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Razão não é apenas raciocínio. Em cada um de nós moram quatro razões diferentes que convivem e funcionam de forma interdependente, ou seja, casada. Temos quatro cérebros, quatro inteligências, quatro razões, quatro humanidades, quatro lógicas, quatro formas de pensar:

BICHO – Razão Física
Cérebro Reptiliano – Sistema Fisiológico

CRIANÇA – Razão Sensorial
Cérebro Límbico – Sistema Sensorial

PAI – Razão Intelectual
Córtex Esquerdo – Sistema Conceitual

MÃE – Razão Afetiva
Córtex Direito – Sistema Analítico

A seguir, cada uma das razões humanas, irão se apresentar para você.

Olá, Ser Humano! Eu sou você bicho. Eu sou você enquanto sistema fisiológico. Eu sei que por você ser conceitual e analítico, você não se considera bicho, mas o fato é que a experiência humana é quaternária, então, você é bicho sim, diferente dos bichos não-humanos, mas é bicho. Você tem um corpo como todo bicho e deve cuidar bem desse corpo como todo bicho. Bicho come, bebe, caga, mija e peida. Aqui e agora. Para mim não existe tempo. Não sei o que é segunda-feira, terça, quarta, nem domingo. Sou bicho, para mim, tudo é urgente, tudo é para já. Quando estou cansado, dizer que faltam dois dias para o domingo, não me faz descansar. Quando estou com fome, dizer que faltam duas horas para o almoço não me alimenta. Eu não vivo de abstrações. Quando quero peidar, não é me dizendo que peidar no elevador é deselegante, que faz com que me alivie do desconforto, quando sinto calor, não é me dizendo que é proibido andar pelado em ambientes sociais, que faz com que me refresque. Ser humano inclui ser bicho. Tentar me excluir da casa ou me ignorar, em nada ajuda no viver bem, só atrapalha. Primeiro porque é impossível. Depois, porque sou a inteligência fisiológica da casa, sou eu que cuido do bem-estar dela. Assim como todos os moradores desta casa, meu desejo é felicidade. Só que felicidade para mim = benefício. Então, eu funciono sempre objetivando o Bem e evitando o Mal.

Bem = tudo que ACREDITO que é benéfico para casa.
Mal = tudo que ACREDITO que é prejudicial para casa.

Ficou claro quem sou eu nesta casa? Eu sou as paredes, o encanamento, a mobília, enfim, tudo que dá suporte físico e possibilita o resto que acontece dentro da casa. E sendo que o bem viver da casa depende do bem viver dos seus quatro moradores, isso me inclui.

Olá, Ser Humano! Eu sou você criança. Eu sou você enquanto sistema sensorial. Sim, eu sou seu prazer de viver. Sou eu que carpe diem. Afinal, assim como o bicho, também não tenho a menor ideia do que é passado e futuro. Os adultos vivem me falando sobre passado e futuro. Tenho dó deles. Quanto esforço mal usado. Eles não entendem por que toda vez que me mostram imagens do futuro ou do passado, vejo como se fosse fato. Claro! Para mim é sempre sempre, eternamente eterno. Passado e futuro são abstrações. Coisa de adulto. Eu sou criança.

A experiência humana, para mim, é um playground. O que sei, quero e entendo é de brincar, me divertir e ter prazer. Sou criança, toda e qualquer abstração é incompreensível. A linguagem que eu falo é a linguagem do gostoso e do ruim, do agradável e do desagradável, do prazeroso e do repulsivo. Se é bom, eu quero. Se é ruim, não quero. Tudo muito simples, direto e sem abstrações.

Minha língua não sabe se o sorvete foi feito hoje, ou ontem, se foi feito na suíça ou na china. A única coisa que minha língua sabe é que o sorvete é gostoso e tem sabor de chocolate. Só isso! Minha língua só sabe de paladar. Paladar é um dos meus brinquedos na experiência humana, assim como olfato, tato, audição e visão. É por isso que quando os adultos me dizem, “Agora não, depois!” ou “Isto não pode porque é errado!”, eu choro, berro, esperneio e faço birra. Eu não sei o que é depois. Eu não entendo abstrações conceituais e éticas. Quando choro, é isto que estou dizendo aos adultos: “Não entendo abstrações”. Mas nossas conversas são conversas de surdo-mudo. Os adultos não entendem meu choro e eu não entendo suas abstrações. Inapropriado, para mim, é tudo que é ruim. Errado é desprazer.

