diferentes.

Estar certo ou ser feliz?

Estar certo ou ser feliz?

Se justo e injusto fossem absolutos, não haveria conflito por justiça no mundo, pois não haveria divergência sobre a ação justa e a ação injusta. Toda ação justa seria visivelmente e incontestavelmente justa. Toda ação injusta seria visivelmente e incontestavelmente injusta. Não haveria necessidade de tribunais, nem de leis e sistemas judiciários. Contudo, cada dia as leis e os processos judiciais aumentam nas sociedades humanas. Por que? Porque justo e injusto não são absolutos, são definições humanas, mentais e particulares. Ou seja, cada cabeça é uma sentença, pois cada um tem um critério pessoal do que é justo e injusto, assim como cada um tem um critério pessoal do que é feio e bonito.

No filme Carandiru, que mostra a saga do Dr Drauzio Varella interagindo com os prisioneiros do presídio, todos os prisioneiros tem justificativas para os seus crimes. O Dr Drauzio Varella observa isso e comenta isso com outro médico. Seu interlocutor lhe responde: “Você ainda não percebeu que todos os prisioneiros aqui dentro são inocentes?”.

Justo e injusto são atribuições pessoais. O que eu considero justo, você pode considerar injusto e vice-versa. E até aí tudo bem. É assim que funciona. O problema é ignorar como funciona e partir em busca de justiça. Sendo que justo e injusto é particular, buscar justiça se torna uma tentativa de estabelecer algo particular como absoluto, ou seja, se torna uma tirania.

É isso o que acontece no filme O Insulto e em todos os tribunais de justiça. Tonny Hanna, o personagem libanês, quer justiça. Mas qual justiça? Baseada em qual critério de justo e injusto? Certamente Tonny Hanna não está buscando justiça baseado no mesmo critério que Yasser Abdallah, o personagem palestino.

“Como fazer justiça sendo que justo e injusto é particular?”, você pode estar se perguntando. O filme O Insulto, embora trate da questão do justo e do injusto, do certo e do errado, do culpado e do inocente, faz uma pergunta muito mais fundamental do que essa. O filme pergunta: “O que você prefere, estar certo ou ser feliz?”. A princípio, Tonny Hanna e Yasser preferiram estar certos, mas não lucraram nada com isso, muito pelo contrário, a vida de ambos virou um inferno. Por fim, optaram por serem felizes. E foi isso que aconteceu, felizes foram.

Não existe fracasso

Não existe fracasso

Se você quer mudar o outro: sua esposa, seu marido, seus filhos, seu pai, sua mãe, seus amigos, seus inimigos, o vizinho, sua sociedade, etc. Meu conselho é que desista. Você está numa missão impossível. Você vai morrer tentando sem jamais conseguir. Se fosse possível mudar o outro, o outro não seria outro, seria você.

Se você quer mudar sua realidade, resolver seus problemas, realizar suas capacidades, melhorar suas habilidades e comportamentos, mas está fracassando, troque o ponto final pela vírgula e acrescente a palavra “ainda”. Eu não consegui, ainda.

Não existe fracasso, tudo é aprendizagem. Fracasso é o laboratório do êxito. Tente! Teime! Insista! Persista! Tente outra vez! De novo! O impossível não é maior que seu poder de inventar outra opção. Ou você consegue, ou você aprende.

Parábola do cu

Parábola do cu

Os órgãos começaram uma discussão sobre qual deles era o mais importante no corpo humano. Cada órgão dava suas razões para ser o mais importante.

— Eu sou o mais importante! — determinou o cérebro. — Eu sou aquele que pensa em tudo e comanda todos os outros!

O coração tratou de reivindicar o primeiro lugar em importância.

— O mais importante sou eu! — disse o coração. — Eu que bombeio o sangue para todos.

— Cala a boca, coração! — Os rins se manifestaram e falaram em uníssono. — Você não sabe o que está falando! Somos nós que filtramos o sangue que você bombeia. Se não fosse por nós, você e o cérebro estavam lascados.

— Calma lá! — disse o intestino — Se não fosse por mim, quem iria eliminar aquilo que não serve para o corpo? O mais importante sou eu!

Então, o cu se manifestou:

— Eu sou o mais importante!

A gargalhada foi geral. O cérebro foi o primeiro a sacanear…

— Tá maluco? — disse o cérebro — Você só faz merda!

Todos riram. O cu ficou invocado com a humilhação e se fechou de um jeito que não passava nem agulha. Nada de dentro para fora e nada de fora para dentro. No primeiro dia, ninguém sentiu nada com a greve do cu. No segundo dia, o cérebro já não parava de pensar no que fazer. No terceiro dia, o intestino começou a entrar em colapso por causa da superlotação. No quarto dia, o coração começou a disparar. No quinto dia, o corpo foi ficando amarelo e os órgãos, um a um, foram entrando em pane. E o cu ali, fechadinho. No sexto dia, já estavam todos implorando para o cu abrir só um pouquinho. O intestino chorava compulsivamente, o coração começou a sentir os efeitos da pressão, o cérebro entrou em paranoia, as pernas já não obedeciam, até que alguém gritou:

— Ok, cu, você também é importante! Agora alivia!

