Quer dizer que eu não sou um ser humano.
Você é os dois, ser e humano. Ser é a Máquina do Tempo que você é. Humano é o gênero da história que você está criando na Máquina do Tempo que você é.
Como assim, gênero?
Toda história tem gênero e subgêneros. Por exemplo, uma história pode ser um romance, uma comédia, um drama, uma aventura, etc, não é?
Sim, tem vários gêneros.
Todos estes gêneros, em relação ao gênero humano, são sub-gêneros. Romance é um sub-gênero de história humana, comédia é outro sub-gênero de história humana, drama é outro sub-gênero de história humana, aventura é outro sub-gênero de história humana. E dentro dos sub-gêneros tem outros sub-gêneros e assim por diante. A história de Romeu e Julieta, por exemplo, é uma história de gênero humano, de sub-gênero romance, de sub-sub-gênero tragédia, de sub-sub-sub-gênero preconceito, de sub-sub-sub-sub-gênero classe social, e assim por diante.
Os sub-gêneros diferenciam as histórias de mesmo gênero.
Exatamente!
Mas até que ponto?
Até o ponto de uma história ser única, impar, singular, sui generis.
Tipo qual?
Tipo esta que você está escrevendo.
Minha história é sui generis.
Sua história é de gênero humano e possui muitos sub-gêneros similares a outras histórias humanas, mas similar não é igual, por isto não tem como uma história ser igual a outra.
Explica melhor, por favor.
A história de cada um é criada a partir da unicidade de cada um, assim como toda árvore é criada a partir de um semente única. Pense numa floresta, são milhões de histórias do mesmo gênero, árvore, porém, cada história de árvore está sendo contada de um jeito único (diferente). O mesmo se dá com todas as suas histórias, seja do gênero que for.
Existem outros gêneros de histórias além do humano?
Sim, para citar alguns que você conhece, animal, vegetal e mineral, por exemplo.
Ops! Por que você deletou o resto do parágrafo?
Por que é informação desnecessária no momento.
E por que você está escrevendo na história que deletou parte da história.
Para você pensar a respeito disto. Mas voltando na questão do Sui Generis. Você é um criador Sui Generis, é por isto que você pode criar a história que quiser e ainda assim você estará sempre cumprindo seu destino.
Destino? Existe destino?
Destinos! No plural. Se não houvesse destinos não haveria multiplicidade de história.
E você sabe dizer qual é meu destino.
Sim, seu destino é sempre o mesmo em todo história que você cria.
Me conta! Me conta! Qual é meu destino?
Seu destino é ser você.
Claro! Óbvio! Evidente!
Então por que perguntou?
Estou sendo irônico. Só ficou óbvio agora.
Ironia do destino, né? Completando o raciocínio. O destino de toda semente é realizar a si mesma. Todas suas histórias nascem de você. Por isto seu destino, em qualquer história, é ser você.
Mas meu destino é só isto?
Você acha pouco! Nesta história, por exemplo, você tem sido tudo, menos você.
Como assim?
Até aqui nesta história você tem fingido ser qualquer coisa que faça o outro te aceitar, valorizar, satisfazer e beneficiar. Até aqui nesta história você tem sido tudo, menos você.
Agora você está me dando lição de moral.
Lição de destino para que você possa parar de patinar no mesmo equívoco. Seu destino é ser você, sui generis. Seu destino nunca foi outro. Nunca será outro. Você é que tem sido outro.