PERGUNTA COMPLETA: Aquele clip do filme Revólver que está no livro, mostra o protagonista no elevador e duas vozes acontecendo simultaneamente na cabeça dele. A voz do medo é a voz do eu-psicológico ou do eu-pessoal? E a voz sábia é a voz do eu-ser?
Primeiro vou falar da questão da voz no filme. O produtor do filme queria mostrar a consciência (observador) no filme. Mas a consciência não é um objeto, a consciência é o sujeito que observa os objetos. Então, como ele iria colocar a consciência na tela do cinema uma vez que tudo na tela do cinema, inclusive os sons, são objetos observados? O truque cinematográfico que ele usou foi colocar a consciência como sendo uma VOZ, ou seja, como se fosse o PENSAMENTO do personagem. Só que a consciência não é voz nem pensamento, é o observador de tudo, inclusive do pensamento. Então, no rigor autocientífico, a tal da voz não é você-ser. Mas com licença cinematográfica, sim, o produtor do filme está sim tentando colocar você-ser na tela do cinema, e usou a voz (pensamento sábio) para representar isso.
Dito isso, vou falar do medo em si. Mas só um pouquinho, porque vamos estudar o medo com profundidade na parte psicológica do ciclo de estudos. Para falar do medo em si, vou encurtar sua pergunta:
PERGUNTA: A voz do medo é a voz do eu-psicológico ou do eu-pessoal?
Sim, o medo é um objeto psicológico e pessoal (você-psicológico e você-pessoal). O medo em si é um objeto psicológico (você-psicológico) e o conteúdo do seu medo é um objeto pessoal (você-pessoal). Como todo medo tem conteúdo, ou seja, especificidade, então, todo medo que você-ser experimenta é simultaneamente um objeto psicológico e pessoal.