O ser humano tem um diferencial que nenhum outro ser no planeta tem. O ser humano é um ser que acredita. Galinhas, por exemplo, não acreditam que são galinhas, apenas são. Pense no seguinte: quem deu o nome de galinha as galinhas, foram as galinhas? Claro que não! Foram os seres que acreditam.
Seres humanos são seres que acreditam, só que isso é tão natural para nós que nem percebemos que somos seres que acreditam. Você, por exemplo, sendo brasileiro, vive como se tivesse nascido falando português, como se fosse genético. Você não percebe que seu idioma é um sistema de crenças que você construiu através da sua capacidade humana de acreditar.
Quando você era criança, você olhou para uma galinha e viu um animal coberto de penas, você não viu uma galinha. Daí, seus educadores, brasileiros, lhe disseram que aquele animal se chamava “galinha”. Se seus educadores fossem americanos, teriam lhe dito que se chamava “chicken”. Mas enfim, você acreditou. Isso foi se repetindo com todas as outras coisas e comportamentos. Por fim, você automatizou tudo que aprendeu e é por isso que você tem a falsa sensação que nasceu falando português.
Acreditar é uma capacidade que dá ao ser humano a possibilidade de viver conforme acredita. Observe sua vida, não é isso que acontece? Por que você acorda e executa todas as atividades da sua rotina? Tem alguém ao seu lado, instante após instante, lhe dizendo o que deve fazer? Não tem! Você vive conforme você acredita. O outro vive diferente de você porque acredita em coisas diferentes de você.
No final das contas, cada um vive em acordo com o que acredita que é melhor para si. Muitos mendigos, por exemplo, acreditam que morar entre quatro paredes é uma prisão, por isso, preferem viver nas ruas. É natural e saudável viver em acordo com o que se acredita ser melhor para si. O problema é que: acreditar não é saber. Você pode acreditar que fogo molha, mas, na prática, se colocar a mão no fogo, saberá que fogo queima.
Tudo tem prós e contras. A capacidade humana de acreditar dá ao ser humano a possibilidade de viver conforme acredita, porém, tem um contra: os seres humanos podem ser educados (e se educarem) a acreditarem em sistemas de crenças que não lhe faz bem. Mal viver é isso: viver conforme um sistema de crenças que vai contra sua unicidade.
Um sistema de crenças que vai contra sua unicidade, é como se fosse uma doença, só que é uma doença impossível de ser curada por meio de remédios ou hospital. Por quê? Por dois motivos: “1) Não é uma doença física, é mental. 2) Porque você defende a doença”. O que faz você se perguntar: “Como eu defendo minha doença?”. A resposta é: acreditando.
Entende porque ninguém pode lhe ajudar a viver bem? Acreditar é um ato particular e incorruptível. Só você é capaz de acreditar por você. Ninguém pode fazer você mudar de ideia. Então, no processo de cura mental, que resulta na mudança do mal viver para o bem viver, você está sozinho. Só você pode se curar, pois é você que perpetua sua doença acreditando nela.