Não existe “o” óbvio. Óbvio não é um objeto. Óbvio não é um lugar. Óbvio é um estado consciencial relativo ao sujeito (observador). Você, sujeito, observador, pode alternar entre dois estados de consciência: consciente e inconsciente. Você pode estar consciente de algo, ou você pode estar inconsciente de algo. Quando você está consciente de algo, esse algo é óbvio para você. Quando você está inconsciente de algo, esse algo não é óbvio para você. Ou seja, você não chega no óbvio, você chega na obviedade. Por exemplo, você está consciente sobre a cor da minha camisa? Se sim, então, a cor da minha camisa é óbvia para você, se não, então, não é óbvia.
Dito isso, na prática da autociência, esse algo do qual você deve estar consciente, é você mesmo, em três aspectos: existencial, psicológico e pessoal. Quando você está consciente da sua existência, do seu funcionamento humano e personalidade, você é óbvio para si mesmo. Quando não está, não é óbvio.
E finalmente, chegamos a sua pergunta: como chegar ao óbvio. Se for um óbvio científico, tal como a cor da minha camisa, o caminho é a prática da observação. Se for um óbvio autocientífico, tal como seu funcionamento psicológico, o caminho é a prática da auto-observação.