Sexto sentido

07/11/2022 by in category Capitulos, Ciência do óbvio with 0 and 0

Observação é a base de todas as ciências. O que muda de uma ciência para outra é o objeto observado. Por exemplo, o objeto observado da fisiologia, é o corpo, o objeto observado da biologia, são as células, o objeto observado da química, são as moléculas, o objeto observado da astronomia, são os astros. E assim por diante. Não tem ciência sem observação. Porém, não tem observação sem observador. Observação sem observador seria como fotografia sem câmera. Isso é impossível.

Na ciência, o observador é o cientista. É o biólogo que observa e estuda as células. É o químico que observa e estuda as moléculas. É o físico que observa e estuda os átomos. O cientista é o observador e seu objeto de estudo é o observado. Na autociência, como fica isso? Quem é o observador e o observado? Na autociência, você é os dois: observador e observado. Por isso que a prática da autociência é feita através da auto-observação.

Como se pratica auto-observação? Usando os 5 sentidos? Se olhando? Se apalpando? Se cheirando? Se lambendo?

Se você usar os sentidos para se conhecer você estará conhecendo apenas o seu corpo, mas não irá conhecer a pessoa que você é. A pessoa que você é não é feita de carne e osso, é feita de pensamentos, sentimentos, emoções, valores, crenças e desejos. Nada disso pode ser visto, apalpado, cheirado ou lambido. Para observar a pessoa que você é você deve usar um sexto sentido chamado: auto-observação. É através da auto-observação que você vê, lambe, cheira e apalpa você.

Você já viu o amor? Já pegou uma ideia? Já cheirou um desejo? Não! Contudo, é óbvio que tudo isso existe. Mas como você sabe que existe, se você não observa nada disso com os cinco sentidos? Você sabe que existe porque você tem um sexto sentido chamado “auto-observação”. É através da auto-observação que você vê, cheira e toca em si. É através da auto-observação que você vê, cheira e toca no ser humano que você é.

© 2023 • 1FICINA • Marcelo Ferrari