Outra coisa que quero deixar claro. Útil é coisa de bicho! Para mim, tudo é inútil e sem objetivo. Esta coisa de que tal coisa é saudável, de que é benéfica, de que é para o meu bem, e principalmente, de que vai resultar em uma outra coisa, nada disso faz sentido para mim. Para mim, tudo tem uma única utilidade: prazer. Meu objetivo na experiência humana é curtir. Felicidade para mim = gostoso. Eu funciono sempre objetivando o Bom e evitando o Ruim.

Bom = tudo que ACREDITO que é prazeroso para a casa.
Mau = tudo que ACREDITO que é desagradável para a casa.

Ficou claro quem sou eu nesta casa? Eu sou o jogo, a festa, a brincadeira, a conversa, a música, o banquete, o vinho, a dança, o teatro, a poesia, o humor, tudo que dá motivação e prazer de viver. E sendo que o bem viver da casa depende do bem viver dos seus quatro moradores, isso me inclui.

Olá, Ser Humano! Eu sou você pai. Eu sou você enquanto Sistema Conceitual. Sou eu que defino tudo o que é, todos os objetos, concretos e abstratos. Em outras palavras, sou eu que delimito cada objeto diferenciando um do outro, sou eu que dou unidade aos objetos. Sou eu que defino o que é cadeira e o que não é cadeira, por exemplo. Sou eu que digo qual é a diferença entre cadeira e panela. Tratando-se de objetos abstratos, sou eu que defino o que é sábado e não é sábado, por exemplo. Sou eu que digo qual é a diferença entre futebol e natação.

Eu sou o definidor das diferenças, o discriminador, o rotulador da experiência humana. Toda vez que o bicho, ou a criança, ou a mãe, precisam saber o que é isto ou aquilo, toda vez que precisam saber do que se trata, só ficam sabendo com meu discernimento. Sou eu que explico o que é e não é cada coisa. Sem minha diferenciação sobre cada coisa da experiência humana, todas as coisas seriam a mesma coisa: a experiência humana.

Sendo que defino tudo, sou eu que defino EU também. Sou eu que me digo o que sou. Quando eu me pergunto “Quem sou eu?”, posso me definir de várias maneiras. Por exemplo: “Sou João, brasileiro, casado, dentista, RG 7070, CPF 9090, morador da Rua da Gema, 67, Belo Horizonte, MG”. Mas posso me definir com outros critérios também, por exemplo: “Sou corintiano, ou… sou uma pessoa que luta pelos seus sonhos, ou… sou o punk da periferia, ou… sou medroso, ou… sou um espírito encarnado, ou… etc”. Enfim, posso me autodefinir de muitas maneiras. Todas essas maneiras dão um livro. Na capa desse livro está escrito: EU.

Viver, para mim, é separar o joio do trigo, definir o que é joio e o que é trigo, diferenciar o que é joio e o que é trigo. Felicidade para mim = verdadeiro. Por isso, eu funciono sempre objetivando o Vero e evitando o Falso.

Vero = tudo que ACREDITO que é.
Falso = tudo que ACREDITO que não é.

Ficou claro quem sou eu nesta casa? Eu sou o dicionário humano, o que dá definição, o que dá diferenciação, o que dá unidade aos objetos concretos e abstratos. E sendo que o bem viver da casa depende do bem viver dos seus quatro moradores, isso me inclui.

Olá, Ser Humano! Eu sou você mãe. Eu sou você enquanto sistema analítico. Sou eu que defino os critérios de valorização de tudo, de todos os objetos concretos e abstratos. O Pai define os objetos em si, diz o que são, diferencia um do outro. Eu, Mãe, dou valor a cada objeto em escala. Pai é unidade, Mãe é régua.

Por exemplo:

O Pai define o que é cadeira, eu, Mãe, defino o critério do que é uma ótima, boa, regular, ou péssima cadeira. Eu sou régua para medir o valor da cadeira.

O Pai define o que é laranja, eu, Mãe, defino o critério do que é uma ótima, boa, regular, ou péssima laranja. Eu sou régua para medir o valor da laranja.

O Pai define o que é amor, eu, Mãe, defino o critério do que é nenhum, pouco, médio ou muito amor. Eu sou régua para medir o valor do amor.

O Pai define o que é positivo, eu, Mãe, defino o critério do que é nenhum, pouco, médio ou muito positivo. Eu sou régua para medir o valor do positivo.

O Pai define o que é limpeza, eu, Mãe, defino o critério do que é uma ótima, boa, regular, ou péssima limpeza. Eu sou régua para medir o valor da limpeza.