O cu se abriu. E todos entenderam a interdependência.

Todos contra todos

Todos contra todos

Nasci em um grupo chamado família. Tive vários grupos de amigos. Estudei em grupos escolares. Participei de grupos musicais (bandas), grupos de teatro, grupos de internet, times de futebol, equipes de trabalho, etc. Não bastasse isso, há 20 anos coordeno grupos de autoconhecimento. Minha experiência com grupos não é pequena, é vasta. E sendo estudioso do comportamento humano, depois de sofrer muito com a convivência humana, um dia descobri qual é a origem da má convivência em grupos.

O motivo é tão óbvio, mas tão óbvio, que não acreditei que demorei tanto tempo para percebê-lo. A causa da má convivência nos grupos é que grupos não são grupos. Junte um grupo de 10 pessoas dentro de uma sala, por exemplo. Você formou um grupo? Tem um grupo dentro da sala? Não! Tem 10 pessoas dentro de uma sala. Só isso! Um grupo de pessoas não são um grupo, são apenas um amontoado de pessoas. Esse é o problema de todo grupo, só tem nome de grupo, não tem comportamento de grupo.

Para deixar o problema dos grupos mais visível ainda, vamos aumentar o número de pessoas e a sala. Junte 7 bilhões de seres humanos dentro de um planeta. Você formou um grupo? Temos uma coletividade? Não! Temos 7 bilhões de seres famintos, individualistas, ignorantes sobre quem são, de onde vem e para onde vão, lutando a guerra do todos contra todos.

Grupo ou time?

Grupo ou time?

Quando um jogador faz um gol, acreditamos que quem fez o gol foi só aquele jogador. Foi fulano que chutou a bola, então, foi fulano que fez o gol. Mas como a bola chegou até fulano? Foi fulano que jogou o jogo inteiro sozinho até aquele momento de fazer o gol? Claro que não! Fulano fez a parte dele no jogo. E fez muito bem feito, marcou o gol. Mas nenhum jogador faz tudo sozinho em um time. Tudo em um time é um trabalho de equipe. Para bola chegar no pé do fulano e ele fazer o gol, é preciso todo um trabalho de equipe. Todos os jogadores do time precisam trabalhar conjuntamente e com o mesmo objetivo.

O mesmo acontece com todo e qualquer trabalho coletivo. Participar de um trabalho coletivo é como ser jogador de um time. Seu comportamento não depende só de você, depende simultaneamente de você e de todos os integrantes do trabalho. Pense no seu corpo e nos órgãos. Seu coração, por exemplo, pode bombear o sangue sozinho? Sim e não. Sim, porque essa é a função do coração. E não, porque não é o coração que conduz o sangue até o coração, são as veias. E não são as veias que produzem o sangue, é a medula óssea. E assim por diante. Nenhum órgão no corpo consegue fazer o trabalho do coração. Isso é individualidade. Cada órgão tem uma natureza, uma função, uma singularidade. Mas o coração não consegue fazer seu próprio trabalho individual sem que todos os órgãos façam também e simultaneamente o trabalho individual deles. Isso é individualidade com cooperação, trabalho coletivo.

Em um trabalho coletivo, a individualidade é fundamental para o benefício de todos, quanto melhor cada participante executa sua participação, melhor para todos, mas o individualismo é prejudicial para todos. Imagine que o coração decidisse bombear sangue de segunda a sexta e dormir no sábado e no domingo. O que aconteceria no primeiro final de semana após essa decisão? O corpo inteiro morreria. E o coração? Morreria junto.

Individualismo é a crença de que você é independente. Isso é um equívoco. Você é um indivíduo e tem autonomia, mas sendo que você faz parte, então, não é independente é participante de um coletivo, integrante de um todo interdependente. Em uma coletividade, a qualidade da sua manifestação depende da qualidade da manifestação coletiva e a qualidade da manifestação coletiva depende da qualidade da sua manifestação. Todos ganham com a individualidade de todos, mas todos perdem com o individualismo de cada um.

O filme Um Domingo Qualquer mostra isso usando o cenário do Futebol Americano. Willie Beamen (Be-a-men = seja um homem) é um excelente jogador, mas é um indivíduo individualista e por isso prejudica o time inteiro. E ao prejudicar o time inteiro, prejudica a si mesmo. Mas Willie aprende com o prejuízo coletivo, muda de opção e passa a usar sua excelência em benefício coletivo. E ao beneficiar o time inteiro, beneficia a si mesmo.

Essa é a diferença entre um time e um grupo. Um grupo é um amontoado de indivíduos se perguntando: “O que todos pode fazer para me beneficiar?”. Um time é um trabalho coletivo em que cada indivíduo se pergunta: “O que eu posso fazer para beneficiar todos?”.

