Se você está lendo esse texto, suponho que sofra de pânico. Se quer sair, a primeira coisa que você precisa entender é que pânico é o resultado emocional da sua mentalidade controladora. É fundamental que você entenda isso antes de tudo.
Pânico é febre emocional, é medo intenso. Não tem como curar febre sem curar primeiro a causa da febre, a doença. Não tem como você se curar do seu pânico sem sair primeiro da mentalidade controladora que produz seu pânico.
Mentalidade controladora é aquela programação mental subconsciente que faz com que você esteja sempre tentando controlar as circunstâncias, mesmo que apenas mentalmente. Seu pânico é inversamente proporcional a esse esforço.
Quanto mais você tenta controlar as circunstâncias, mais você fracassa, quanto mais fracassa, mais insegurança sente, quanto mais sente, mais tenta controlar as circunstâncias… E assim por diante, fazendo o sentimento de insegurança crescer e se transformar no monstro do pânico.
Muitas pessoas atualmente estão vivendo em pânico por conta de ter uma mentalidade controladora e não conseguir controlar a pandemia e tudo que envolve o evento da pandemia.
Nascer é se matricular na escola humana. Umas das aprendizagens para viver bem é aprender a lidar bem com as circunstâncias. Tentar controlar as circunstâncias é como você aprende que essa opção é impossível e só serve para viver mal.
Tem pessoas que vivenciam essa aprendizagem intensamente. Os negros, na época de escravidão, por exemplo, foram arrancados de suas casas pelas circunstâncias e levados dentro de porões de navios para outros continentes. Os judeus também, no holocausto. São lições intensas sobre a impossibilidade de controle das circunstâncias.
Buscar segurança é natural e inevitável, todo ser busca segurança, faz parte do instinto de sobrevivência. Contudo, buscar segurança tentando controlar as circunstâncias, não resolve o pânico, pelo contrário, cria e perpetua o pânico.
A solução é mudar do outro-controle (controle das circunstâncias) para o autocontrole (controle de si dentro das circunstâncias). Ao invés de tentar melhorar as circunstâncias, fazer o seu melhor dentro das circunstâncias.
Eu sei! Só de pensar em desistir do outro-controle você entra em pânico, pois acredita que se tornará uma vítima das circunstâncias. Não é isso!
Desistir do outro-controle não significa que você vai deixar de influir nas circunstâncias, você vai continuar influindo, como sempre, porém, vai permitir que as circunstâncias influam livremente em você, sem precisar ficar gastando toda sua energia e inteligência na tentativa de realizar o impossível: controlar o incontrolável.
Outro dia, a internet caiu antes de começar uma aula online. Adiantava eu me descabelar, entrar em pânico, tentar controlar o que não controlo? Não. Ciente disso, controlei meu próprio comportamento dentro da incontrolável circunstância, avisei os alunos pelo 3G que estava sem internet e que se não voltasse em breve, faríamos a aula em outro dia. As circunstâncias fizeram a internet voltar. Oba! Dei a aula. As circunstâncias fizeram a internet cair novamente. Fim da aula.
A solução para sair do pânico é abrir mão do outro-controle (controle das circunstâncias) e investir no autocontrole (controle de si dentro das circunstâncias).
Por que isso resolve? Porque no outro-controle, sua segurança depende de você conseguir controlar o arbítrio do outro, e isso é impossível, no autocontrole, sua segurança depende de você controlar seu arbítrio, e isso é garantido.