O Pai define o que é beleza, eu, Mãe, defino o critério do que é uma ótima, boa, regular, ou péssima beleza. Eu sou régua para medir o valor da beleza.

O Pai define o que é saúde, eu, Mãe, defino o critério do que é uma ótima, boa, regular, ou péssima saúde. Eu sou régua para medir o valor da saúde.

O Pai define o que é música, eu, Mãe, defino o critério do que é uma ótima, boa, regular, ou péssima música. Eu sou régua para medir o valor da música.

O Pai define o que é justiça, eu, Mãe, defino o critério do que é nenhuma, pouca, média ou muita justiça. Eu sou régua para medir o valor da justiça.

O Pai define o que é sucesso, eu, Mãe, defino o critério do que é nenhum, pouco, médio ou muito sucesso. Eu sou régua para medir o valor do sucesso.

O Pai define o que é útil, eu, Mãe, defino o critério do que é nenhum, pouco, médio ou muito útil. Eu sou régua para medir o valor do útil.

O Pai define o que é viver, eu, Mãe, defino o critério do que é um ótimo, bom, regular, ou péssimo viver. Eu sou régua para medir o valor do viver.

O Pai define o que é EU, eu, Mãe, defino o critério do que é um ótimo, bom, regular, ou péssimo EU. Eu sou régua para medir o valor de mim mesmo.

Viver, para mim, é separar o bom joio do mal joio e o bom trigo do mal trigo. Felicidade para mim = valoroso. Por isso eu funciono sempre objetivando o Caro e evitando o Nulo.

Caro = tudo que ACREDITO que é valoroso.
Nulo = tudo que ACREDITO que é sem valor.

Ficou claro quem sou eu nessa casa? Eu sou a régua humana que mede e diz o valor dos objetos. E sendo que o bem viver da casa depende do bem viver dos seus quatro moradores, isso me inclui.

Entendeu quem tem razão? Todos! Cada um dos quatro moradores da Casa da Razão Humana têm sua própria razão. Cada um é um aspecto da razão humana. Ignorar qualquer uma das quatro razões humanas, impor uma sobre a outra, ou submeter uma pela outra, não é uma forma lúcida e nem sábia de viver a experiência humana, consequentemente, resulta em viver mal. Considerar o que cada razão tem a dizer, dialogar, e viver em democracia familiar, é uma forma lúcida e sábia de viver a experiência humana, consequentemente, resulta em viver bem.

Faz quatro sentidos?

PERGUNTAS

Depende do que você quer dizer por “culpa”. Se por culpa você se refere a “responsabilidade”, tipo “eu quebrei o prato, a culpa é minha”. Essa culpa não pertence a nenhum lugar na casa, pois responsabilidade é arbítrio e arbítrio é existencial, não é humano. Mas se por culpa você se refere a “remorso”, tipo “Não deveria ter feito isso ou aquilo”. Essa culpa diz respeito ao valor da ação, logo, é unicidade afetiva (mãe).

Não! Cada unicidade é um GPS.

Tanto a competência intelectual como a competência afetiva se desenvolve pensando. São dois jeitos de pensar diferentes. Intelectual é o que define. Você desenvolve o intelectual pensando O QUE. O que é isso? Afetivo é valor. Você desenvolve o afetivo pensando PORQUÊ. Qual a importância disso?

Perguntando a cada uma sobre o assunto a ser conversado. Você deve usar as palavras mesmo, igual quando você conversa com outra pessoa. A consciência é você assistindo à conversa, feito um telespectador de Big Brother. Você já faz isso o tempo todo, apenas vai poder fazer com maior eficiência a partir de agora por estar mais lúcida sobre seu Quatrix.

O que acontece quando você negligencia sua fome? A fome aumenta até ficar insuportável, não é? Fome é sofrimento. O mesmo acontece com todos os moradores da Casa da Razão Humana. Você sabe que está negligenciando um morador quando experimenta um sofrimento relacionado aquele morador.

Surgem naturalmente e inevitavelmente toda vez que você experimenta um significante, seja esse significante realidade objetiva ou simulada.

Significante  > (dispara) > significado
Significado   > (dispara) > emoção

A emoção é o que você experimenta de fato. Você experimenta emoções e associa a qualidade do que está experimentando aos conceitos de bem e mal, bom e ruim, caro e nulo, vero e falso. Imagine seu sorvete favorito. Parece que ao imaginar você experimenta junto o significado “bom” (gostoso). Mas, de fato, você experimenta prazer (emoção da unicidade sensorial). Só que você já tem em si a associação prazer = bom. Por isso parece que você está experimentando o significado bom, mas de fato, está experimentando prazer. O mesmo para cada unicidade.

