Bicho não se preocupa. Planta não se preocupa. Pedra não se preocupa. Mas você, ser humano, raça superior, criatura mais inteligente do planeta, tem uma única ocupação: a preocupação. E por que? Com o que você se preocupa tanto? Você pelo menos sabe o que é se preocupar? Se preocupar é se ocupar virtualmente, ou seja, pensar. É por isso que bichos, plantas e pedras não se preocupam com nada, não possuem a capacidade de pensar. Muito bem! A capacidade de pensar explica a diferença entre você é um pé de alface, mas ainda não explica porque você se preocupa, não explica o motivo.
A todo instante você está pensando. Com que propósito? Qual é a finalidade de pensar? Pra que você pensa? Você pensa para analisar e entender. Ótimo! Mas e daí? Qual é a importância de analisar e entender? Analisar e entender é fundamental para agir. Se você não for capaz de entender a diferença entre uma xícara e um penico, você vai acabar bebendo xixi. Entende? Muito bem! Mas e daí? Qual é o problema de beber xixi? O problema é que você não quer beber xixi. Tem coisas que você quer e tem coisas que você não quer.
Agora sim está começando a ficar claro porque você se preocupa tanto. De alguma forma sua preocupação está ligada com o que você quer e não quer. De que forma? Sua preocupação está ligada com o que você quer e não quer experimentar no futuro. Sim, tem coisas que você quer e tem coisas que você não quer experimentar no futuro. Mas e daí? Por que se preocupar? Por que seu próximo futuro será o resultado da opção que você fizer agora, e o próximo será o resultado da opção que você fizer agora, e assim por diante.
Entendeu porque você se preocupa tanto? Seu futuro depende do seu arbítrio. Você sabe que se você optar mal, você acabará experimentando um futuro indesejado, um futuro que não quer. E como optar é algo que você faz ininterruptamente, você vive ininterruptamente preocupado. Eis o xis da questão: optar, arbitrar, decidir. Esse é o motivo de você viver preocupado, você tem arbítrio. Se você não tivesse arbítrio, você não viveria preocupado. Mesmo pensando, pois sem arbítrio você seria incapaz de determinar seu futuro. Muito bem! Entendendo isso, fica fácil de entender também porque a primeira questão que você e todo ser humano deve investigar e descobrir é se existe destino.
Existe destino? Sim ou não? E por que essa é a primeira questão?
Porque se existe destino não existe arbítrio. E se não existe arbítrio, para que se preocupar com o futuro? De que adianta? Não adianta para nada, é absolutamente inútil. E pior! Se existe destino, como você pode ser feliz, se não tem arbítrio para optar pelo que quer e não quer. E pior ainda! Se existe destino, como você pode sair do sofrimento, se não tem arbítrio para sair do sofrimento? Então, é fundamental que você investigue e descubra se existe ou não existe destino.
A questão do arbítrio foi uma das primeiras questões que investiguei quando comecei a praticar autociência. Eu precisava descobrir se existia arbítrio ou não, pois se eu não tinha arbítrio, autoconhecimento era absolutamente inútil, pois eu viveria exatamente como estava destinado a viver, com ou sem autoconhecimento. Pratiquei autociência e ficou óbvio que sim, eu tinha arbítrio. Mas se eu tinha arbítrio, então, não existia destino. Sim, não existia destino. Mas se não existia destino, então, porque eu experimentava sofrimento.
Duas perguntas explodiram dentro de mim:
SE NÃO EXISTE DESTINO, POR QUE EXISTE SOFRIMENTO? SE EXISTE DESTINO, POR QUE É UM DESTINO DE SOFRIMENTO? POR QUE NÃO É UM DESTINO DE FELICIDADE?
Continuei praticando autociência em busca do entendimento da razão de ser do sofrimento e ficou óbvio tudo que explico nesse livro e em outros livros da 1ficina. Devido à mentalidade materialista, eu entendia destino e arbítrio de uma forma equivocada. Espero que a leitura desse livro lhe esclareça sobre seu destino e como realizá-lo.