Quer você esteja consciente, quer não esteja, você está jogando o jogo do controle. Você executa o jogo do controle através de estratégias. Então, quer você esteja consciente, quer não esteja, você está constantemente executando estratégias de controle.
Só existem duas estratégias de controle. Sendo que todo ser quer sempre a mesma coisa, o bem, e todos repudiam a mesma coisa, o mal. Então, uma forma de você controlar o outro é através do mal, da punição, e a outra forma é através do bem, da recompensa.
No jogo do controle, você controla o outro através do que ele quer (recompensa) ou através do que ele não quer (punição) e você é controlado da mesma maneira. A punição ocorre até que o outro faça o que você quer, ou seja, viva de acordo com seu gabarito. E vice versa. Se você não vive igual, em uniformidade, você é punido. Se você já vive igual, você aplica a punição em quem ainda vive diferente.
Controle pela punição é um ato de violência, mas recebe um nome bonito. Você chama o controle pela punição de educação. E você não aplica a educação só na escola, aplica em todo lugar e a todo instante. Tanto que você nem consegue imaginar sociedade sem educação.
E punição não é só física, pois a natureza humana é quaternária. Então, punição pode ser física, sensorial, afetiva e intelectual. Punição gera má convivência porque quem é punido quer vingança. Quando o outro pune você, você quer se vingar do outro. Quando você pune o outro, ele quer se vigar de você. Jogo do controle gera mais jogo do controle.
Você também joga o jogo do controle através da ameaça. Ameaça é promessa de punição. “Se você não fizer tal coisa (viver igual eu), vou fazer aquilo (te bater, te humilhar, etc)”. Ameaça é uma estratégia de controle também. Não há punição, mas há promessa de punição. Funciona até melhor. Primeiro você pune, depois de várias punições a pessoa internaliza a punição. A partir daí, basta a promessa.
Sendo assim, fique ciente que o viver autoísta não é um mar de rosas. Os outros irão punir você de todas as formas possíveis para que você viva em uniformidade. Você vai dar liberdade para o outro viver e o outro vai te punir do mesmo jeito. Não conte que o outro vai desistir de te uniformizar. Não vai.