Meu corpo desperta junto com o raiar do sol. É sempre assim. Mesmo quando vou dormir tarde acordo cedo, e se permaneço na cama, começo a fritar. Olho ao redor e vejo gente dormindo para todo lado. Abro a porta da casa e vou me sentar debaixo de uma árvore. As pessoas vão acordando aos poucos e saindo da casa. Vamos formando um circulo de bate papo em baixo da árvore. Conversa vai, conversa vem, é hora do almoço. Não há melhor tempero do que a fome. Sendo que tudo que comi em 2009 eu vomitei em 2010, acho o almoço uma delícia. Depois do almoço é hora da soneca. Acordo revigorado. Logo que levanto, Célia vem falar comigo.
— Quer fazer outra meditação? Você vai voltar para São Paulo amanhã e quem sabe tenha uma experiência melhor para contar do que a que teve ontem. — ela me diz.
Lembro do mal estar e penso em recusar. Depois lembro que não entrei nesta para ficar fugindo.
— Sim, eu aceito e agradeço — respondo.
Célia pede para que eu entre no salão de meditação. Me sento confortavelmente numa das cadeiras e ela coloca musica para tocar no computador. Me concentro na frequência das musicas e só percebo que já estou em estado meditativo quando uma voz junto com a música começa a falar de três pilares.
— Está ouvindo a mensagem na música? — me pergunta o pensamento.
— Sim, estou!
— Do que se trata?
— Está falando da trindade.
— Isto mesmo!
— Que outra palavra podemos usar para luz?
— Sabedoria.
— Isto mesmo!
— E qual outra?
— Lucidez.
— Qual outra?
— Estado meditativo.
— Qual outra?
— Consciente.
— Isto mesmo! Você pode usar várias palavras, o que importa é que agora você sabe na prática.
— Mas eu já sabia.
— Sabia, mas não com esta intensidade, não é?
— É verdade.
— Preste atenção agora na parte que fala da vida.
— A luz representa a onisciência e a vida representa a onipotência.
— Isto mesmo! E a paz?
— A paz é a morada, é a onipresença. Quando permanecemos na sabedoria, não caímos em tentação e assim não entramos em conflito com nenhum “lado” da onipresença, sem conflito não há guerra, sem guerra moramos na paz.
— Se você já sabia disto antes, o que mudou?
— Antes eu sabia por lógica.
— E agora?
— Agora eu sei porque sou. Eu sou onipresença, onipotência e onisciência.
— Ótimo! Vamos continuar conversando lá fora.