Esse livro foi escrito para ilustrar e esclarecer o funcionamento do outroísmo submisso. Para tanto, ele usa trechos de um filme chamado “A Girl Name Sooner”. Trata-se de um filme antigo, em inglês e sem legenda. Então, para que você, leitor leigo em inglês, possa entender melhor os trechos usados nesse livro, abaixo de cada trecho contém a descrição em português. Assista cada trecho e depois leia a descrição. Caso a primeira execução desse processo não seja suficiente para o entendimento, repita o até entender. Boa leitura e muitas EUrekas!
O filme começa apresentando Sooner, uma menina de aproximadamente 9 anos, que vive com uma mulher idosa chamada Old Mam Hawes em uma cabana isolada e em condições precárias. Sooner foi deixada aos cuidados de Old Mam por sua mãe biológica, que não tinha condições de criá-la. A vida de Sooner é difícil, pois ela é negligenciada e maltratada por Old Mam, sendo obrigada a trabalhar e cuidar das tarefas domésticas.
Mac conversa com o xerife. Ele lhe pergunta com está sua esposa Elizabeth. Mac responde que ela está bem, mas não é convincente o suficiente. Mac vai embora. O xerife comenta com sua esposa que o caso deles é triste, pois Elizabeth não pode mais ter filhos. Mac chega em casa e Elizabeth está triste e perdida em pensamentos. Mac tenta conversar com Elizabeth sobre adoção, mas ela se recusa a tocar no assunto.
Sooner e Old Mam Hawes vão de charrete até a cidade. Sooner está com seu passarinho de estimação no ombro. Old Mam Hawes entra com Sooner no escritório do xerife e diz que a prefeitura lhe deve dinheiro por ter passado 9 anos cuidando de Sooner. O xerife fica espantado porque pensava que Sooner era neta dela. Old Mam Hawes explique que Sonner foi deixada por sua mãe biológica. O xerife fica bravo com a notícia e com a exigência de restituição financeira e manda Old Mam Hawes embora. A velha diz que vai levar Sooner junto, mas o xerife a impede e diz que, uma vez que ela não é parente de Sooner, a partir daquele momento a prefeitura irá arranjar um lugar mais apropriado para Sonner morar.
Mac estava no escritório do xerife durando o episódio com Old Mam Hawes. Vendo que a menina ficou sem lar, e pensando numa possibilidade de adoção, ele conversa com o xerife e o convence a deixá-lo levar Sonner para sua casa. Quando Mac chega em sua casa, Elizabeth abre a porta. Mac apresenta Sooner para Elizabeth. Sooner entra segurando seu passarinho de estimação no braço. Elizabeth tem uma má impressão de Sooner, porque ela está suja e mal vestida. Mac explica que trouxe Sooner para morar com eles por um tempo. Elizabeth diz para Sooner deixar o passarinho com Mac e a leva para tomar banho. Passado um tempo, Sooner reaparece limpa, cabelos penteados e usando um vestido novo. Mac mostra que fez um poleiro para seu passarinho de estimação e diz que assim o passarinho poderá ficar dentro da casa. Sooner leva o passarinho para o seu quarto.
Elizabeth está preparando o jantar e ensinando Sooner a arrumar a mesa. De repente, Sonner escuta a buzina do carro de Mac chegando. Sooner sai correndo para fora de casa e encontra Mac no jardim. Mac pega Sooner no colo e a abraça com afeição. Elizabeth olha pela janela e observa os dois se abraçacando, como se fossem verdadeiros pai e filha. Elizabeth sorri feliz. Terminado o jantar, Sooner trás os pratos para Elizabeth lavar. Elizabeth agradece. Sooner diz que é a primeira vez na vida que alguém lhe agradece por fazer algo. Elizabeth fica emocionada e dá um beijo carinhoso na testa de Sonner. Sooner coloca a mão vagarosamente na testa, demonstrando que nunca havia recebido um beijo antes.
