Tem uma cena no filme Matrix que trata do dilema do destino. É a cena da ponte. Neo está dentro de um táxi, o tempo urge, então, lhe dão um ultimato: “Ou dá ou desce!”. Neo abre a porta do táxi e está prestes a sair. Trinity segura sua mão e lhe diz: ”Não faça isso, Neo, você já conhece essa rua e sei que não quer mais caminhar por ela”.
A todo instante estamos escolhendo entre caminhar pela uniformidade (todos no mesmo gabarito) ou pela universalidade (cada um no seu gabarito). A cena final mostra a opção pela universalidade. Neo pega o telefone e fala algo assim para Matrix: “Eu despertei e vou seguir meu próprio gabarito, vou viver meu destino. Não sei onde meu destino vai me levar, mas eu vou e pronto! Se isso te incomoda: problema seu!”.
Quando você decide viver seu destino, você não sabe para onde você está indo. Embora você saiba emocionalmente que deve ir por aqui ou por ali, você não sabe para onde seu destino vai te levar em termos de circunstâncias. Você sabe que está em autorrealização. Você sente isso porque você se sente encaixado em si. Mas você não sabe para onde o próximo passo vai te levar. Essa é a graça da brincadeira de autorrealização humana.
Mas sendo assim, quando você opta por viver seu destino, você não está optando por chegar num futuro determinado. É justamente o oposto. Você está se atirando no desconhecido. Você está se permitindo ser árvore da sua própria semente e dar seus próprios frutos, seja lá que árvore ou frutos forem. Optar por viver seu destino é uma entrega absoluta a si mesmo.