Freud usou três termos para explicar seu entendimento do funcionamento psicológico humano: ID, ego e superego. Esses três termos são conceitos psicológicos muito úteis para o entendimento do funcionamento do egogame. Vou explicar cada termo e depois explicar o papel de cada um dentro do egogame. Vou começar explicando o ID.
ID é vontade. ID é querer. Vontade não é racional, é irracional. Pense na fome, por exemplo. Qual é a racionalidade da fome? Nenhuma. Fome não é raciocínio, não é ideia, não é um entendimento. Fome é vontade irracional de comer. Você tem vontade e não consegue deixar de ter, assim como você tem fome e não consegue deixar de ter.
Ou seja, você não precisa fazer esforço para querer, é inevitável. Vontade brota. Não dá para você se programar para ter vontade, nem para deixar de ter. Por exemplo, não adianta você colocar assim na sua agenda: “Terça-feira, 19:15, sentir saudades da minha mãe. Todo sábado, 20hs, sentir tesão pelo meu marido. Só sentir preguiça em domingos e feriados”.
De repente, você quer e pronto. Você pode fingir que não quer. Mas é impossível desligar seu querer. Por exemplo, você pode fingir que não está com fome, mas é impossível você desligar a vontade de comer (fome). E o inverso igualmente. Quando você não quer, não adianta se esforçar para querer. Ou seja, assim como é impossível desligar a vontade também é impossível ligá-la.
Resumindo: vontade não é opcional.
O papel da vontade no egogame é o impulso. Sem vontade você seria como um celular sem carga, um carro sem gasolina. Vontade é ânimo, motivo, energia, fonte da vida. Sem vontade você não seria um jogador, pois jogar é a jornada da realização da vontade.