Meu terceiro ato como patrão de mim mesmo, foi deletar da internet todo o conteúdo que havia produzido até aquele momento e começar do zero. Deletei todos os blogs, os vídeos no youtube, os posts no facebook, etc. Comecei tão do zero, que o primeiro livro que escrevi para 1ficina se chamava Zeroverso.
Esse livro continha tudo que explico até hoje. Usei o conceito de “zero” para me referir a natureza existencial do ser humano e o conceito de “um” para me referir a realidade. Depois explicava a convivência, ou seja, a relação entre um e outro-um, quase como se fosse uma aula de matemática.
Por exemplo, a explicação do outroísmo impositivo era assim: “1>1” (um maior do que um). E a explicação do outroísmo submisso era assim: “1<1” (um menor do que um). Consequentemente, a explicação do autoísmo era assim: “1=1” (um igual a um). E depois progredia para “1≠1” (um diferente de um) para explicar a questão da universalidade.
Esse livro não existe mais, também foi deletado. Conforme fui recebendo feedback dos leitores, percebi que ninguém estava entendendo aquela linguagem matemática e binária, então, mudei de linguagem. Comecei a usar uma linguagem mais humana. O primeiro livro que escrevi usando uma linguagem mais humana foi o livro “EUreka!”.
Eu me remexo muito. Estou sempre inventando coisas novas, deletando coisas velhas e reciclando. O livro EUreka também não existe mais. “Pô, Ferrari, qual livro você escreveu no começo da 1ficina e ainda existe?”. O livro Fábrica da Realidade. Escrevi logo depois do livro EUreka e ainda existe.