Um grupo convive na base do “cada um por si”, que resulta na “guerra do todos contra todos”. Um time convive na base do “um por todos e todos por um”, onde cada indivíduo faz sua parte, milímetro a milímetro, momento a momento, no máximo da sua excelência, resultando no benefício de todos, inclusive de si próprio. Um grupo é um amontoado de eus. Um time é nóis.

Para terminar, deixo você, leitor, com as palavras e a pergunta do treinador Tony D’amato: “Eu não posso obrigar você. Você tem que olhar para quem está do seu lado, olhar dentro dos olhos do seu companheiro e ver um homem que vai disputar esse milímetro com você. Ver um homem que vai se sacrificar pelo time, porque ele sabe que quando chegar a hora, você fará o mesmo. Isso é um time. Então, ou saramos agora, como um time, ou morreremos, como indivíduos.”

PERGUNTAS

As opções dos outros atrapalham minha vida. Como fica isso?

As opções dos outros atrapalham minha vida. Como fica isso?

E suas opções atrapalham a vida dos outros. Empatou! Por que você pode atrapalhar a vida dos outros e os outros não podem atrapalhar a sua? Por que você teria esse privilégio? E quem lhe daria esse privilégio? Democracia universal significa direitos iguais. Você tem o direito de interferir na vida do outro e vice versa. A qualidade dessa interferência depende do nível de autoconhecimento. Se você quer oferecer uma boa interferência, desperte a consciência e produza autoconhecimento. Se quer receber boa interferência, ajude o outro a despertar a consciência e produzir autoconhecimento.

Cadê o jogo da liberdade se suas regras me controlam?

Cadê o jogo da liberdade se suas regras me controlam?

Quando você quebra uma regra que combinei com você, eu cumpro a regra para ir a favor de mim e não contra você. Minha intenção não é te penalizar, é me beneficiar. Daí, claro que meu sim pra mim é não para você. Mas isso é apenas consequência do sim pra mim, não é punição nem controle. Você permanece livre no começo, meio e fim da convivência. E quando você cumpre o combinado, mesma coisa. Eu não te benefício, você mesmo se beneficia por chegar ao resultado que se determinou e concordou em chegar. Eu não te recompenso, você se recompensa do combinado. E você é livre no começo meio e fim da convivência. Também é jogo da liberdade.

Cobrar o outro é imposição?

Cobrar o outro é imposição?

Depende, você está cobrando algo que foi combinado? O combinado não é caro, nem outroísmo.

Como as religiões deveriam se comportar diante da política?

Como as religiões deveriam se comportar diante da política?

Alguma vez você foi na igreja e assistiu a religião rezando uma missa? Claro que não! Quem reza a missa é o padre. Quem se comporta assim ou assado são os religiosos e não a religião. Estando isso esclarecido, sugiro que você escreva uma carta para os religiosos expressando o que eles estão fazendo de errado e como eles deveriam se comportar. Não estou brincando, nem sendo irônico, escreve mesmo, coloque no papel o que pensa e sente. Faça uma lista de todos os erros cometidos e outra lista de como eles deveriam se comportar, de como é o jeito certo. Coloque no título da carta: “Gabarito do certo e errado”. Coloque a carta em um envelope. Vá até o correio e envie a carta para si mesmo. Assim que chegar, leia e viva de acordo com o seu gabarito e permita que o outro vida de acordo com o gabarito dele. E não faça isso pelos outros, por benevolência, tolerância ou respeito. Não! Faça por si mesmo, pelo seu próprio bem. Viver censurando e corrigindo a vida dos outros só serve para você perder sua vida.

Como eliminar a interferência dos outros na minha vida?

Como eliminar a interferência dos outros na minha vida?

Morrendo. Só assim. E talvez, nem assim seja possível, pois há quem diga que a morte não é o fim do jogo humano. Mas enfim, viver é conviver, então, enquanto estiver vivendo, suas opções irão interferir na vida dos outros e vice versa.

Como fica a vontade de deus na democracia universal?

Como fica a vontade de deus na democracia universal?

Primeiro você pensa que justo é certo e injusto é errado. Daí, se você acredita em Deus, você conclui que está tudo certo, pois tudo está de acordo com a vontade de Deus. Se você não acredita em Deus, você conclui que está tudo errado, pois nada está de acordo com a sua vontade. Quando você desperta a consciência e entende que Deus é a coletividade dos seres, fica óbvio que tudo está JUSTAmente de acordo com o arbítrio coletivo. A vontade de Deus é o arbítrio coletivo, é a democracia em curso.

Como lidar bem com o ataque dos outros?

Como lidar bem com o ataque dos outros?

Desenvolvendo orelhas de elefante. Explico. Ninguém ataca por nada. O outro sempre tem um motivo para te atacar. Mesmo que o motivo for um delírio da cabeça dele, é um motivo. Quando o outro estiver te atacando, amplie suas orelhas até ficar do tamanho das orelhas dos elefantes e assim você conseguirá ouvir o motivo por trás dos ataques que está recebendo. Desenvolver orelhas de elefantes é uma metáfora para dizer que você deve ampliar sua empatia e sua capacidade de ouvir os outros sem resistência moral e sem vingança. Transforme suas pequenas orelhas de mosquito, que não escutam nada, em orelhas de elefante, que escutam tudo. Quanto mais executar essa prática, mais você irá lidar bem com o ataque dos outros.

