Quem é o outro?

10/11/2022 by in category Capitulos, Egogame with 0 and 0

Para você, eu sou o outro e todos que não são você é outro. Sendo assim, vamos fazer três experimentos mentais semelhantes aos do capítulo anterior, mas agora aplicado ao outro.

(A) Imagine que, de repente, sua memória fosse apagada completamente e eu lhe perguntasse: “Quem sou eu?”. Qual seria sua resposta?

(B) Imagine que, de repente, sua memória fosse substituída pela memória de que eu sou o Elvis Presley e eu lhe perguntasse: “Quem sou eu?”. Qual seria sua resposta?

(C) Imagine que, de repente, sua memória fosse substituída pela memória de que eu sou uma minhoca e eu lhe perguntasse: “Quem sou eu?”. Qual seria sua resposta?

Entendeu quem é o outro? O outro é o que seu sistema de crenças (superego) diz que ele é. Por isso quando sua memória muda, a identidade do outro muda. A identidade do outro também é sua crença.

Se seu sistema de crenças (superego) diz que eu sou Elvis Presley, quem sou eu para você?
Eu sou o Elvis Presley.
Se diz que eu sou minhoca, quem sou eu para você? Eu sou uma minhoca.
Se diz que eu sou médico, quem sou eu para você? Eu sou médico.
Se diz que eu sou sua mãe, quem sou eu para você? Eu sou sua mãe.
Se diz que eu sou brasileiro, quem sou eu para você? Eu sou um brasileiro.
Se diz que eu sou feio, quem sou eu para você? Eu sou um feio.
Se diz que eu sou cristão, quem sou eu para você? Eu sou um cristão.
Se diz que eu sou vítima, quem sou eu para você? Eu sou a vítima.
Se diz que eu sou o culpado, quem sou eu para você? Eu sou o culpado.

Também é seu sistema de crenças que define quem é o outro. E é a identidade que seu sistema de crenças dá ao outro que determina seu jeito de conviver com o outro.

Se seu sistema de crenças diz que o outro é o Elvis Presley, você interage com o outro com expectativas de que o outro se comporte como Elvis Presley.
Se diz que o outro é uma minhoca, você interage com o outro com expectativas de que o outro se comporte como uma minhoca.
Se diz que o outro é médico, você interage com o outro com expectativas de que o outro se comporte como médico.
Se diz que o outro é sua mãe, você interage com o outro com expectativas de que o outro se comporte como sua mãe.
Se diz que o outro é brasileiro, você interage com o outro com expectativas de que o outro se comporte como um brasileiro.
Se diz que o outro é feio, você interage com o outro com expectativas de que o outro se comporte como feio.
Se diz que o outro é cristão, você interage com o outro com expectativas de que o outro se comporte como cristão.
Se diz que o outro é vítima, você interage com o outro com expectativas de que o outro se comporte como vítima.
Se diz que o outro é culpado, você interage com o outro com expectativas de que o outro se comporte como culpado.

E assim por diante…

© 2023 • 1FICINA • Marcelo Ferrari