Entro na casa e vejo que Fábio está mexendo no laptop.
— Você já viu as fotos de ontem à noite? — Fábio me pergunta.
— Ainda não! Estão no laptop?
Fábio levanta de onde está e senta do meu lado com o laptop.
— Calma! Devagar! — eu digo a Fábio.
— É que eu vejo as fotos rápido — Fábio me diz.
Dou uma gargalhada.
— Cada um com seu “moden”. Não tenho culpa que o seu é turbo.
O que Fábio não sabe é que não estou apenas vendo as fotos. As fotos são como links e toda vez que meu olhar clica em uma nova foto, além de acessar a imagem, acesso também a vibração relacionada com a imagem. Não vem da foto, mas tem relação com ela. Explico isto para Fábio.
— Passa devagar para dar tempo de sentir a vibração de cada foto — eu lhe digo. — Olha esta foto do fogo, por exemplo, estou sentindo até a combustão. Agora entendo porque a televisão tem o poder que tem. Se uma foto já tem este poder todo, com movimento e som, não há consciência que resista ao fascínio.
— Você não quer ficar com o laptop no seu colo e passar as fotos no seu tempo? — Fábio me pergunta.
Realmente seria mais fácil, mas o consciente me diz para não fazer isto.
— Se não for incômodo, prefiro que você passe as fotos. Pode ir no seu tempo mesmo.
Fábio vai passando as fotos num ritmo tranquilo. Tem foto da mesa com as comidas, dos enfeites do salão, das pessoas sentadas, etc. De repente, sinto um forte desconforto.
— Esta energia não é sua, está passando por você para ser trabalhada — me diz o pensamento.
Fábio clica na próxima foto e meu olhar se fixa nas bexigas do salão.
— Assopre e encha algumas bexigas com este desconforto e vá estourar as bexigas lá fora — me diz o pensamento.
— Não faz isto! — me diz o racional — Vão pensar que você é doido!
— Tem sempre outra maneira de fazer a mesma coisa. — me diz o pensamento — Respire fundo que também funciona.
Respiro fundo e calmamente. Aos poucos o desconforto vai passando.
— Lembre-se sempre disto! — me diz o pensamento — O universo é feito de infinitas possibilidades.
Volto às fotos e à conversa com Fábio. O evento das bexigas aconteceu cronologicamente muito rápido, mas foi um processo consciencial muito longo. Renato, que está acompanhando a conversa, me pergunta:
— Você está tendo visões?
— É mais como informação extra — respondo para Renato.
— Como assim? — Renato pergunta.
— Olhe para aquela mesa, o que você está vendo?
— Uma mesa vermelha — responde Renato.
— Eu também, só que estou “vendo” o significado da mesa e do vermelho.
— E amarelo significa o que? — me pergunta Célia.
Ainda estou vestido com a camiseta amarela que Célia me emprestou na noite passada.
— Significa sabedoria — eu respondo.
— Passou no teste — diz Célia abrindo um sorriso de Cosme e Damião.
— Por isto que melhorei depois que vesti esta camiseta — eu digo.
— Como assim? — Célia pergunta.
— Você me emprestou sua sabedoria, Célia. Grato. Antes de ir embora lhe devolvo.
Célia abre outro sorriso de Cosme e Damião. Fábio chega na última foto. Meu coração se enche de alegria e afeto.
— Agora entendi! — digo a Fábio.
— Entendeu o que?
— Porque pedi para você me mostrar as fotos ao invés de ver sozinho.
— E por que foi?
— Para cultivarmos a amizade.