Dar conselho é controle ou sugestão?

Dar conselho é controle ou sugestão?

Se sua intenção é controlar o outro, seja lá como você nomear seu comportamento, sua manifestação é você jogando o jogo do controle.

De que forma os reptilianos nos influenciam?

De que forma os reptilianos nos influenciam?

Tudo te influencia, você se determina. É muito importante entender isso. Não são apenas os reptilianos que te influenciam, tudo te influencia. Quando digo tudo, quero dizer, tudo, do verbo tudo mesmo. A umidade do ar, o preço da gasolina, a velocidade da internet, a temperatura do sol, a quantidade de sal na comida do self-service, o ph da água, a estrutura de uma molécula invisível chamada vírus, enfim, tudo, sem exceção, te influencia. Porém, só você pode optar por você. Arbítrio é incorruptível. Então, embora tudo te influencie, você se determina. É você que opta o que fazer com a influência que recebe, é você que opta como conviver com a influência, seja qual for.

Desistir do jogo do controle faz com que eu pare de sofrer com as opções desagradáveis dos outros?

Desistir do jogo do controle faz com que eu pare de sofrer com as opções desagradáveis dos outros?

Não, você continua sofrendo com isso, caso contrário, você não teria como saber que são opções desagradáveis. O que desaparece quando você desiste do jogo do controle é a perpetuação do sofrimento. Vamos supor que eu te desvalorize te chamando de “feia”. Não tem como você se sentir agradada com isso. Você quer valor. Então, você sofre com o que eu digo. Mas se além de sofrer, você decidir me controlar, você irá sofrer ainda mais e perpetuar seu sofrimento. Por exemplo, você me pergunta como é uma mulher bonita. Eu lhe digo que mulher bonita tem bunda grande, peitos grandes, lábios grandes, pernas finas etc. E lá vai você se violentar, colocando botox e fazendo lipoaspiração. Tudo isso para me controlar. E tão logo eu te vejo, reformada, lhe digo: “Credo! Piorou! Tá mais feia ainda!”. E se decidir continuar jogando o jogo do controle comigo, só vai conseguir ampliar mais e perpetuar mais seu sofrimento.

Desistir do jogo do controle não deveria cessar minha dor?

Desistir do jogo do controle não deveria cessar minha dor?

Seu sofrimento não pode ser desligado, caso contrário, seria como desligar seu GPS e você não teria mais um sistema de navegação, ou seja, você não teria mais como saber o que é bem, bom, caro e vero para você. Desistir do jogo do controle faz cessar seu mal viver.

Devo assumir toda a culpa?

Devo assumir toda a culpa?

Você é culpado pelas suas opções. Os outros são culpados pelas opções deles. Nunca convivência, todos são culpados, mas cada um com sua parcela. Assuma sua parte da culpa e deixe com os outros a parte deles.

Devo optar pelo jogo da liberdade para contribuir com a democracia universal?

Devo optar pelo jogo da liberdade para contribuir com a democracia universal?

A lei da gravidade precisa da sua colaboração para funcionar? Óbvio que não! Analogamente o mesmo se dá com a Democracia Universal. Tudo pode. E não há nada que você possa fazer para ajudar nem para impedir isso. O que você pode e deve fazer, se quer viver bem, é viver consciente da Democracia Universal e optar por um viver democrático.

Digo a verdade e o outro pode me matar por isso. E aí?

Digo a verdade e o outro pode me matar por isso. E aí?

Sim, pode. E pode decidir te matar se for mentiroso também. Ou outro está de saco cheio de ser enganado e de ouvir mentiras, você mente e ele decide te matar por isso. Também pode ser. Você não tem como saber, nem como controlar a decisão do outro. Você só controla sua decisão.

É normal a forma que vivemos?

É normal a forma que vivemos?

Não gosto de falar sobre o que não é óbvio, mas nesse caso vale o desconforto. Certa vez, fizeram a seguinte pergunta a um extraterrestre que estava se manifestando através de um médium: “Como será quando os extraterrestres chegarem?”. O extraterrestre respondeu: “Vocês se sentirão envergonhados!”. Uma pessoa no grupo perguntou: “Envergonhados com o que? Com vocês? Com a forma como vocês vivem?”. O extraterrestre respondeu: “Não, vocês ficarão envergonhados com vocês mesmos, com a forma como vocês vivem!”. Poucos entenderam a resposta do extraterrestre. Até porque era preciso já estar envergonhado para entendê-la. Ora, só mesmo com a consciência muito adormecida para não sentir vergonha da forma como vivemos. Hipocrisia, recalque, violência, vingança, luta pelo poder. E seguimos sem remorso! Como? Que nível de inconsciência é esse que acha isso normal?