Sim, tudo que você pratica, você desenvolve competência. Quando você é neném, por exemplo, quase que você só exercita o bicho e a criança. Depois que cresce, começa a praticar o pai e a mãe, por isso se desenvolve o adulto dentro de você.

Você deve colocar cada morador no seu lugar. Pai para cuidar de assuntos intelectuais. Mãe para cuidar de assuntos afetivos, etc. O problema é colocar o afetivo para resolver assunto racional e vice versa. A consciência põe ordem na casa, não muda os habitantes da casa.

Empatia não é um integrante da Casa da Razão Humana. Empatia é uma prática. Empatia é a prática de se colocar no lugar do outro. Você pode se colocar no lugar do outro fisicamente, sensorialmente, afetivamente e intelectualmente. Sendo assim, você pode praticar quatro tipos de empatia.

Quem deve se esclarecer é você. Quem arbitra é você, não são as unicidades. As unicidades são quatro lógicas, quatro GPSs. Quem dirige o carro é o motorista e não GPS. O que acontece é que você coloca seu arbítrio no automático e muitas vezes a opção automática gera desarmonia, daí você deve colocar as unicidades para conversar para se esclarecer sobre o que está acontecendo e poder optar melhor.

Uma ideologia é uma verdade, então, é uma questão intelectual. A importância que se dá a uma ideologia, é valor, então, é uma questão afetiva.

Sim, sensorial total. Freud explica.

Não só doenças físicas, psicológicas também, como depressão, crise de pânico, etc.

Não, são incorruptíveis e infalíveis.

Exatamente por serem dimensões diferentes do quaternário humano. Quando você diz, “amor é um sentimento”, você está dizendo o que é o amor. Quando você diz “eu te amo”, você está dizendo que algo é valoroso para você. Definição rotula, dá nome ao sentimento. O amor que você sente por algo ou alguém é o tanto que você valoriza esse algo ou alguém.

Por que quem escreveu esse livro fui eu e achei mais apropriado usar a imagem da mãe como representação do sistema afetivo. Se eu julgasse que a melhor opção fosse a imagem de uma geladeira, por exemplo, eu teria usado a imagem de uma geladeira. Dito isso, escolhi a mãe como representação do sistema afetivo, porque a mãe e o pai representam os dois adultos de uma casa. E porque os homens (pais), em geral, são mais intelectuais e as mulheres (mães), em geral, são mais afetivas.

Por que até os moradores que você está qualificando como “irracionais” tem uma lógica. O bicho não pensa como a lógica do cortex, mas pensa com lógica reptiliana (bem e mal). A criança também não pensa com a lógica do cortex, mas pensa com lógica líbica (bom e ruim).

Para esclarecer o equívoco de considerar apenas a intelectualidade como razão. Como você pode perceber ao ler o livro, cada unicidade tem sua lógica, sua razão. A intelectualidade é apenas uma das razões humanas e não a única. Esse equívoco precisava ser esclarecido.

As lógicas de cada unicidade são abstratas. Abstração dificulta a conscientização, personificação facilita. Os mitos, ritos, arquétipos e simbolismos são exemplo disso.

Falta de autoconfiança é falta de Pai, falta de competência intelectual. Falta de autoestima é falta de Mãe, falta de competência afetiva.

Você não toma decisão através do afetivo, nem do sensorial, nem do físico, nem do intelectual. Você toma decisão através do raciocínio. Você pensa sobre o que o intelectual, o afetivo, o sensorial e o físico tem a dizer sobre uma determinada opção e daí você decide se é uma boa opção. Intelectual, afetivo, sensorial e físico são os quatro ponteiros do seu GPS. Quem dirige o carro não é o GPS, é o motorista, ou seja, é você.

Não, quanto maior a lucidez, maior a competência em lidar com as emoções.

Se fosse assim os bichos não sobreviveriam. Trata-se de outra razão: razão instintiva.

Um é o criador e outro é a criatura. Igual piano e música. O piano produz a música. O sistema emocional produz as emoções. Ânsia e paz, amor e mágoa, alegria e tristeza, raiva e graça, são as oito notas do seu piano emocional. Você é o ouvinte.

Sim, devido ao hábito. Você se habitua a sobrepor uma unicidade sobre as outras, essa sobreposição se torna uma competência subconsciente. Ou seja, primeiro o homem faz o hábito, depois o hábito faz o homem. Se for um hábito danoso, tá danado.

AULAS

FRASES

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