A jornada da autorrealização é a jornada do herói. Um herói é um indivíduo que é colocado à prova e responde SIM PRA MIM. O filme Invencível, que conta uma história verídica, é um desses casos. Tem duas cenas nesse filme que são muito representativas do SIM PRA MIM. Numa cena, o herói do filme está num campo de concentração japonês, só apanhando. Apanha dia e noite. Daí, os japoneses tiram ele do campo de concentração, dão banho, comida, roupas limpas e depois levam ele para um programa de rádio para que ele leia uma carta em público.
— Não vou dizer isso — ele diz aos japoneses.
— Por que não? — perguntam os japoneses.
— Porque isso é mentira — responde o rapaz.
— Se não ler irá voltar para o campo de concentração — ameaçam os japoneses.
O rapaz havia saído de um buraco sujo, fedido e estava no restaurante de um hotel chique, comendo ovos mexidos, tomando suco, sentado numa cadeira confortável, mas optou por voltar para o campo de concentração. O rapaz não se vendeu ao suborno. O rapaz optou pelo SIM PRA MIM.
Outra cena representativa do SIM PRA MIM, é a cena final. O rapaz leva uma porrada na perna e mal consegue ficar em pé. O sargento ordena que ele levante uma viga de madeira acima da cabeça e fique segurando. Se deixar cair, será baleado. O rapaz olha para o sargento e o sargento lhe ordena abaixar a cabeça: “Não olhe para mim!” O que o rapaz faz? Problema seu! SIM PRA MIM. Ele ergue a cabeça e olha no olho do sargento, como quem diz, “Quer me balear? Baleia! Quer dar porrada? Pode dar! Mas em mim mando eu”.
O rapaz não se submeteu à ameaça e à punição. Depois ele ainda levanta a viga de madeira acima da cabeça e dá um puta grito! Um grito que faz o sargento desmoronar por dentro. Que grito é aquele? SIM PRA MIM. O sargento não sabe o que fazer. O que fazer contra um ser que opta pelo SIM PRA MIM? Nada! Quando você opta pelo SIM PRA MIM, pelo inútil prazer de ser você, o outro pode te bater, chicotear, triturar, nada adianta. Você usa seu arbítrio e o outro perde todo o controle sobre você.