É normal pensar em suicídio?

É normal pensar em suicídio?

Viver é mar que sobe e desce alternando dores e delícias. A mesma onda que te afunda na dor, assim que muda de fase, te eleva ao pico mais alto da felicidade, depois te afunda novamente e te eleva novamente. E assim por diante, num sobe e desce sem fim. Então, só um jeito de evitar a dor: não vivendo. É isso que você faz: se proíbe de viver. É uma delícia passear ao ar livre sentindo a brisa, mas você pode pegar um resfriado. É uma delícia sentir o aroma das rosas, mas você pode se furar com os espinhos. É uma delícia brincar com o mágico, a trapezista, a bailarina, o domador de leões e todos os integrantes do circo humano, mas eles podem te fazer de palhaço. Viver é perigoso. Melhor não viver para não arriscar sentir dor. E como faz para não viver? Você pensa em duas opções: Opção (A): sair da brincadeira (suicídio). Opção (B): fazer igual os três porquinhos, construir uma casa bem forte, impermeável e morar dentro dela para não ser comido pela dor do infortúnio, da rejeição, da frustração, da decepção, etc. Você se encolhe e vive entocado feito tartaruga. Ao executar a opção (B), além de não ganhar da dor, você ainda perde a alegria de viver. Por isso volta a pensar na opção (A). Mas tem também a opção C: se permitir sentir dor. O benefício da opção (C) é finalmente conseguir realizar o motivo de ter nascido: viver.

Estabelecer limites é jogo do controle?

Estabelecer limites é jogo do controle?

Não! Pelo contrário. Se você se sente abusado, desrespeitado, invadido pelos outros, você deve estabelecer limites. Os outros não tem obrigação de respeitar seus limites. Muitas e muitas vezes irão desrespeitar. Mas se você não estabelecer seus limites de forma clara e explícita, como espera que os outros respeitem uma linha que não foi traçada? Impossível. Outra coisa que precisa ficar óbvia é que regras é sempre para o futuro, nunca para o passado. Por exemplo, não adianta você estabelecer que o leite derramado volte para panela. O leite já foi derramado. Regrar o passado é regar mágoas. Não adianta querer que o acontecido desaconteça. Não tem como desfazer o feito, tem como refazer. Você pode estabelecer que ninguém deve derramar leite no seu fogão. Isso sim ajuda, pois isso é para atividades futuras.

Eu faço mentalizações, visualizo o que quero acontecendo, mas nada acontece. O que estou fazendo errado?

Eu faço mentalizações, visualizo o que quero acontecendo, mas nada acontece. O que estou fazendo errado?

Você está acreditando que querer é suficiente para realizar. Isso é um equívoco. Não adianta você querer, querer, querer beber água, por exemplo. Querer beber água não mata sua sede. Visualizar você bebendo água também não mata sua sede. Para realizar sua vontade, você precisa pensar em uma estratégia de realização e colocá-la em prática. Para matar sua sede, por exemplo, você pode pensar assim: “vou pegar um copo, abrir a torneira, encher o copo e beber a água”. Essa é a estratégia pensada. Ao colocar essa estratégia em prática, você estará realizando sua vontade (matando a sede). Se ficar só querendo, vai morrer de sede, pois querer não realiza nada, apenas indica o que você quer realizar.

Minha opção prejudica o outro e a opção do outro me prejudica, como conviver bem assim?

Minha opção prejudica o outro e a opção do outro me prejudica, como conviver bem assim?

Ficando consciente que é exatamente assim que funciona a brincadeira de convivência e não tem como ser diferente. Tudo que você faz prejudica alguém e vice versa. Tudo que você não faz também prejudica alguém e vice versa. Se não quer brincar não desce no play. Entrou na brincadeira da convivência, não tem para onde fugir. Frustrar e ser frustrado, prejudicar e ser prejudicado, desagradar e ser desagradado, contrariar e ser contrariado, é inevitável na convivência. Depois, ficando consciente que assim como você não nasceu para satisfazer as expectativas dos outros, os outros também não nasceram para satisfazer as suas. Por fim, conversando e encontrando uma opção que beneficie ambos simultaneamente.

Não é preciso de regras para resolver conflitos?

Não é preciso de regras para resolver conflitos?

O que é resolver? Resolver é quando sua vontade prevalece sobre a vontade do outro? Se sim, basta você pegar um revólver e matar o outro. Pronto! Resolvido!

O homem é produto do meio?

O homem é produto do meio?

O homem é produtor do meio. Que cultura haveria sem pessoas? Que sociedade? Que meio? A coletividade humana é a coletividade dos produtores do meio humano. Cada homem recebe influência de todos os outros produtores e influência todos. Isso se chama interdependência. A todo instante você está recebendo a influência do meio (outros) e influenciando o meio (outros). É assim que funciona o jogo da convivência. Mas isso não determina seu comportamento, nem o comportamentos dos outros, pois entre você e a influência está seu árbitro. Influenciar não é determinar.