Sooner vai para escola. Primeiro, ela tem dificuldade na aula e alguns colegas riem dela. Depois, na hora do recreio, ela tenta se enturmar com as meninas que estão pulando corda, mas ela é rejeitada no grupo. Sooner conta para Elizabeth o que aconteceu e Elizabeth compra uma corda para Sooner treinar sozinha. Sooner leva sua corda para escola e começa a pular sozinha do lado das outras meninas, para mostrar que sabe pular. Mas o grupo de meninas continua rejeitando Sonner que se sente isolada e vai sentar no canto do pátio.
No final de uma aula, a professora pede para os alunos falarem sobre seus animais de estimação. Sooner fala que tem um passarinho. A professar pergunta que tipo de passarinho. Sonner diz que é um passarinho selvagem. A professora pergunta se ela mantém o passarinho em uma gaiola. Sooner diz que não, que ele fica livre em um poleiro no seu quarto. Seus colegas perguntam porque o passarinho não voa e vai embora. Sooner diz que ele simplesmente não voa. Toca o sinal. A aula acaba. E os colegas de classe vem conversar com Sonner, interessados em saber mais sobre seu passarinho de estimação. Perguntam se podem ver seu passarinho.
Sooner chega apressada em casa, sobe a escada correndo e entra direto no quarto. Elizabeth pergunta se ela não vai dizer “oi” primeiro. Sonner responde entusiasmada, enquanto desde a escada com seu passarinho na mão, que seus colegas de escola estão esperando no jardim e que vieram conhecer seu passarinho de estimação. Sooner sai de casa segurando o passarinho e seus colegas ficam admirados.
Sooner coloca o passarinho no chão. Um de seus colegas de escola pergunta se ela tem certeza que o passarinho não voa. Ela confirma que ele não voa. Um dos garotos diz que o passarinho voa se ficar com medo e bate o pé no chão, para espantar o passarinho. Mas ele não voa. Todos começam a bater o pé no chão para espantar o passarinho e fazer ele voar. Mas o passarinho não voa.
Duas amigas desconfiam que é enganação. Para demonstrar que o passarinho não voa de jeito nenhum, Sooner pega uma pedrinha e joga de leve no passarinho. Na sequência, todos começam a atirar pedras no passarinho, inclusive Sooner. Até que o passarinho morre apedrejado. Elizabeth sai correndo de casa para ver o que está acontecendo e vê o passarinho apedrejado. Sooner se dá conta do que fez e sobe triste para o quarto.
Sooner está deitada em sua cama, triste, passando a mão no poleiro vazio. Ela está sentindo falta do seu passarinho de estimação. Elizabeth entra no quarto e Sooner continua passando a mão no poleiro vazio. Elizabeth pergunta a Sooner porque ela fez o aquilo com o passarinho. Sooner responde que eles estavam tentando fazer o passarinho voar. Elizabeth diz que ela sabia que o passarinho não voava. Sonner responde que sabia, mas que estava tentando fazer amizade.
Essa história de Sooner é ilustrativa do funcionamento do outroísmo submisso. Outroísmo submisso é autonegação. O passarinho de estimação de Sooner simboliza sua unicidade. Sooner apedreja seu querido passarinho para conquistar o afeto dos seus colegas de escola. Você faz exatamente o mesmo quando opta por viver no outroísmo submisso. Você nega sua unicidade. Você finge gostar do que não gosta. Finge concordar com o que não concorda. Finge achar importante o que considera irrelevante e etc. Enfim, autonegação é tacar pedra em si mesmo.
No livro intitulado “Antes de partir: os 5 principais arrependimentos que as pessoas têm antes de morrer”, o arrependimento mais frequente é: “Gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim”. Em outras palavras, o maior equívoco que as pessoas cometem na vida é viver em autonegação. Mas elas só se conscientizam disso quando estão prestes a morrer, quando não há mais tempo de mudar de opção, quando já mataram seus passarinhos.
Se você não está prestes a morrer. Se ainda dá tempo de salvar seu passarinho. Faço votos de que não desperdice mais nenhum segundo da sua vida optando pela autonegação. Se quiser a ajuda da 1ficina para ficar ainda mais consciente sobre essa tragédia, disponha.