O jogo é de relacionamento, mas posso optar por viver distante, não?

O jogo é de relacionamento, mas posso optar por viver distante, não?

Para você se afastar do outro o outro precisa existir, não é? Como você poderia se afastar de alguém que não existe? Impossível. Ou seja, se afastar também é você se relacionando com o outro. É uma qualidade diferente de próximo, mas também é relacionamento. Dito isso, você decide a qualidade do seu relacionamento. Isso é opcional. Não se relacionar é impossível. O jogo é de relacionamento.

O outro me rejeita. Não quero ficar sozinho. O que faço?

O outro me rejeita. Não quero ficar sozinho. O que faço?

Você tem livre arbítrio, você pode fazer o que bem entender. Você pode comprar um time de futebol de botão e passar o resto da vida jogando botão. Você pode prestar vestibular para biologia, se formar e fazer tese de mestrado no Alasca. Enfim, você pode fazer o que bem entender. Agora, se sua pergunta for “O que posso fazer para conviver bem com a rejeição do outro?”. Você pode e deve abandonar o jogo do controle e jogar o jogo da liberdade.

O outro se comunica com agressividade. O que faço?

O outro se comunica com agressividade. O que faço?

Você tem livre arbítrio, você pode fazer o que bem entender. Você pode ligar para a polícia e mandar prender o outro. Você mesmo pode prender o outro. Você pode jogar ovo podre no outro. Você pode jogar tomate no outro. Enfim, você pode fazer o que bem entender. Agora, se sua pergunta for “O que posso fazer para conviver bem com a agressividade outro?”. Você pode e deve abandonar o jogo do controle e jogar o jogo da liberdade.

O problema está em mim, já que sou eu que sinto raiva em ser controlada?

O problema está em mim, já que sou eu que sinto raiva em ser controlada?

Sentir raiva não é problema, é solução. A raiva te diz o que você quer e o que você não quer. Saber da sua vontade é fundamental para você optar em acordo com sua unicidade e viver bem. A raiva que você sente quando está sendo controlada está lhe dizendo que você não quer ser controlada. Até aí nenhum problema. O problema começa quando você opta por obrigar o outro não te controlar. Esse problema se chama: jogo do controle.

O que significa a frase "o meio mexe o meu, o meu mexe o meio"?

O que significa a frase “o meio mexe o meu, o meu mexe o meio”?

Você vive em um meio ambiente. Meio = meio ambiente = cultura. A cultura te influencia, ou seja, mexe em você, mexe no seu. Tem uma frase famosa que diz “o homem é produto do meio”. O meio mexe o meu = o homem é produto do meio (produto das influencias recebidas). Só que influencia é uma via de mão dupla, assim como o meio te influencia, você influencia o meio, você mexe o meio. Então, o que esse frase diz é que o homem é produto do meio, mas o meio é produto do homem, logo, o homem pode mudar o meio.

Olha só fulano! Pode isso?

Olha só fulano! Pode isso?

Em qual supermercado você compra tempo para ficar cuidando da vida duzotro? E daí que o outro isso, aquilo, murilo, grilo, esquilo e crocodilo? O que você tem a ver com isso? Está procurando chifre em cabeça de cavalo para quê? Quem procura acha! E quando o outro te dá um coice bem dado, para você deixar de ser enxerido, você começa com a ladainha: “eu faleeeeei que fulano era um cavalo!”. Está com tempo sobrando? Vai cortar grama com alicate de unha. Vai enxugar iceberg. Vai pentear o King Kong. Vai empilhar dominó no terremoto. Vai contar pingo de chuva. Vai fazer qualquer coisa ao invés de ficar plantando vento para colher tempestade. Às vezes, para boa convivência, nem precisa de muito autoconhecimento, um pouco de vergonha na cara já resolve. Não tem vergonha na cara! Vende no mesmo supermercado que você compra tempo para ficar cuidando da vida duzotro.

Por que me tranquei na convivência outroísta se quero viver bem?

Por que me tranquei na convivência outroísta se quero viver bem?

Imagina que você é um ser que quer aprender a jogar o jogo da liberdade. Tem dois planetas que você pode ir: ( ) planeta outroísmo, ( ) planeta autoísmo. Para qual planeta você vai? Se você respondeu planeta autoísta, a resposta está errada. É do veneno que se faz o antídoto. No planeta autoísta ninguém joga o jogo do controle, logo, você não tem material de estudo para ficar consciente sobre o que é o jogo do controle e como funciona. Se você não é consciente sobre o funcionamento do jogo do controle, você não tem como optar pelo jogo da liberdade. Então, você se trancou no planeta do outroísmo, onde todos jogam o jogo do controle do nascimento até a morte, 25 horas por dia, porque, ou você aprende a jogar o jogo da liberdade, ou você aprende. Você se trancou no planeta outroísmo porque sabia que iria tentar fugir da escola, e como você quer aprender, retirou de si mesmo a possibilidade de fuga. Você aprende a não colocar a mão no fogo colocando a mão no fogo. Você aprende a não fazer merda, fazendo merda. Você aprende a jogar o jogo da liberdade jogando o jogo do controle.

Por que mesmo fazendo tudo certo dá tudo errado?

Por que mesmo fazendo tudo certo dá tudo errado?

Tem uma história famosa no futebol sobre isso. O técnico da seleção brasileira, num jogo de copa do mundo contra a Rússia, explicou para o jogador Garrincha tudo que ele deveria fazer para seleção brasileira marcar um gol na seleção da Rússia. “Você pega a bola na lateral, dribla os jogadores russos que vierem para marcação, chega até a linha de fundo e cruza a bola para dentro da área para cabecear que é gol”. Garrincha ouviu todas as instruções e perguntou ao técnico: “E você explicou isso para os russos também?”. Você precisa fazer sua parte, senão, nada acontece. Você precisa colocar em prática uma estratégia de realização do seu desejo. Só que os russos também querem ganhar o jogo, ou seja, os outros também estão fazendo opções a favor do seus interesses. Por isso, mesmo você fazendo tudo certo, pode dar errado. É a democracia universal. Se Jean-Paul Sartre tivesse entendido isso, o invés de dizer “o inferno são os outros”, teria dito “o inferno é a democracia universal”.

Por que tem tantas brigas nas redes sociais?

Por que tem tantas brigas nas redes sociais?

Um náufrago estava caminhando por uma ilha deserta quando viu uma pessoa se afogando no mar. O náufrago se jogou na água, salvou a pessoa e a levou para ilha. Chegando na ilha, descobriu que a pessoa era a Sharon Stone. Muito agradecida, Sharon Stone disse ao náufrago para pedir o que quisesse em retribuição ao salvamento. O náufrago não hesitou e disse: “Quero fazer sexo com você!”. Durante dois mês eles transaram todos os dias e o náufrago ficou muito feliz. No terceiro mês o náufrago começou a ficar deprimido. Sharon Stone percebeu e perguntou se podia fazer algo mais para deixá-lo feliz. Sem hesitar, o náufrago pegou um velho baú de roupas e vestiu a Sharon Stone de paletó e gravata. Depois disse: “Faz de conta que essa parte da praia é a empresa em que eu trabalhava e você é meu colega de trabalho. Eu vou ficar parado aqui como se estivesse no elevador lotado. Você chega e me cumprimenta”. Sharon Stone achou estranho, mas concordou. Ela entrou no elevador fictício vestida de homem e disse: “Olá, tudo bem com você?”. E o náufrago respondeu entusiasmado: “Raaaaapaaaaz, você não vai acreditar! Tô comendo a Sharon Stone!”.

Entendeu o fundamento da treta? Por isso você jamais recebeu e jamais receberá uma mensagem no privativo dizendo que tem pinto pequeno ou que é gorda balofa. Glorificação e difamação só funcionam quando tem platéia. Quem joga flores ou tomate é o público. Difamação privada vai direto para privada. Não tem poder nenhum. Difamação só funciona quando é feita na rede globo em horário nobre. Difamação privada não é difamação, é conversa. Você envia uma mensagem descrevendo o desafeto com a intenção de conversar e resolvê-lo, não de piorá-lo.

Por que você diz que quero problema?

Por que você diz que quero problema?

Parece estranho querer problema, mas é isso que você quer. Você é inteligência. Inteligência gosta de resolver problemas. É entrando na problemática que a inteligência brinca de solucionática. Você está humano porque viver bem, sendo humano, é um problemão, requer muita inteligência. Um dos desafios da problemática humana é entender que viver bem não é vida boa. Vida boa é a crença de que viver bem é viver sem problemas. Acreditar em vida boa é igual acreditar em andar de bicicleta sem precisar se equilibrar. Como executar uma solução sem problema? Impossível! Vida boa é um equívoco. Você só acredita em vida boa porque acreditar em vida boa faz parte da problemática humana. Viver bem não é sem mal. Viver bem é lidar bem com o mal, com o ruim, com o desagradável, como o adverso, com o desconforto, com a decepção, com a injustiça, com a mentira. Enfim, viver bem é fruto de maestria em solucionática. Cada ser humano é um ser adquirindo maestria em solucionática humana, por isso, cada um com seus problemas.

Qual é a diferença entre vivência e convivência?

Qual é a diferença entre vivência e convivência?

Ser humano é como ter um carro. Estudar a vivência é estudar o carburador, o freio, o pedal, etc, ou seja, estudar a vivência é quando você estuda o seu funcionamento. Convivência é o trânsito. Estudar a convivência é estudar o relacionamento entre os carros, ou seja, é quando você estuda seus relacionamentos com os outros seres humanos.

Quando julgo uma pessoa estou jogando o jogo do controle?

Quando julgo uma pessoa estou jogando o jogo do controle?

Não, julgar é você raciocinando, avaliando, analisando algo. Sem julgamento você é incapaz de entender as coisas. Outroísmo é quando, após o julgamento, você condena a pessoa a ser igual você, pensar igual você, gostar igual você, valorizar igual você. Jogo do controle é quando você executa punição ou suborno para realizar esse objetivo de fazer o outro igual você.

Quando o outro está mentindo. O que faço?

Quando o outro está mentindo. O que faço?

Você tem livre arbítrio, você pode fazer o que bem entender. Você pode cortar as unhas dos pés com um abridor de latas. Você pode construir um abrigo anti atômico usando uma colher. Você pode se candidatar a presidente do vasco. Enfim, você pode fazer o que bem entender. Agora, se sua pergunta for “O que posso fazer para conviver bem com o outro?”. Você pode e deve abandonar o jogo do controle e jogar o jogo da liberdade.

Quando o outro não quer conversa. O que faço?

Quando o outro não quer conversa. O que faço?

Você tem livre arbítrio, você pode fazer o que bem entender. Você pode fazer pipoca com k-suco. Você pode viajar a pé até o Afeganistão. Você pode tentar enxugar gelo. Você pode aprender a tocar violão, piano, flauta doce, etc. Enfim, você pode fazer o que bem entender. Agora, se sua pergunta for “O que posso fazer para conviver bem com o outro?”. Você pode e deve abandonar o jogo do controle e jogar o jogo da liberdade.

Se cada um é um deus, até que ponto um pode interferir na realidade do outro?

Se cada um é um deus, até que ponto um pode interferir na realidade do outro?

O outro pode interferir totalmente na sua realidade. E vice-versa. O universo é liberdade absoluta. Todos os seres são absolutamente livres. Seres que estão sendo humanos, seres que estão sendo animais, seres que estão sendo insetos, seres que estão sendo samambaia, seres que estão sendo pedra. Enfim, todos. Essa liberdade absoluta é tanto fonte das dores como das delícias da convivência entre os seres. Dito isso, acrescento que um é absolutamente impotente em determinar a realidade do outro. Interferir não é determinar. Vamos estudar isso em outros livros.

Se você é mestre em viver bem, por que não experimenta só o que quer?

Se você é mestre em viver bem, por que não experimenta só o que quer?

Por que estou participando de uma experiência coletiva e o resultado da minha opção não depende só da minha opção, depende do arbítrio coletivo. Eu opto só pelo que gostaria de experimentar, igual você, e isso só depende de mim, o resultado não. Dito isso, você está confundindo bem viver com vida boa. Essa ideia de experimentar só coisas boas, só coisas agradáveis, é o equivoco da vida boa. Viver bem não é vida boa, viver bem é lidar bem com a vida, seja vida boa, seja vida ruim.

Tudo pode, então, está sempre tudo certo?

Tudo pode, então, está sempre tudo certo?

Não está nem certo, nem errado, apenas está, exatamente como está. Não existe certo e errado no universo, só existe certo e errado dentro da sua cabeça.

Um psicopata quer matar alguém e mata, está vivendo autoísta?

Um psicopata quer matar alguém e mata, está vivendo autoísta?

Você quer matar uma barata e mata, você está vivendo autoísta?

Uma pessoa que tem uma característica que me desagrada e não posso mudar. O que faço?

Uma pessoa que tem uma característica que me desagrada e não posso mudar. O que faço?

Você tem arbítrio, então, você pode fazer o que bem entender. Você pode pintar a pessoa de azul. Você pode embrulhar a pessoa com plástico bolha. Você pode jogar a pessoa dentro de um moedor de carne e transformá-la em salsicha. Você pode pendurar bolas de árvore de natal na pessoa. Tudo pode. Então, você pode fazer o que bem entender com o outro. E vice versa. Agora, se sua pergunta for “O que posso fazer para conviver bem com essa pessoa?”. Você pode e deve abandonar o jogo do controle e jogar o jogo da liberdade.

Uma pessoa sempre me fala que em um relacionamento as pessoas são culpadas 50%. Eu digo que cada um é culpado 100%. O que você acha?

Uma pessoa sempre me fala que em um relacionamento as pessoas são culpadas 50%. Eu digo que cada um é culpado 100%. O que você acha?

Talvez você e a outra pessoa estejam falando a mesma coisa de jeitos diferentes. Você é 100% culpado pelo que você opta. O outro é 100% culpado que ele opta. Então, quando você e o outro se relacionam, sendo que você é 50% do relacionamento e o outro é 50%, está correto dizer que cada um é 50% culpado pela produção do relacionamento.

Vida boa leva ao mal viver?

Vida boa leva ao mal viver?

Não! E o motivo é simples! Assim como não existem unicórnios, assim como não existe Papai Noel, também não existe vida boa. Vida boa só existe dentro da cabeça de quem acredita nesse equívoco, igual Papai Noel só existe dentro da cabeça ingênua das crianças.

Viver democrático é aceitação?

Viver democrático é aceitação?

Não! Viver democrático é consequência do despertar consciencial para a democracia universal.

AULAS

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© 2023 • 1FICINA • Marcelo Ferrari